Em 2006, ingressei no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET/RJ e tomei a iniciativa de criar, já naquele ano, um laboratório de Física Experimental, com a perspectiva de incluir os alunos de engenharia da Instituição, principalmente os de elétrica, mecânica, e controle e automação. Ainda em 2006, iniciei a instalação no CEFET/RJ de um antigo equipamento para estudos de Sonoluminescência, cuja montagem havia iniciado na época do meu doutoramento na UFRJ, antes de migrar para a área de física atômica e molecular. Foi o início do Laboratório de Físíca Experimental e Aplicada - LaFEA na Instituição, sede das atividades do grupo de pesquisa cadastrado no DGP do CNPq, Física Experimental e Aplicada. 

Experiência de Sonoluminescência- CEFET/RJ          

Neste laboratório, realizamos pesquisa em Sonoluminescência com alunos de Iniciação Científica e alunos de Mestrado, e, em 2012, foi concluída e defendida a primeira dissertação de mestrado nesta área de pesquisa. Desde a criação do LaFEA em 2006, o trabalho no laboratório gerou 25 publicações em períodicos, congressos e revistas, entre as quais periódicos referentes aos últimos 5 anos, com trabalhos associados à sonoluminescência.

Sonoluminescência é o fenômeno observado quando uma única bolha de ar suspensa na água colapsa - emitindo luz - na presença de ondas acústicas ultrassônicas, produzidas por cristais piezoelétricos (PZT). Esse fenômeno é conduzido no Laboratório de Física Experimental e Aplicada, LaFEA, onde contamos com ressonadores de diferentes formatos (esféricos, cilíndricos e retangulares) e com diversos PZT. Nosso trabalho consiste em analisar as diferentes variáveis e montar o aparato experimental de forma que o efeito sonoluminescente possa ser observado de forma nítida e constante. Como os ressonadores e os piezoelétricos possuem diferentes formatos e propriedades físicas, cada conjunto deve ter seus parâmetros ajustados para operar na frequência de ressonância acústica do correspondente ressonador e na ressonância elétrica dos piezos (circuito RLC). O sistema oscilador perde energia, principalmente na forma de dissipação de calor (efeito Joule), sendo necessária a busca por melhores condições de trabalho. Em vista de diminuir essas perdas, reorganizamos os elementos para que uma menor quantidade de fio BNC seja usada (diminuindo as indutâncias e capacitâncias parasitas) e reconfiguramos os equipamentos e seus componentes, o que nos permitiu deixar o sistema mais estável. O experimento baseia-se no processo de automatização do aprisionamento da bolha e observação do fenômeno.