Organização e Curadoria
Breno Araújo, membro do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) e gerente de Grãos da Rehagro
18/05/2023
Período vai até 15 de setembro; Indea-MT realiza fiscalizações nas propriedades; Foto: Wenderson Araujo/CNA
12/04/2023 | Indea-MT
O período, definido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) pela portaria nº 781 divulgada ontem (10.03), terá a duração de 90 dias. Essa medida, anualmente adotada, é tomada para evitar a multiplicação da ferrugem asiática durante a entressafra, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
O prazo definido do vazio sanitário, segundo a coordenadora de Defesa Sanitária Vegetal do Indea, Silvana Amaral, ajuda a diminuir a incidência do fungo. Ela explica que o tempo de 90 dias minimiza a quantidade de esporos de fungo causadores da doença e atrasa a ocorrência da doença na safra seguinte.
Os efeitos diretos da ferrugem asiática na soja são o amarelecimento e o bronzeamento das folhas e sua queda prematura, impedindo a plena formação dos grãos. Quanto mais cedo ocorre a desfolha, menor é o tamanho dos grãos e menor o rendimento e qualidade do produto colhido.
No período do vazio sanitário o Indea realiza fiscalizações nas propriedades, e se necessário coleta amostras para serem analisadas pelo Laboratório de Sanidade Vegetal. O produtor que descumprir a medida fitossanitária fica sujeito à multa e a realização de destruição das plantas vivas de soja.
Na safra 2022/2023 foram cadastradas no Indea o total de 13.699 propriedades com plantio de soja, com área declarada de mais de 10,5 milhões de hectares plantados e o número de 8.220 produtores.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/vazio-sanitario-da-soja-comeca-no-dia-15-de-junho-em-mato-grosso
Produção de milho faz Brasil se aproximar de ser o maior exportador mundial
24/04/2023 | Fábio Bouças
Para Fábio Pìzzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, a expectativa positiva pode representar uma quebra de paradigma no mercado externo. “Os Estados Unidos sempre foram reconhecidos pela sua produção e exportação de milho, que estão presentes na cultura norte-americana como um todo. Porém, estamos vendo um crescimento significativo do nosso país, principalmente quando tratamos de preço e da qualidade dos nossos produtos”, apontou o executivo.
Ainda segundo as informações da consultoria de mercado, a possível liderança do Brasil como maior exportador de milho em 2023 será o resultado de uma conjuntura específica, relacionada à lenta exportação dos Estados Unidos e aos preços pouco competitivos do milho norte-americano. Os produtores norte-americanos retiveram o milho e optaram por vendê-lo posteriormente, o que elevou os preços e impulsionou as exportações brasileiras nos últimos meses de 2022 e no início de 2023.
“Existem aspectos que precisam ser observados, principalmente quando tratamos da questão climática, que é de grande importância para a nossa agricultura. Porém, acredito nos resultados postivos”, afirmou Pizzamiglio.
Mas mesmo com o país tomando a liderança, a produção de milho nos países das Américas, Brasil e Estados Unidos, apresenta perspectivas promissoras para as próximas safras, de acordo com relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) do Brasil. O Brasil espera alcançar uma produção de 133 milhões de toneladas de milho na safra 2023/24, com uma área de 22,8 milhões de hectares a serem colhidos, representando um aumento em relação à safra anterior. A Conab também estima um aumento de 9% na produção total de milho em relação ao ano anterior, chegando a 123,7 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, a produção esperada é de cerca de 348,76 milhões de toneladas em 2023, com uma produtividade estimada de 181,28 sacas por hectare. Esses números indicam uma perspectiva positiva para o setor do milho nessas nações, impulsionada pelo aumento da área plantada e pelo investimento em tecnologia e manejo agrícola.
“O preço do milho brasileiro será o grande diferencial nesta disputa com o produto norte-americano. Além disso, os esforços brasileiros em relação a qualidade do cereal e a sustentabilidade, são diferenciais que farão o nosso milho ser adquirido por mais mercados. E ainda há espaço para a expansão do mercado externo”, analisa Pizzamiglio.
Além do milho, o Brasil também espera colher safras recordes de soja e algodão herbáceo em 2023, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção de soja é estimada em 147,2 milhões de toneladas, um aumento de 23,2% em relação ao ano anterior. Adicionalmente, é esperado que a colheita de sorgo alcance a marca de 3,1 milhões de toneladas, indicando um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior, ainda de acordo com os dados do IBGE.
Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que atualmente o Brasil é o segundo maior player no mercado mundial de grãos, com uma fatia de 19% das exportações internacionais. Nas últimas duas décadas, as exportações brasileiras ultrapassaram 1,1 bilhão de toneladas, representando 12,6% do total exportado globalmente.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/brasil-se-aproxima-de-se-tornar-o-maior-exportador-mundial-do-milho
Engenheiro agrônomo Luis Kasuya - Kasuya Inteligência Agronômica
24/04/2023 | Cultivar, com informações de Fernanda Campos
No ano passado, a Kasuya Consultoria fez aplicação estratégica de inseticida em alguns talhões, em virtude da presença da Rachiplusia nu, numa área da oleaginosa na Bahia monitorada pela empresa. Kasuya destaca que o monitoramento integrado de pragas (MIP) é essencial para o manejo não só da Rachiplusia nu, mas também de outras lagartas, como a Spodoptera frugiperda.
