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Produção da turma na disciplina de Instrumentação para o Ensino de Física - UNESP, 2013

08/03/13

Análise de materiais e livros didáticos

Estimular o raciocínio e não simplesmente a memorização

Ajudar na compreensão de fenômenos do cotidiano

Não focar demasiadamente em termos técnicos

Respeito a diferentes etnias

Zelar pela segurança e integridade física

Legendas esclarecedoras

Não ser meramente ilustrativo ou demonstrativo

Cuidado com as analogias

Trabalhar com concepções alternativas já amplamente levantadas na área

Promover a interação entre alunos e entre alunos e professor

Respostas e resultados dos experimentos separadamente

Abordagem conceitual

Materiais alternativos

Materiais de baixo custo

Figuras compreensivas

Explicações claras sobre a realização do experimento

Fomentar discussões

Sem receitas prontas

 

Temas inicialmente escolhidos para elaboração das futuras atividades

Mecânica

Elétrica

Eletricidade

Eletromagnetismo

Eletroímã

Pressão

Termodinâmica, Termologia

Óptica

Astronomia

 

Destaques das resenhas do artigo

Mudança no planejamento e propostas curriculares quanto ao uso de experimentos

Mudança na formação do professor quanto às atividades práticas no ensino

Ensino focado na construção do conhecimento, não meramente expositivo

Laboratório propício a discussões, argumentações e questionamentos

Formação crítica e cidadã, não meramente conteudista

Objetivos das atividades experimentais no ensino

Este tipo de atividade não pode ser o único instrumento de ensino

Envolver Ciência, Tecnologia e Sociedade

Não se pode ter padronização para este tipo de atividade

Laboratórios inutilizados

 

Questões levantadas por alguns de vocês para discussão

Laboratório nas escolas - Para que? Como usar?

Será que o laboratório nas escolas resolve o problema do interesse e da compreensão no ensino de Física?

Como a individualização e independência da escola pode contribuir para um salto qualitativo?

Como ensinar Ciências?

15/03/13

Análise e aspectos relevantes das resenhas dos artigos da área sobre o tema Experimentação

SÉRÉ, M. G.; COELHO, S. M.; NUNES, A. D. O papel da experimentação no ensino de física. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 21, n. especial, nov. 2004.

Resenha (Francisca e Thaís)

As atividades experimentais são enriquecedoras para o aluno.

Dão sentido ao mundo abstrato e formal das linguagens, permitem o controle do meio ambiente, a autonomia face aos objetos técnicos, ensinam as técnicas de investigação e possibilitam um olhar crítico sobre os resultados.

Os experimentos devem ir além de uma montagem de procedimentos.

Requerem gestão de conhecimento e ideias.

No modo clássico, o aluno aprende um método e manipula a lei para observar o fenômeno, repetindo assim os parâmetros daquela teoria. É comum a utilização de um roteiro. Não há lugar para o erro. O aluno não tem escolha.

Outras metodologias envolvem a possibilidade do aluno desenvolver seus próprios métodos e procedimentos para entender o fenômeno. Uma desvantagem é o tempo gasto e na maioria das vezes verifica-se a dificuldade dos alunos em criar métodos.

Para compreender o papel da experimentação no ensino de ciências é importante considerar as linguagens simbólicas presentes na aprendizagem do ensino de ciências e o referencial empírico (ou seja, aquilo que permite o experimento para estudo do fenômeno). É necessário também, diferenciar o objetivo do experimento da forma de abordá-lo.

 

SANTOS, E.I; PIASSI, L.P.C.; FERREIRA, N.C. Atividades experimentais de baixo custo como estratégia de construção da autonomia de professores de física: uma experiência em formação continuada. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 9., 2004, Jaboticatubas. Atas... São Paulo: SBF, 2004.

Resenha (Gabriela e João)

Apenas uma minoria dos professores realiza atividades experimentais com seus alunos nas aulas de Física do ensino médio e infelizmente são considerados como “fora dos padrões”, além de serem desmotivados.

A Física continua sendo apresentada apenas através de “fórmulas”, definições e exercícios padronizados.

A formação dos professores de Física não lhes permitiu a complementação necessária sobre atividades experimentais a fim de poderem utilizar em sala de aula.

Os movimentos de reforma curricular nas últimas décadas deram imenso destaque ao ensino no laboratório, o que resultou na maioria das escolas públicas de São Paulo possuir espaços físicos destinados a atividades experimentais, mas invariavelmente, estes acabam funcionando como salas de aula comuns, quando não como depósitos.

Razões para os laboratórios escolares nunca serem utilizados: inexistência de atividades elaboradas uso para uso do professor; falta de recursos para compra de componentes e materiais de reposição; falta de tempo do professor para planejar a realização de atividades experimentais; tipo de relação que os professores tiveram com as atividades experimentais em sua graduação.

