Desenvolvendo a Sonoridade por Theobald Boehm, o inventor da flauta

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Texto adaptado e partitura por Nilson Mascolo Filho

Embora uma boa embocadura dependa, em grande parte, da forma normal dos lábios, dos dentes e de uma apreciação adequada da qualidade de um som bonito, mesmo uma pessoa que não tenha um bom senso de boa sonoridade e uma embocadura defeituosa pode melhorar consideravelmente sua sonoridade com os exercícios que apresento aqui. É melhor fazer uma transição gradual em todas as coisas, passando do fácil para o mais difícil. Portanto, ao soprar uma nova flauta, não se deve começar com as oitavas mais altas e mais baixas, pois são mais difíceis de produzir. Em vez disso, deve-se começar na oitava central, na segunda oitava, onde a nota Dó é melhor produzida por um iniciante. Quando encontramos uma embocadura adequada, na qual o som produzido pode ser ouvido com clareza ao executar um delicado piano, devemos gradualmente, sem forçar o tom, aumentar a intensidade para obter uma sonoridade forte e depois trazê-la de volta ao pianíssimo mais fraco. 

Quando o exercício acima for totalmente realizado, passa-se da seguinte maneira para a próxima nota: Ao soar o Dó da segunda oitava com uma sonoridade bonita, clara e pura, feche rapidamente a chave do Si com um movimento [Si do polegar], mantendo a embocadura e a força do sopro inalteradas.

A nota Si assim obtida deve permanecer inalterada em qualidade e pureza de som. Em seguida, toque a nota Si de forma longa e isolada. 

e, depois de respirar novamente, prossiga para nota Si bemol.

Continuando desta maneira e gradualmente, desça até as notas mais graves. Em seguida, da mesma forma, a partir da nota Dó da segunda oitava, suba gradualmente até as notas mais agudas. Sempre faça esses exercícios com a menor alteração possível na embocadura. Como cada som é desenvolvido a partir do som da nota anterior, é importante tocar o mais perfeitamente possível, para que todos os sons de cada nota permaneçam igualmente perfeitos em qualidade, força e pureza.

Assim que você conseguir uma excelente embocadura com esses exercícios, deve praticar todas as escalas maiores e menores, assim como os intervalos de terças, quartas, quintas, sextas, sétimas e oitavas. Dessa forma, sua embocadura se acostumará a realizar intervalos crescentes, e logo você estará em condições de executar saltos maiores de intervalos com a embocadura adequada e, consequentemente, com segurança.

Fonte: Theobald Boehm, Seu Livro: Theobald Boehm, THE FLUTE AND FLUTE-PLAYING - IN ACOUSTICAL, TECHNICAL, AND ARTISTIC ASPECTS, Página 72.

Texto adaptado e partitura por Nilson Mascolo Filho

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