Várias consultorias atuantes na fronteira agrícola também reportaram registros de presença e pressão da Rachiplusia nu, principalmente em lavouras dos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Paraná. Kasuya ressalta que, se a praga entrar na lavoura na fase vegetativa, será fácil controlar, mas se aparecer na fase reprodutiva, quando a soja já “fechou”, haverá necessidade de mudar a estratégia, inclusive a tecnologia de aplicação.
Por ser uma lagarta com ação desfolhadora, é fundamental evitar perdas foliares na cultura. Segundo Kasuya, variedades mais modernas de soja têm baixo índice de área foliar (IAF). Por isso, ele recomenda preservar a área foliar das plantas e manter elevadas as taxas fotossintética e da massa de mil grãos (MMS), que interferem positivamente na produtividade das lavouras.
Mais informações sobre a Rachiplusia nu podem ser obtidas na matéria publicada pela Revista Cultivar: resistência de lagarta à soja Bt preocupa produtores de MS.
FOTO - Rachiplusia nu - Foto: divulgação AgBiTech
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/praga-de-lagarta-rachiplusia-nu-preocupa-produtores-de-soja-no-oeste-da-bahia
Plataforma AGLIBS embasa comercialização de créditos no mercado mundial e ainda mede 22 parâmetros do solo;
Foto: Agrorobótica/Embrapa
25/04/2023 | Embrapa
Ela foi desenvolvida alinhada a critérios científicos aceitos internacionalmente e tem como base a tecnologia LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy), a mesma técnica que a agência espacial norte-americana (Nasa) embarcou nos robôs para avaliação do solo do Planeta Marte. No segundo semestre de 2022, a tecnologia LIBS foi aprovada mundialmente pela certificadora americana Verra, que gerencia o principal programa voluntário de mercados de carbono do mundo, o Programa Verified Carbon Standard (VCS).
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Débora Milori, que coordena o Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf), a LIBS é uma técnica espectro analítica rápida, reprodutível e limpa. “Ela usa pulsos laser de alta energia para criar um microplasma na superfície da amostra, e assim, determinar a sua composição química. Por ser uma técnica analítica direta, ela pode ser aplicada a uma grande variedade de amostras em diferentes estados físicos da matéria”, explica Milori.
Segundo ela, na agricultura, o LIBS permite analisar a composição química de solos sem a necessidade de um laborioso preparo de amostras e qualquer geração de resíduos químicos. Portanto, o uso do LIBS na Agricultura e Meio Ambiente é tão inovador e sustentável.
O CEO da Agrorobótica, Fábio Angelis, informa que a tecnologia faz análises de 22 parâmetros do solo e que seus hardware e software estão em fase de patenteamento. Entre os parâmetros medidos estão: carbono quantitativo e qualitativo dos solos, textura (teores de areia, silte e argila), estoque de carbono no solo (t/ha), densidade do solo, pH, macro e micronutrientes, tudo de forma rápida, econômica e precisa, sem gerar resíduos químicos.
“É diferente dos métodos de análise de solos convencionais que utilizam vários reagentes químicos para extrair esses nutrientes do solo e usam mais de dez métodos de medidas diferentes para obter a mesma informação que o LIBS mensura com um único tiro laser”, compara Angelis.
A nova tecnologia é capaz de analisar mais de 1,2 mil amostras de solo diariamente, enquanto laboratórios que aplicam as metodologias tradicionais realizam em média de 800 a 900 amostras mensalmente. Na fase experimental, nos últimos 12 meses, a plataforma de IA AGLIBS analisou amostras de solo envolvendo culturas de café, soja, milho algodão, pasto degradado, sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) de 75 pequenos, médios e grandes produtores rurais. No total, foram 600 mil hectares mapeados, de 17 estados brasileiros. Dentro dessa atuação da Agrorobótica, foi possível construir um banco de solos espectral com mais de 300 mil espectros de solos brasileiros de todos os biomas.
A empresa aposta em um modelo de prestação de serviços diferenciado para a nova tecnologia, oferecendo consultoria aos agricultores que fazem adesão ao programa de carbono.
Segundo Angelis, os serviços têm início com o envio do Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade sobre o qual todo o planejamento amostral estratégico do projeto é realizado. Esse trabalho leva em consideração múltiplas informações para uma amostragem inteligente representativa.
“Esses dados são enviados para a equipe de coleta no campo que acessam as informações via aplicativo de celular. A coleta de solo é georreferenciada e cada amostra de solo é identificada com QRcode único. As informações do campo são enviadas para a nuvem e acessadas antecipadamente pela equipe da Agrorobótica. Em seguida essas amostras são transportadas para o Centro Fotônico da Agrorobótica onde cada amostra é rastreada e identificada,” descreve o CEO.