A ideia de experimentação como atividade exclusiva das aulas de laboratório, onde os alunos recebem uma receita a ser seguida nos mínimos detalhes e cujos resultados já são previamente conhecidos, não condiz com o ensino atual.

Deve-se incentivar o aluno diante das situações práticas que possam permitir o surgimento de questões, reflexões na ação; mas, para isso, o próprio professor deve passar por esse processo de prática cotidiana em sua formação.

A experimentação ajuda a desenvolver a capacidade de observação, ou seja, aprender a identificar os fenômenos não só nas aulas práticas na escola, mas em seu dia a dia, aprendendo a refletir sobre os fenômenos de seu cotidiano e aguçar seu senso crítico com relação ao conhecimento científico.

 

BORGES, A. T. Novos rumos para o laboratório escolar de ciências. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 19, n.3, p.291-313, dez. 2002.

Resenha (Alex e Davi Filenga)

A implantação de laboratórios nas escolas não se deve apegar excessivamente aos conteúdos tradicionais de aprendizado. Deve envolver não só o conhecimento técnico,mas também, suas concepções espontâneas, ou seja, o que o aluno sabe sobre aquilo devido a sua vivência, ao seu convívio com familiares, amigos e professores.

Com o uso de computadores,o estudante poderá ter uma poderosa ferramenta que o auxiliará na coleta de dados,na visualização de figuras,e,também,poderá pesquisar sobre como esses conhecimentos são aplicados no cotidiano.

 

LABURU, C. E. Seleção de experimentos de física no ensino médio: uma investigação a partir da fala de professores em ensino de ciências. Investigações em Ensino de Ciências, v.10(2), pp. 161-178, 2005.

Resenha (Felipe, Ricardo e Rafael)

Há diversas reflexões a respeito do material laboratorial, algumas centradas em conteúdos específicos de laboratórios, outros, enfatizam mais os procedimentos e o desenvolvimento das habilidades, mas dificilmente se pensa no “porque” da escolha de determinado experimento.

Por que determinados experimentos são escolhidos? Respostas de uma amostra de futuros professores foram categorizadas:

Como podemos observar há uma negativa no assunto das perguntas, onde a intenção foi cruzar e complementar as informações do primeiro par.

- Motivacional

- Funcional

-Instrucional

-Epistemológica

A categoria motivacional foca em despertar o interesse do aluno e o incentivo ao experimento tecnológico e também o relacionamento com o cotidiano.

A categoria funcional leva em conta a praticidade de situar o experimento em sala de aula, levando em conta o manuseio do equipamento, a montagem do aparato,etc. 

A categoria instrucional foca na facilidade em instruir o aluno na teoria observada no experimento, funcionando como uma espécie de ilustrador do conteúdo.

A categoria epistemológica relaciona-se com a construção do conhecimento a partir do uso do experimento para estabelecer uma relação entre o conhecimento empírico e o conhecimento teórico.

 

RAMOS, L. B. C.; ROSA, P. R. S. O ensino de Ciências: fatores intrínsecos e extrínsecos que limitam a realização de atividades experimentais pelo professor dos anos iniciais do ensino fundamental. Investigações em Ensino de Ciências, v.13(3), pp.299-331, 2008.

Resenha (Isabella)

O processo de experimentação nas salas de aula deixa evidente que é um mecanismo de motivação para o aluno, e que pode gerar aulas mais produtivas. Porém, existem vários fatores que influenciam o professor utilizar desse recurso ou não.

São eles: falta de auxilio e incentivo por parte de coordenadores da escola, escassez de materiais para a realização dos experimentos, e a escola estimula que se mantenham os moldes tradicionais de educação.

A educação precisa de renovação, os professores precisam de auxilio e suporte para poderem aplicar experimentos nas salas de aula.

 

KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino de Ciências. São Paulo em Perspectiva, v.14, n.1, jan./mar. 2000, p. 85-93

Resenha (Juan e Marcel)

O sistema de ensino sofreu várias alterações durante toda a sua existência. Um momento marcante a respeito de uma revolução no sistema de ensino ocorreu durante a guerra fria.

Esse movimento, que teve a participação intensa das sociedades científicas, das Universidades e de acadêmicos renomados, apoiados pelo governo, elaboraram os conhecidos projetos de Física (Physical Science Study Commitee – PSSC), de Biologia (Biological Science Curriculum Study – BSCS), de Química (Chemical Bond Approach – CBA) e (Science Mathematics Study Group – SMSG).

Durante a primeira república, o ensino era tido como um privilégio de uma elite dominante, onde a educação tida como fundamentador de conhecimentos.

Já no período da ditadura, percebendo a necessidade de formação de cidadãos para o trabalho, o ensino de ciências no Brasil possuía apenas um caráter profissionalizante.

Atualmente o ensino de ciências no Brasil objetiva formar cidadãos e possuem parâmetros curriculares federais para garantir a homogeneidade do ensino.

