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CHAMADA ABERTA
Modernidade, audiovisual e antropofagia
NOVO PRAZO PARA ENVIO: 06/06/2022
O centenário da Semana de Arte Moderna de 22 reaviva discussões acerca do modernismo no Brasil e suas consequências, que permanecem no imaginário da cultura e produções cinematográficas até hoje. O Modernismo brasileiro teve particularidades com relação aos de outros países, ocupando-se de ideias humanistas e não apenas focado na pesquisa formal. Entre os anos 1910 e 1940, passou por três fases especialmente na literatura e artes visuais. Como parte do seu legado, o ideário desse movimento contaminou cineastas a partir da década de 1950.
No Brasil, a vanguarda das artes e do cinema alinham-se no começo e metade do século XX com o objetivo de representar a realidade do nosso país. O Cinema Novo vai abraçar ideais modernistas, rejeitando velhas estéticas e buscando incorporar a modernidade nas produções audiovisuais também.
Oswald de Andrade manifestou-se em 1928: “Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz” (Contra a corte de D. João VI).
Os movimentos modernista e cinemanovista visavam desvincular-se do Brasil colônia, experimentando formalmente e realizando críticas ao poder político e econômico vigentes. A liberdade de criação e o desejo por um contato maior com o brasileiro e sua realidade sem glamour motivaram as produções artísticas e cinematográficas. “A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modus vivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem” (ANDRADE, Manifesto Antropófago).
Contaminados pela comemoração do centenário da Semana de Arte Moderna de 22, convidamos pesquisadores a enviarem artigos para a 19ª edição da Revista Movimento com o dossiê Modernidade, audiovisual e antropofagia. A ideia é recebermos artigos que se relacionem com o ideal da arte moderna não só brasileira, mas sobre relações do audiovisual com esse movimento pelo mundo. O que permanece de moderno nos cinemas ainda hoje?
Para Pierre Bourdieu, o que caracteriza a arte moderna é a permanente disputa entre todos os participantes do campo artístico pelo monopólio do direito de impor sua própria definição do que é arte e de quem é artista. É possível identificar tal dinâmica no audiovisual? O que significa revisitar o modernismo hoje?
Com o dossiê, gostaríamos de reunir contribuições que passem por uma variedade de eixos. São bem vindos textos que abordem:
Modernismos no cinema: encontros das artes visuais com o cinema. Semelhanças entre ambos (o quadro, a cenicidade, os valores plásticos); ou o cinema sobre pintura (representações de quadros e pintores, citações).
Cinema antropofágico: a cultura brasileira em destaque como resultado da mistura de diversas outras culturas, mas com a identidade tropical na tela.
Modernismo e o audiovisual experimental: videoarte, videoperformance e a imagem em movimento.
Modernidade no cinema: as diferentes visões sobre e relações com a modernização pelo mundo.
Modernismo no Brasil - para além do eixo Rio-São Paulo.
O prazo para envio é 22 de maio de 2022.
Os textos devem ser enviados exclusivamente para o email movimento@usp.br.
Chamada de artigos aberta em fluxo contínuo
Em adição ao dossiê, a Revista Movimento estará aberta em um próximo momento à submissão de artigos, ensaios, entrevistas e resenhas que versem sobre meios audiovisuais. É obrigatório que as contribuições enviadas atendam aos requisitos de publicação dispostos na seção Diretrizes para autores.