A diretora de Pesquisa e Operações (CTO) da Agrorobótica, Aida Bebeachibuli, explica que depois é feita a aquisição espectral de cada um dos solos com a tecnologia AGLIBS. Essas informações são carregadas na nuvem e processadas com um software de IA AGLIBS que gera um relatório completo para a interpretação agronômica com informações de parâmetros de sustentabilidade, como o carbono quantitativo, qualitativo e o estoque de carbono no solo, além dos parâmetros de fertilidade do solo.
“Após a emissão do relatório analítico AGLIBS, mapas de recomendação agronômica são elaborados e o agricultor poderá acessá-los por meio da plataforma digital IA AGLIBS com usuário e senha específicos. As informações vão auxiliá-lo na sua tomada de decisão com práticas sustentáveis, como Sistemas Plantio Direto (SPD), Sistemas de ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta), entre outros, alinhadas com suas metas de neutralidade de carbono e aumento na sua produtividade agrícola,” detalha Bebeachibuli.
Os diretores da Agrorobótica esclarecem que, após a coleta e levantamento de todas as informações das atividades da fazenda e da digitalização do solo com a AGLIBS, a plataforma permite contabilizar a pegada estoque de carbono, que é um inventário com todas as fontes e sumidouros de gases de efeito estufa (GEE) influenciadas pelas atividades dentro dos limites geográficos da fazenda.
“Todos os serviços inclusos na plataforma são rastreáveis e auditáveis para manter confiança pública aos resultados gerados por ela. Todos os processos envolvidos empregam boas práticas laboratoriais e seguem um padrão de qualidade internacional como a ABNT NBR ISO 14064_2007. Essa norma trata da especificação e orientação a projetos para quantificação, monitoramento e elaboração de relatórios das reduções de emissões ou da melhoria das remoções de gases de efeito estufa,” informa a CTO.
Angelis lembra que a plataforma está alinhada às orientações das metodologias da certificadora internacional VERRA, o que permite a certificação do carbono e da fertilidade no solo. Por fim, o crédito de carbono será gerado e convertido em Unidades de Carbono Verificadas (VCU, sigla em inglês), que pode ser negociado no mercado voluntário internacional e prover uma monetização inovadora para o agricultor.
O CEO da Agrorobótica estima que a plataforma de IA AGLIBS permitirá estabelecer incentivos econômicos e instrumentos de mercado aptos a remunerar agricultores que adotem sistemas sustentáveis de produção. Ele acredita que o Brasil poderá abrir uma oportunidade de se consolidar como o maior mercado mundial de crédito de carbono até 2030, com uma movimentação prevista de mais de US$ 100 bilhões, com a tecnologia auxiliando na construção desse mercado de carbono brasileiro.
“Além disso, o programa de baixo carbono insere o agricultor para uma política de Governança Corporativa, Social e Ambiental (ESG, sigla em inglês) valorizando as commodities agrícolas”, conclui Angelis.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/natamicina-pode-ser-usada-em-sementes-de-soja-no-brasil
26/04/2023 | Seab
“Nosso objetivo aqui é integrar os parceiros e financiadores da rede, estabelecer as estratégias de integração e, também, mecanismos para divulgar os resultados das pesquisas que serão realizadas para a comunidade acadêmica e, principalmente, para os produtores”, afirmou a diretora de pesquisa e inovação do IDR-Paraná, Vania Moda Cirino.
Além do IDR-Paraná, estão envolvidas na iniciativa a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), UEL (Universidade Estadual de Londrina), Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná), UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), UniCesumar, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Cerrados e as cooperativas Coamo, Cocamar, Copacol e Integrada.
“O enfezamento é um novo problema e a estratégia tecnológica está para ser desenvolvida para que a gente aprenda a conviver e superá-lo. Buscar cultivares tolerantes ou, no mínimo, encontrar o melhor manejo”, afirmou o secretário de agricultura e abastecimento, Norberto Anacleto Ortigara, em pronunciamento por videoconferência.
A cooperação envolve doze projetos de pesquisa agronômica, abrangendo a avaliação — no campo e em ambiente controlado — da tolerância de cultivares de milho disponíveis no mercado, o monitoramento de populações de cigarrinha-do-milho e, ainda, o seu controle com inseticidas sintéticos e biológicos.
Também em participação por videoconferência, o secretário de ciência, tecnologia e ensino superior, Aldo Nelson Bona, destacou a importância de utilizar a estratégia de colaboração entre instituições como estratégia. “Tudo o que temos de bom em termos de ativos tecnológicos deve estar cada vez mais conectado com as demandas da sociedade. Nessa parceria, governo, academia e sociedade se articulam para resolver os problemas do cotidiano por meio do conhecimento”, disse ele.
O investimento previsto é de R$ 3,8 milhões, recurso proveniente da Fundação Araucária — entidade de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico vinculada à Seti (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná) —e do Senar-PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). A duração dos projetos é de três anos.
