Escola de Vivência Cristã
Estruturas Operacionais do MCC
Por estruturas operacionais entendem-se aquelas estruturas que ajudam o Movimento a alcançar seus objetivos. Fundamentalmente são duas: a ESCOLA e os GRUPOS EXECUTIVOS (ASSEMBLÉIA).
A ESCOLA VIVENCIAL
Tão importante é a Escola no contexto do MCC, que se costuma dizer que "sem Escola é impossível o Movimento de Cursilhos". A Escola, como cérebro do Movimento, tem um papel importante no contexto do Movimento seja como animadora da conversão integral e progressiva, sobretudo dos responsáveis, seja como importante instrumento de integração do MCC nas Diretrizes da Ação Evangelizadora.
A Escola nasce, primordialmente, da disposição interior do cristão leigo de ser discípulo ou aprendiz do único Mestre: "Vocês dizem que eu sou o Mestre e o Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo" (Jo 13,13). Essa disposição interior para um projeto de vida de discipulado, gera um clima propício de aprendizagem dos valores do Reino de Deus, de proclamação desses valores; de busca e descoberta do Plano de Deus e da Graça e, conseqüentemente, do seguimento de Jesus. A disposição interior para ser aprendiz de Jesus exige o que João Paulo II chama de "vigilância", que "qual cuidadosa atenção à voz de Deus, é uma atitude fundamental e permanente do discípulo" (ChL 58).
Ao se reunirem vários cristãos leigos, com a disposição interior e num clima de discipulado, percebem que "para agir em fidelidade à vontade de Deus, é preciso ser capaz e tornar-se cada vez mais capaz" (idem). Eis, então, uma definição de Escola: uma comunidade de cristãos que, desejando ser discípulos, procuram capacitar-se para "conhecer cada vez mais as riquezas da fé e do Batismo e vivê-las em plenitude crescente" (Ibid 59). Na dinâmica desse conhecimento incluem-se a convivência fraterna, o estudo da Palavra de Deus e sua conscientização, a planificação racional da ação evangelizadora e os caminhos do MCC para atingir seus objetivos. A Escola é, pois, fundamentalmente, vivencial.
Por ter características tão especiais, a Escola é mais do que um local, uma data e uma hora marcadas; não confere diplomas e nem promove formaturas. É uma definição e um clima constante de encontro e de formação. Entretanto, como todas as iniciativas humanas que necessitam de relacionamento para se tornarem visíveis, a Escola exige uma certa organização. Que deverá ser uma organização certa, pela seriedade das coisas de que trata e pela profundidade de seus objetivos.
Por nascer da vida e da realidade do cristão, por resultar de uma disposição e de um clima de discipulado, a Escola é vivencial, como já se afirmou. Sendo vivencial, está aberta à análise, ao estudo e à crítica dos desafios e dos problemas contemporâneos, sempre à luz da fé e dos critérios do Reino de Deus. Por isso, a Escola se torna um instrumento de formação integral do cristão leigo não apenas para ser responsável no MCC ou no Cursilho de Três Dias, mas sobretudo, para "viver em unidade".
Já se disse alhures, repetindo Puebla, que o cristão leigo tem o direito de receber uma formação integral, "primordialmente em seus mesmo movimentos e associações" (Pb 794).João Paulo II, na ChL enfatiza a formação integral dos cristãos leigos. Esta formação abrange vários aspectos abordados na mesma Exortação Apostólica:
Formação espiritual: "cada um é chamado a crescer incessantemente na intimidade com Jesus Cristo, na conformidade com a vontade do Pai, na dedicação aos irmãos, na caridade e na justiça (ChL 60);
Formação doutrinal: revela-se hoje cada vez mais urgente no sentido de aprofundamento da fé, mas também pela exigência de "racionalizar a esperança" (idem). Numa realidade de mundo que, praticamente, desconhece a esperança e, por isso, vive o desespero, o cristão, ressuscitado com Cristo para a Vida Nova, tem de saber dar razão da esperança (cf. 1Pd 3, 15). Esperança de transformação evangélica da realidade temporal; esperança de "uma nova terra" onde haja justiça, solidariedade, fraternidade e perdão; esperança, por isso, do Reino definitivo;
Formação social: nesse campo está a "decidida promoção da cultura" e, "em particular, sobretudo para os fiéis leigos, de várias formas empenhadas do campo social e político, é absolutamente indispensável uma consciência mais exata da doutrina social da Igreja...". Abundantes são os recursos nessa área, especialmente na Igreja no Brasil: há inúmeros documentos produzidos quer pelos Bispos em conjunto (CNBB), quer singularmente, em suas dioceses. Cresce a importância desses documentos e do seu conhecimento pelos cristãos brasileiros, sobretudo porque eles nascem, via de regra, do contato vivo com as realidades e da experiência, quase sempre dolorosa, das Igrejas locais perante situações iníquas e atentatórias à dignidade humana. Como poderiam os cristãos leigos compreender e assumir essas situações de conflito, desconhecendo a motivação mais profunda e a razão de ser de atitudes e gestos de solidariedade praticados pela sua Igreja? "A doutrina social da Igreja é, todavia, dinâmica, isto é, adaptada às circunstâncias dos tempos e lugares. É direito e dever dos pastores propor os princípios morais, também sobre a ordem social, e é dever de todos os cristãos dedicar-se à defesa dos direitos humanos; a participação ativa nos partidos políticos é, todavia, reservada aos leigos" (cf ChL 60);
Formação no campo dos valores humanos: necessária para a eficácia da ação missionária e pastoral. Na ChL cita-se o Decreto Conciliar sobre a atividade apostólica dos leigos onde se insinua a importância da competência profissional, o sentido da família e o espírito de justiça e de honradez "sem os quais nem sequer se pode dar uma vida cristã autêntica". (cf. AA 4). A Escola não tem formas ou fórmulas fixadas ou estereotipadas. Estas nascem, mais de uma vez, das necessidades e das oportunidades para o amadurecimento na fé. De maneira especial, incidem as exigências da Nova Evangelização quanto aos métodos e a expressão. Também na Escola é necessária a coragem do Espírito Santo para inovar e adaptar-se, de acordo com as circunstâncias e com a manifestação dos desafios da modernidade à evangelização. Nos limites de uma sistematização que favoreça a participação ativa de todos, cabe à Escola organizar temas, simpósios, seminários, encontros ou cursos de atualização para favorecer a inculturação do Evangelho. Os temas axiais do MCC - Plano de Deus, Graça, Reino de Deus e seu valores e o Seguimento de Jesus em sua prática de vida - poderão e deverão orientar essas iniciativas.
A Escola, enfim, é a garantia da unidade do movimento; a mola mestra propulsora de sua ação transformadora nos ambientes; o centro das decisões; o laboratório onde se gestam as iniciativas pastorais do movimento; o manancial indispensável de onde deveria jorrar o entusiasmo para a perseverança no processo de conversão integral do cristão leigo; o momento mais intensamente participativo e integrador das forças apostólicas;
o clima comunitário de discipulado do único Mestre e Senhor e o ponto de encontro dos discípulos que, partilhando experiências e projetos, "estão cheios de alegria e do Espírito Santo" (At 13,52).
Escola Formação MCC Rondonópolis:
2ª Feira - 19:30hs - CENCON - Bom Pastor