A Flauta no Choro

por Serginho Morais


A Flauta é um dos instrumentos mais antigos do mundo. Segundo o musicologista canadense Bob Fink, o homem de Neandertal já assoprava num osso com a escala de sete notas que sustenta toda a música ocidental (Fonte: Revista Super Interessante 31/10/2016). No Brasil ela tem uma história bem consistente com uma linhagem de flautistas de dar inveja. Considerado “O Pai do Choro”, Joaquim Antônio da Silva Callado foi o precursor do gênero no instrumento no final do século 19.

Sua composição Flor Amorosa (inicialmente uma polca), é considerada o primeiro choro. Simplificando, o Choro originou-se da mistura das polcas europeias com os ritmos africanos dos descendentes de escravos e o “jeitinho brasileiro” de tocar. Pois bem, vários flautistas seguiram os passos do mestre Callado. Pattápio Silva compôs música de concerto para flauta e piano, peças de difícil execução, mas tem algumas peças tocadas em rodas de choro como a polca Zinha e a valsa rápida Primeiro Amor. Pixinguinha vem com tudo criando choros lindíssimos e a partir dele o choro se estrutura como gênero. Formou dupla com o também exímio Benedicto Lacerda eternizando contrapontos belíssimos ao saxofone tenor que depois serviram de base para as famosas “baixarias” dos violões nos ”regionais”. Assim são chamados os grupos de choro geralmente formados por violões de 6 e 7 cordas, cavaquinho, pandeiro e solista. O mais famoso foi o Regional do Canhoto que teve a participação do Benedicto Lacerda, Altamiro Carrilho e Carlos Poyares. O mais antigo em atividade no país é o regional Época de Ouro que acompanhava o bandolinista Jacob do Bandolim e hoje conta com o excelente flautista Antônio Rocha, descendente direto de Altamiro Carrilho com sua técnica impecável e seu balanço. Fazer citações é sempre complicado pois cometemos gafes tremendas deixando de citar músicos importantes dentro do assunto explorado.

Mas vale a pena ressaltar o nome de alguns flautistas que ajudaram a consolidar o Choro pelo Brasil, país de dimensões continentais e por isso riquíssimo em artistas de excelência. Então, apenas para dar um empurrãozinho numa possível pesquisa, vale a pena citar Dante Santoro, Plauto Cruz, Manezinho da Flauta, Alfredinho do Flautim, Sebastião Vianna (gravou Pattapio), João Dias Carrasqueira e seu filho Toninho Carrasqueira, Odette Ernest Dias, Dirceu Leite (com destaque para o seu disco Leitte de Coco, 1994) e tantos outros maravilhosos e maravilhosas por esse Brasil afora. A nova geração é profícua fazendo jus aos “nossos mestres”.

Viva a flauta brasileira!!

Abraços,

Serginho Morais

Seção especial dedicada ao CHORO

https://sites.google.com/site/estudantesflautastransversal/choro

Seção dedicada ao Choro na Flauta com artigos, biografiias, gravações e muito mais. Acesse aqui

Segue algumas gravações dos Mestres mencionados:


Pixinguinha, Urubu Malandro. Flautista Pixinguinha

LP Flauta mágica (Dante Santoro) (1955). Flautista Dante Santoro

Valsinha (Plauto Cruz, O Fino da Flauta 1981). Flautista Plauto Cruz

Flor do mal. Flautista Manezinho da flauta e Violão: Geraldo Cunha - LP: 1975 - Brasil, flauta, cavaquinho e violão - Discos Marcus Pereira - Produzido por Carlos Paran

QUE PERIGO - choro de Pixinguinha. No Flautim Alfredinho do Flautim

CD Pattapio Silva. Flautista Sebastião Vianna O maestro e flautista Sebastião Vianna, aos 88 anos interpreta essas obras mantendo-se fiel às gravações originais do compositor para a Casa Edison (Odeon).

Pattápio Silva, PRIMEIRO AMOR - AMOR PERDIDO. Flautista Toninho Carrasqueira

PAIXÃO ENCOBERTA - valsa de Mário Álvares Conceição. Flautista Odette Ernst Dias

Gargalhada - "Pixinguinha". Flautista Dirceu Leite

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