A doença envolve um inseto, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que transmite o vírus da risca e as bactérias fitoplasma e espiroplasma , também conhecidas como molicutes. Por isso, os técnicos a denominam “complexo” do enfezamento.
A cigarrinha se contamina ao sugar a seiva de plantas infectadas e transmite os patógenos quando se alimenta novamente em lavouras sadias. Ela pode voar em um raio de 30 quilômetros, mas, transportada por correntes de ar, pode alcançar distâncias maiores.
A infecção das plantas ocorre no período que vai da emergência até cerca de 35 dias, embora os sintomas — manchas vermelhas ou amarelas nas bordas das folhas ou em formato de riscas (que revela a presença do vírus) e pouco desenvolvimento das plantas — se manifestem com a lavoura já em fase de pendoamento e formação de grãos.
Ivan Bordin, pesquisador do IDR-Paraná responsável pela coordenação do trabalho cooperativo, explica que a estimativa de perdas causadas exclusivamente pela doença é uma tarefa complexa. “Há outras doenças e a questão climática envolvida. Mas, na última safra, observamos casos de produtores que utilizaram cultivares altamente suscetíveis semeadas em época desfavorável que perderam 100% da colheita”, aponta.
O complexo do enfezamento foi primeiramente detectado no Oeste do Paraná há cerca de 20 anos, em ocorrências esporádicas e localizadas. A partir de 2017 começaram a aumentar os relatos de sua presença nas lavouras.
Na safra 2019-2020, extensionistas e técnicos da Adapar realizaram coletas de plantas, cigarrinhas e tigueras em diferentes regiões produtoras do Estado, e o IDR-Paraná confirmou a presença do vírus da risca e das bactérias fitoplasma e espiroplasma.
Até o momento, as principais recomendações para lidar com a doença são o uso de cultivares tolerantes e vistorias constantes no período que vai da emergência das plantas até o estágio de oito folhas, com o objetivo de avaliar a presença da cigarrinha e a necessidade de seu controle com inseticidas químicos ou biológicos.
Também se recomenda o uso de sementes tratadas e a semeadura simultânea em uma mesma região para evitar a chamada “ponte verde”, que é a existência de lavouras em diferentes etapas de desenvolvimento e, com isso, oferta de alimentos e estímulo à migração das cigarrinhas e ao reinício do ciclo de contaminação de cultivos.
A eliminação de tigueras, ou plantas guaxas, do terreno é importante para interromper o ciclo da cigarrinha e dos patógenos.
O projeto cooperativo se dá no âmbito da Rede Paranaense da Agropesquisa e Formação Aplicada, criada pela Seab (Secretaria de Agricultura e do Abastecimento) e a Seti com o objetivo de estruturar redes de inteligência e fomentar o trabalho compartilhado de pesquisa agropecuária no Paraná.
Participam do encontro, pelo IDR-Paraná, Rafael Fuentes Llanillo, Altair Sebastião Dorigo e Cristovon Videira Ripol, respectivamente diretor de integração, diretor de negócios e gerente regional em Londrina; Luiz Márcio Spinosa, diretor de ciência, tecnologia e inovação da Fundação Araucária e Débora Grimm, diretora técnica do Senar-PR, além de pesquisadores e representantes de todas as entidades envolvidas na nova rede de pesquisas.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/enfezamento-do-milho-tem-rede-de-pesquisa-no-parana
02/01/2023 | Schubert Peter
A natamicina resulta de um metabolito secundário de algumas espécies de bactérias do gênero Streptomyces. É produzida em escala industrial pela fermentação de várias cepas dessas bactérias.
O titular do registro 34022 no Brasil é "Prophyto Comércio e Serviços Ltda", de São Paulo.
Todavia, em nível mundial, há patente desse uso de natamicina para Shandong Freda Biotechnology Co., Ltd (inventores: Yan Zhen, Su Yishan, Zhu Xiqiang, Li Haijun e Ling Peixue).
Aliás, as companhias chinesas Freda Biotechnology e ChiHon Biotechnology são as empresas autorizadas a fabricar o produto a ser vendido no Brasil.
Por outro lado, os formuladores do Ceramax são CJB Applied Technologies, LLC (Estados Unidos) e Ceradis B.V. (Holanda). A última detém o registro da marca na Holanda. No Brasil, até o momento, não há pedido para registro da marca na categoria adequada ao caso.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/natamicina-pode-ser-usada-em-sementes-de-soja-no-brasil
Mosca-braca - Foto: Sebastião Araújo
31/01/2023 | Embrapa, edição e acréscimos Cultivar
O Lalguard Java foi formulado a partir de uma cepa do fungo Cordyceps javanica, que demonstra eficiência no controle de ninfas (forma jovem) e adultos de mosca-branca, especialmente por seu comportamento classificado como “caçador” (cresce extensivamente a partir de insetos mortos e infecta outros insetos nas folhas), o que resulta em alta mortalidade da praga.
Aliado a isso, é inofensivo a seres humanos e outros vertebrados e apresenta baixo impacto em insetos benéficos, que atuam como inimigos naturais de pragas no campo.
