Nesta página você irá encontrar alguns casos clínicos visando melhorar o seu raciocínio clínico, e por consequência uma melhor assistência aos nossos pacientes.
CASO 1
J.C.C.M., 52 anos, masculino, branco, técnico em telefonia (há 20 anos) e metalúrgica (2 a 3 anos), procedente de Viamão/RS.
Motivo da Internação: Internação eletiva para biópsia de nódulo pulmonar
HDA: Paciente com cirrose hepática por HCV e diabete melito tipo 2, interna eletivamente para biópsia de nódulo pulmonar, que apresentou crescimento em TC de tórax de controle (TC 2 – ver figura abaixo) em relação à TC realizada 1 ano antes (TC 1 – ver figura abaixo). Paciente apresentava tosse produtiva há cerca de 1 mês, sem outras queixas. Não tabagista.
HPP: Há 1 ano paciente havia realizado TC de tórax (TC 1 – ver figura abaixo) no posto de saúde, que mostrou nódulo no segmento ápico-posterior do lobo superior esquerdo 1,2 x 1,2 cm, sugestivo de granuloma. No momento paciente estava assintomático. Realizou baciloscopia de escarro, com pesquisa de BAAR negativa. Teste tuberculínico (TT) de 11 mm. Como o paciente estava assintomático e a baciloscopia foi negativa, foi optado então pelo tratamento de TB latente, com isoniazida por 6 meses.
Exame físico
– Bom estado geral, eupneico, acianótico, anictérico.
– Sinais vitais: PA 110/80 mmHg, satO2 98% em AA, FC 90 bpm.
– IMC 26
– Aparelho cardiovascular: RR, 2T, BNF, sem sopros.
– Aparelho respiratório: MVUD, sem RA
– Abdome: flácido, depressível, RHA+, indolor a palpação, sem sinais de peritonite.
– Extremidades: aquecidas, perfundidas, sem edema.
Avaliação Clínica e Desfecho do Caso
Devido ao crescimento da imagem e surgimento de escavação na TC de controle, o paciente foi encaminhado ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre e foi optado por internação hospitalar para biopsia guiada por TC de tórax. A biópsia mostrou necrose em fragmento de parênquima pulmonar circundado por esboço de granuloma, com pesquisa de BAAR positiva.
Discussão do Caso
Quais os diagnósticos diferenciais neste caso clínico?
Que exames você solicitaria na investigação deste caso?
O que é tuberculose latente?
Quais são as indicações para tratamento de tuberculose latente?
Qual a importância do teste molecular (Gene Xpert) no diagnóstico da tuberculose.
Qual o esquema terapêutico para este paciente?
Fonte: SBPT adaptado
CASO 2
MRC, mas. 18 anos, deu entrada no PS queixando-se de dispneia e tosse com início há cerca de 2 semanas, após ter feito um acampamento em Presidente Figueredo com visita às cavernas da região. Não apresenta reato de doenças crônicas, nunca fumou e refere que não se expôs a produtos químicos irritantes. No exame físico encontra-se dispnéico, FC: 20 ipm, com uso da musculatura acessória. Na ausculta pulmonar observa-se crepitantes finos bilateralmente.
Gasometria arterial realizada na internação:
pH: 7,50 PaO2: 80 mmHg PaCO2: 33 mmHg HCO3: 18 mEq/L
A seguir você tem a tomografia do tórax realizada na paciente
Discussão do caso:
Quais as hipóteses disgnósticas mais prováveis?
Como você interpreta esses achados tomográficos?
Interprete esta gasometria arterial
Como você confirmaria as suas hipóteses diagnósticas?
Qual o tratamento que adotaria neste paciente?
CASO 3
Paciente de sexo feminino, 18 anos, natural e procedente de São Paulo, casada, sem filhos. Encaminhada ao serviço em março de 2016.
Apresentava há um ano quadro de dispneia progressiva, no momento até mesmo em repouso, com edema de membros inferiores e tontura aos mínimos esforços. Irmã falecida aos 20 anos por quadro de cardiopatia que não sabia descrever. Ao exame físico inicial, apresentava hiperfonese de P2 e edema 2+/4+, sem outras alterações. Trazia um ecocardiograma com dilatação do ventrículo direito (VD), pressão sistólica de artéria pulmonar (PSAP) 110mmHg (nl < 35mmHg) e ventrículo esquerdo sem alterações, com fração de ejeção de 65%. Optado por prosseguir a investigação do quadro.
Que situações clínicas este quadro sugere?
Quais os exames complementares adicionais você pediria considerando a hipótese diagnóstica principal mais adequada e suas características clínicas e epidemiológicas?
A paciente realizou cintilografia de inalação/perfusão, que foi negativa. A angiotomografia de tórax também não apresentava evidências de TEP. Ademais, a prova de função pulmonar era normal, ultrassom de abdome superior sem alterações, sorologias para HIV e Hepatites Virais negativas e screening para doenças reumatológicas também negativo. Teste de caminhada de 6 minutos de 427m e BNP 686pg/dL. O cateterismo cardíaco direito apresentava pressão de átrio direito (AD) de 11mmHg, pressão média de artéria pulmonar (PMAP) de 67mmHg, pressão de oclusão de artéria pulmonar (POAP) de 10mmHg, débito cardíaco (DC) de 3,3L/min (índice cardíaco (IC) de 2,0L/min/m2) e resistência vascular pulmonar (RVP) de 17,3WU. Além disso, o teste de vasorreatividade com óxido nítrico foi negativo. Desta forma, chegou-se ao diagnóstico de Hipertensão Arterial Pulmonar Idiopática (HAPI) não responsiva ao teste de vasorreatividade com NO.
Qual a importância destes exames negativos?
Para que serve a medida do BNP?
Explique os resultados do cateterismo cardíaco direito
Para que serve o teste do Óxido nítrico?
Qual a condução terapêutica neste caso?
Fonte: SBPT adaptado
Caso 4
JSM, fem; 45 anos; comerciária
QP: Falta de ar intensa
HDA: Paciente com diagnóstico prévio de asma brônquica feito há 10 anos com episódios frequentes de crises de broncoespasmo acompanhado de sibilos e tosse produtiva. Desde então vem fazendo uso de broncodilatador quando em crise com melhora parcial dos sintomas. Refere que no último ano os sintomas pioraram, com aumento da intensidade das crises, agora associado com muita expectoração muco-purulenta e pouca resposta ao broncodilatador, sendo medicada frequentemente com antibióticos
Exame físico: REG; LOTE; afebril; baqueteamento digital
FC: 86 bpm; RR; 2T; BNF; SS
FR: 16 ipm; eupneica em repouso; tórax discretamente hiperinsuflado; MV presente; presença de estertores bolhosos e crepitantes nas bases pulmonares bilateralmente.
HPP: Internações por pneumonia
Discussão do caso
Considerando a história da paciente quais são as suas hipóteses diagnósticas?
Como confirma-las?
Qual a causa da piora da asma brônquica da paciente?
Como tratar a paciente?