Hoje, o papel do professor tem sido o de transmissor do conhecimento, ou seja, apenas organiza o conteúdo de uma maneira que seja facilmente absorvida pelos alunos.

Nessa situação o laboratório didático possui uma formula pronta, o questionamento é levantado e experimentalmente deve-se encontrar a resposta certa. Não há, em nenhum momento, liberdade para o aluno progredir o raciocínio para elucidar melhor o fenômeno estudado. Talvez por esse motivo cria-se a falsa impressão de que a ciência é neutra, de que toda ação científica não defende nenhum ponto de vista.

Essa “alfabetização científica” é necessária para demonstrar a influência do desenvolvimento tecnológico na sociedade, bem como para ajudar na valorização do conhecimento científico pela população.

Tendo em vista a pesquisa em educação, encontramos diversas iniciativas tanto no Brasil como no mundo. No Brasil, foram criados nos anos 1960 institutos a fim de elaborar pesquisa, materiais e subsídios ao ensino, alguns presentes até hoje. Com o tempo, a necessidade de uma formação na área levou a criação dos cursos de pós-graduação em ensino.

A pesquisa em ciência ainda não tem voz ativa nas decisões políticas a respeito da educação e o professor em sala de aula está tão longe das decisões governamentais quanto dos resultados de pesquisa.

 

VIANNA, D. M. Uma disciplina integradora: instrumentação para o ensino. Perspectiva, 17,1992, p. 59-66.

Resenha (Pedro e Welken)

O aluno de licenciatura será o futuro professor, e os saberes apresentados durante a disciplina Instrumentação, e outras ditas “pedagógicas”, são de grande valia para a nossa formação como futuros docentes.

Quanto mais cedo o aluno de licenciatura tomar conhecimento do que vem sendo feito para a melhoria da aprendizagem, mais facilmente ele se engajará no mercado de trabalho sem medo de modifica-la.

Nós alunos podemos reformular propostas educacionais buscando mudanças ou assumir uma posição de construtor do conhecimento sobre ensino que acaba com a ideia do aluno que a ciência é conhecimento acabado, dogmático, estagnado.

 

ARAÚJO, M. S. T.; ABIB, M. L. V. S. Atividades Experimentais no Ensino de Física: Diferentes Enfoques, Diferentes Finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 25, no. 2, p.176-194. Junho, 2003.

Resenha (Thiago e Mayron)

Os experimentos podem ser analisados de modo a se detectar diferentes aspectos metodológicos relacionados com as atividades experimentais desenvolvidas, sendo cada categoria de análise caracterizada pelos elementos fornecidos resumidamente abaixo:

Ênfase Matemática, Grau de Direcionamento, Uso de Novas Tecnologias, Cotidiano, Montagem de Equipamentos.

Uma das modalidades da experimentação mais utilizadas pelos autores investigados refere-se ao emprego de atividades de demonstração. Provavelmente, a característica mais marcante dessas atividades é a possibilidade de ilustrar alguns aspectos dos fenômenos físicos abordados.

 

MOREIRA, M. A.; AXT, R. O livro didático como veículo de ênfases curriculares no ensino de Física. Revista de Ensino de Física, v.8, n.1, 1986.

Resenha (Diego e Caio)

Na década de1980, professores da rede pública usavam como a metodologia para suas aulas o sistema clássico: escrever no quadro, ditar, passar notas de aula aos alunos, deveres e etc.

As ênfases curriculares que “mostram” o motivo de ensinar ciência aos alunos apontam para a importância de que o aluno entenda o ambiente a sua volta, sabendo resolver seus problemas e como melhorá-lo.

 

BUENO, R.S.M.; KOVALICZN, R.A. O ensino de ciências e as dificuldades das atividades experimentais. 2009. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/23-4.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2010.

Resenha (Davi Papim)

Principais dificuldades para o uso de experimentos: falta de tempo para a realização de atividades experimentais, a indisciplina dos alunos, a precariedade de materiais, a falta de espaço e também a falta de recursos humanos apropriados.

O ato de fazer atividades experimentais, por si só, não garante a aprendizagem do aluno. Para que isso ocorra é necessário analisar os fenômenos envolvidos e refletir sobre os resultados, aproximando-os do saber científico e não usar essas atividades como alternativa metodológica para comprovar conceitos trabalhados em sala de aula.

O ensino de ciências deve estar condizente com as Diretrizes Curriculares, a qual estabelece que o ensino científico deva ser resultado da investigação da natureza e destaca que um dos aspectos essenciais para o ensino científico é a utilização de atividades experimentais.

Mas para que isso ocorra, é necessário também a capacitação de professores, para que esses profissionais possam utilizar melhor os recursos de equipamentos nos laboratórios e o espaço pedagógico adequado a essas atividades para escolas que não possuem laboratórios.