O bioproduto é resultado de uma pesquisa que começou em 2012 e envolveu especialistas da Embrapa. Houve um trabalho de coleta do fungo em áreas com alta mortalidade natural de mosca-branca em cultivos de soja, feijão, milho, goiaba, tomate e algodão, nos estados de Goiás e Maranhão, e no Distrito Federal.
As cepas do fungo coletadas de ninfas e adultos da mosca-branca a campo foram isoladas em meio de cultura para dar início às pesquisas. Após essa etapa, foi conduzida análise molecular, via sequenciamento genético, para determinar as espécies presentes nas amostras, quando foram identificadas 11 cepas do fungo Cordyceps javanica. O passo seguinte foi testar essas amostras quanto ao grau de efetividade para controle de mosca-branca em experimentos de laboratório, casa telada e campo. O resultado desses trabalhos foi a seleção da cepa BRM 27666 de Cordyceps javanica.
Além do estabelecimento do zoneamento climático favorável para a cepa selecionada, foi avaliada ainda a sua compatibilidade com mais de 30 produtos comerciais comumente utilizados nos cultivos, entre adjuvantes, inseticidas, fungicidas e herbicidas. O objetivo foi testar se havia algum efeito tóxico de produtos químicos sintéticos sobre a eficiência do componente fúngico (esporos ou conídios) no controle da mosca-branca.
A BRM 27666 mostrou eficácia em ambientes com alta ou baixa umidade, o que é um ponto positivo para sua aplicação nas lavouras. Além disso, essa cepa se multiplica dentro do hospedeiro, produzindo muitos esporos, que são as estruturas de disseminação do fungo, podendo ser espalhados pelo vento, pela chuva ou pelo próprio inseto, causando novas infecções.
Em 2015, foi firmada uma parceria com a empresa canadense Lallemand Plant Care, com sede no Brasil, em Patos de Minas (MG), que foi a responsável por transformar todo o conhecimento gerado em um bioproduto. Trata-se de um formulado em pó molhável, aplicado via pulverização foliar, que contém conídios do fungo, ou seja, estruturas de germinação, que penetram na mosca-branca por contato, sem a necessidade de ingestão, o que é um aspecto importante, pois não depende da alimentação do inseto para a infecção.
De acordo com o fabricante Lallemand Plant Care, o Lalguard Java possui bom tempo de vida de prateleira, ou seja, cerca de um ano, se armazenado em condições adequadas e com controle de temperatura.
A entomologista da Embrapa Eliane Quintela, uma das responsáveis pela pesquisa que deu origem ao produto, explica que o novo bioinseticida foi testado em todas as safras (verão, seca e inverno) para controle de mosca-branca nas culturas que são atacadas pela praga. Segundo ela, trata-se de mais uma opção às limitadas estratégias de controle desse inseto.
“Esse bioinseticida confere proteção às plantas, deixa zero resíduo no alimento e é compatível com outros inseticidas, herbicidas e adjuvantes. O produto reduz também a possibilidade de resistência da mosca-branca e causa baixo impacto em insetos benéficos às lavouras, sendo uma alternativa aos defensivos químicos convencionais”, acrescenta Quintela.
Ela destaca o potencial do novo insumo como ferramenta a ser incorporada aos programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP) em cultivos de importância socioeconômica para o Brasil, como algodão, soja, feijão, tomate, batata, melão, melancia e plantas ornamentais, entre outros.
“A perspectiva de uso do Lalguard Java deve estar alinhada com o conjunto de práticas de MIP voltadas à manutenção equilibrada do nível populacional da mosca-branca no campo, agregando a rotação de culturas e de cultivares, realizando o monitoramento de insetos nas lavouras e observando os períodos de vazio sanitário estabelecidos em cada localidade do País, onde plantas hospedeiras de mosca-branca não podem ser cultivadas”, conclui Quintela.
O produto acima exposto decorreu de contrato de pesquisa e desenvolvimento celebrado entre as partes. Não se trata de uma PPP (Lei 11.079/05) como divulgado nas informações enviadas à imprensa, mas de outro tipo de negócio jurídico (Contrato 20200.23/0006-6). Anteriormente, houve celebração de contrato para pesquisa (20200.20/0118-2 e aditivos).
De acordo com informações constantes no site da Embrapa, o acordo vigorará por 10 anos. Pelos primeiros cinco, a empresa pública concede à Lallemand exclusividade no fornecimento do isolado Cordyceps javanica BRM 27666.
Em termos financeiros, a Embrapa receberá royalties de 7% dos valores líquidos dos produtos comerciais faturados pela Lallemand. Por valores líquidos, entendam-se deduzidos da base de cálculo produtos devolvidos, descontos incondicionais e ICMS.
No instrumento de contrato, as partes estimaram o valor a ser pago à Embrapa em R$ 51.030.027,82 (cinquenta e um milhões, trinta mil vinte e sete reais e oitenta e dois centavos). Isso considerando os dez anos de vigência.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/bioinseticida-para-controle-da-mosca-branca-chega-ao-mercado
Dados coletados foram reunidos em uma plataforma que traz dados espaciais sobre a ocorrência de plantas daninhas. Na foto, soja com a planta daninha buva (Conyza spp); Foto: Decio Karam
24/01/2023 | Embrapa
Além de gerar informações sobre a presença de plantas daninhas em lavouras de diferentes estados do Brasil, o projeto buscou caracterizar os sistemas de produção que contribuem para o manejo de plantas daninhas. A ideia é mostrar para o produtor que, se o investimento em insumos for feito da forma correta, valerá a pena e não causará prejuízos na rentabilidade da lavoura.
O trabalho foi estruturado em ações específicas. A primeira foi o levantamento das espécies existentes e a caracterização da resposta de herbicidas nas populações das plantas daninhas, para detectar a resistência ou não. Em seguida, foram montados experimentos para o desenvolvimento de estratégias de manejo e de prevenção da resistência.
O primeiro passo foi coletar e selecionar as sementes de plantas daninhas que sobreviveram à aplicação de herbicidas. “As sementes foram levadas para reprodução nas Unidades da Embrapa e, em seguida, colocadas para germinar e emergir. Com as plantas dessas sementes germinadas, foram realizadas triagens (screening) com diferentes herbicidas para identificação da resistência ou da suscetibilidade”, relata o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Décio Karam, líder do projeto.
Para aferir a resistência, os pesquisadores seguiram uma metodologia internacional. “Porque pode haver um nível alto ou baixo de resistência ao herbicida. Para o nível mais alto, a dose para causar o efeito é maior. Após determinada dose de resposta, definimos o fator de resistência”, explica o pesquisador.
“Com esses dados do screening e da coleta, nós desenvolvemos os mapas de presença da resistência ou da suscetibilidade das espécies por região no Brasil. Então, o sistema de manejo pôde ser diferenciado em cada município, em função da presença ou não da resistência”, conta Karam.
Os pesquisadores estão também monitorando as novas espécies que têm sido questionadas sobre resistência, que são o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica - foto à direita) e o caruru (Amaranthus hybridus), além das que já eram estudadas. Foram testados 15 herbicidas em 2.050 amostras, em 6.232 screening.
Esses trabalhos estão sendo realizados em parceria entre oito Centros de Pesquisa da Embrapa e a Bayer, em duas áreas no Mato Grosso, duas áreas em Minas Gerais, três áreas no Rio Grande do Sul e duas áreas no Paraná. Participam a Embrapa Algodão, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Clima Temperado, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Soja, Embrapa Territorial e Embrapa Trigo.
“O objetivo agora é estender a pesquisa por um período maior de tempo para demonstrar, realmente, a diferença dos manejos de plantas daninhas empregados. Queremos mostrar, onde não havia a ocorrência visível da resistência, quanto tempo o produtor irá demorar para perceber o problema na área”, comenta Karam.
As áreas foram avaliadas de acordo com os investimentos no uso de herbicidas: baixo, médio e alto investimento. “A variação dos custos dos inputs (insumos) é estabelecida pelo número de mecanismos de ação de herbicidas que se coloca no sistema de produção. Ou seja, com poucos mecanismos de ação de herbicidas, um grupo maior de herbicidas e um alto grupo”, informa o pesquisador Décio Karam.
Os mecanismos de ação e aplicação dos herbicidas são ajustados em função da região e do sistema de produção utilizado. “Os inputs para os diferentes sistemas produtivos são: soja-trigo, soja-milho, soja-algodão e soja-azevém”.
“Nosso padrão de baixo investimento é só com a utilização de dois mecanismos de ação de herbicidas, basicamente com glifosato e atrazina. Observamos que nas áreas de baixo investimento sempre ocorreu maior infestação, com exceção do experimento na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), pois aqui na nossa área não há a presença da resistência. Contudo, após quatro anos, já podem ser verificadas plantas muito esparsas no campo por causa da sobra da aplicação dos herbicidas”, afirma.
O experimento da pesquisa está instalado desde a safra de 2018, com o trigo, e em 2019, com a soja. Foram avaliadas a presença das plantas daninhas resistentes e a eficácia dos tratamentos com os diferentes níveis de ação.
“Nos sistemas avaliados, nós vimos o quanto se gastou de herbicida, e quanto o produtor teve de retorno financeiro. Ao longo de quatro anos, mesmo fazendo um alto investimento, houve maior lucratividade e melhor qualidade do produto. Assim, mesmo investindo muito no sistema de produção e com maior número de mecanismos de ação utilizados, há um retorno econômico comparado ao produtor que faz uso de baixo investimento para o manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas”, explica Karam.
Segundo ele, a eficácia dos diferentes tipos de manejo está sendo avaliada por meio do banco de sementes de plantas daninhas no solo. Com essa informação e a análise das plantas emergidas, está sendo analisada a dinâmica populacional em função dos sistemas produtivos e do investimento no manejo com herbicidas.
Além disso, há efeitos indiretos, como diminuição do banco de sementes de plantas daninhas no solo e redução da porcentagem de participação da planta daninha resistente na população de plantas daninhas da área, de acordo com o pesquisador. “Com isso, aumenta a sustentabilidade do sistema produtivo. Depois de quatro anos, constatamos que precisamos de um trabalho de longa duração na área, pois a resistência não é um efeito imediato no sistema e sim a consequência de vários anos de manejo”, diz Karam.
Todo esse trabalho de campo realizado gerou um banco de dados inéditos sobre a resistência ou suscetibilidade de plantas daninhas a herbicidas. Essas informações estão disponíveis publicamente em uma plataforma on-line desenvolvida pela Embrapa, que permite visualizá-las no mapa do Brasil, bem como na forma de gráficos.
O usuário pode fazer diferentes filtros para consultar as ocorrências: ano, tipo de cultura, tipo e espécie de planta daninha, herbicida, mecanismo de ação e tipo de resistência. Os resultados podem ser exibidos em mapas de pontos ou de calor. No primeiro tipo de mapa, ao clicar sobre um ponto, são exibidas três informações sobre a ocorrência: espécie de planta daninha, herbicidas resistentes e mecanismos de resistência. Outro recurso da plataforma é adicionar camadas que mostram as áreas cultivadas na safra 2018/2019 com alguns dos principais produtos agrícolas do País: algodão, arroz, cana-de-açúcar, milho, soja e trigo. Assim, pode-se ter uma ideia do impacto do problema para cada uma dessas culturas.
À frente desse trabalho, o pesquisador Júlio Bogiani, da Embrapa Territorial, avalia que, ao fornecer subsídios para analisar a ocorrência de plantas daninhas resistentes ou suscetíveis a herbicidas no território nacional, a plataforma favorece o entendimento dos métodos químicos de controle e das alternativas de manejo. A expectativa é que as análises dela derivadas contribuam para direcionar a pesquisa agropecuária e as ações dos órgãos de defesa fitossanitária.
Para Daniel Nigro, gerente de Soluções Agronômicas da Bayer, o grande foco desse projeto de parceria é disponibilizar as informações geradas com os resultados das estratégias de manejo integrado e de mapeamento de forma objetiva e inteligível para o público em geral. “Queremos divulgar e fomentar as estratégias do manejo integrado de plantas daninhas principalmente no controle da resistência e na evolução da resistência”, informa. “Assim, pretendemos mostrar aos produtores, acadêmicos, pesquisadores e agricultores que o investimento necessário para a adoção das estratégias de manejo integrado de plantas daninhas se paga no longo prazo”, declara, ao explicar que as vantagens não se devem somente às questões financeiras e de produtividade, mas também ao processo de desacelerar a evolução de populações de plantas daninhas resistentes aos herbicidas.
“Por isso, queremos fazer com que as informações científicas geradas sejam transmitidas à sociedade de maneira objetiva e clara, de fácil entendimento e que a plataforma ajude a aumentar a adoção dos manejos integrados de plantas daninhas pelos agricultores brasileiros,” frisa o executivo.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/estudo-nacional-mostra-panorama-da-resistencia-de-plantas-daninhas-a-herbicidas
18/01/2023 | Dayane Pozzer, edição Cultivar
Resultados recém obtidos pela instituição apontam frequência de 50% de ocorrência do complexo de fungos Diaphorte/Phomopsis; e 61% do fungo do gênero Colletotrichum spp, agente causal da antracnose, tanto na haste como na vagem de soja. A estratégia de coleta das amostras buscou contemplar os mais contrastantes cenários: plantas sintomáticas para anomalia e quebramento em cada uma das cultivares, a sensível e a menos sensível (não necessariamente imune a cada problema), bem como plantas sadias nas mesmas cultivares.
Isso gerou a base de comparação necessária que a pesquisa precisa para dar o próximo passo na direção da compreensão das causas dos dois problemas. Os resultados indicaram a presença de Diaphorte em situações nas quais não havia nenhum sintoma externo de quebramento e anomalia, nem a presença de estrias.
Karla Kudlawiec (na foto acima), pesquisadora da área de Fitopatologia e Biológicos da Fundação MT e uma das responsáveis pelos experimentos, destaca que agora estão sendo aguardados os resultados das análises moleculares.
“Também vamos continuar com as coletas e avaliação ao longo do tempo de materiais semeados em outras épocas e verificar a frequência de ocorrência desses principais patógenos. Além disso, seguimos averiguando se tanto o quebramento da haste como anomalia das vagens são causados por um mesmo agente ou se são coisas distintas”, define.
A parte molecular vai ajudar a entender quais são as espécies envolvidas e quais fatores podem modular a ocorrência ou não do problema, já que as análises encontraram o fungo Diaphorte mesmo quando não havia sintoma. A pesquisadora complementa que, embora essa linha de pesquisa seja a mais estudada nesse momento, outras linhas que envolvem a interação com nutrição das plantas e respostas de hipersensibilidade da planta ainda seguem em avaliação, uma vez que a Fundação MT possui diversos ensaios que podem contribuir com mais respostas.
Cenário da safra 2022/23
Até este momento da safra 2022/23, tanto a incidência como a severidade dos sintomas de anomalia das vagens e quebramento das hastes estão menores com relação à safra passada. No entanto, os pesquisadores alertam que nada impede que esse cenário mude, inclusive já há progressão do problema.
“De modo geral, em nossa estação em Sorriso e nas lavouras comerciais que tivemos reportes dos produtores, os sintomas nesta safra surgiram no estádio R6, diferente do ano passado que foi em R5 e R5.4”, explica Felipe Araújo, pesquisador de Fitotecnia e também responsável pelos experimentos.
As diferenças, de acordo com os especialistas, podem estar relacionadas às condições climáticas do ciclo atual, com estádios fenológicos durando mais tempo e assim os sintomas sendo observados mais tarde. Outra possibilidade apontada para a menor severidade de sintomas pode ser, por parte do produtor, pela utilização de materiais genéticos menos sensíveis ao problema. Além disso, pela construção de programas de fungicidas mais robustos, que levam em conta desde a seleção de produtos como também a adição de mais produtos em cada timing, e a ampliação do tempo de cobertura da cultura pelo programa.
Neste ponto, inclusive, também já há novidades positivas destacadas pelos pesquisadores. Nos ensaios de anomalia e quebramento da Fundação MT, também são avaliados fungicidas para mitigação do problema e os resultados variam de 4% a 24% de incidência com o uso de fungicidas e sem aplicações, respectivamente.
“Várias misturas que envolvem distintos grupos químicos estão apresentando resultados positivos, assim como fungicidas multissítios também estão somando positivamente”, relata Karla.
Revista Cultivar Grandes Culturas 281
Em artigo publicado na edição 281 da Revista Cultivar Grandes Culturas, pesquisadores haviam apresentado conclusão semelhante (Carolina Cardoso Deuner, Monikéli Aparecida da Silva, Flávia Elis de Mello, Sandra Marisa Mathioni, Victoria Oasis Regis Lessa Matos, Gustavo Cruz e Ricardo Francisco Desjardins Antunes).
Na página 28, apontaram:
"Como resultado do experimento, verificou-se que, após isolamento dos patógenos das vagens com sintomas da anomalia, houve presença do fungo Cercospora em 98% das vagens, 45% de Colletrotrichum e 33% de Phomopsis.
Para as sementes que estavam dentro das vagens, detectou-se a presença do fungo Cercospora em 27% das sementes, Macrophomina em 11%, Phomopsis em 9%, Fusarium em 7%, Colletotrichum em 1% e Corynespora em 1%.
Sendo assim, os fungos Cercospora, Colletotrichum e Phomopsis foram detectados tanto nas vagens como nas sementes.
Em experimento diversos, em que outras amostras foram analisadas, o resultado do sequenciamento da região ITS confirmou o gênero para todos os isolados de fungos.
Nas amostras de vagens, verificou-se que 48% foram identificadas como o fungo Colletotrichum, 33% como Cercospora, 16% com Phomopsis e 4% com Corynespora.
Diante dos resultados similares dos dois experimentos, mesmo sendo executado de forma independente pelas instituições, nota-se que existem patógenos como Colletotrichum, Cercospora e Phomopsis que ocorreram em ambos os experimentos, indicando que estes fungos podem estar associados com o problema da anomalia de vagens."
O material publicado na revista Cultivar Grandes Culturas pode ser lido aqui.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/pesquisadores-apresentam-novos-dados-sobre-anomalia-das-vagens
Diante das condições logísticas e avanço da colheita, os prêmios tendem a sustentar as quedas, puxando os preços da soja no mercado físico brasileiro para baixo; Foto: Wenderson Araujo/CNA
20/03/2023 | Ruan Sene, Grão Direto
A semana que passou mostrou a volta da peste suína africana na China, o aumento do percentual de mistura de biodiesel no diesel e as chances de El Niño na Ásia. Nesta semana, o contrato com vencimento em março/23 se encerrou, passando a vigorar o contrato com vencimento em maio/23, que finalizou a semana sendo cotado a U$ 14,76 o bushel (-3,02%). Já o contrato com vencimento em julho/23, a U$ 14,61 o bushel (-2,21%).
A epidemia de peste suína africana na China já começou a apresentar para o mercado o mesmo sentimento de 2021, quando o país asiático teve que abater 40% de seu rebanho de suínos. Na época, a doença colaborou para uma queda expressiva nos prêmios da soja brasileira, e agora, em 2023, isso poderá acontecer novamente, agravando ainda mais as quedas atuais. O mercado de suinocultura é o maior demandante de farelo de soja no mundo, que é usado para alimentação do rebanho e, um novo abate expressivo, diminuiria significativamente a demanda pela soja brasileira.
Por outro lado, nesta semana, o governo brasileiro decidiu que a mistura de biodiesel no diesel passará de 10% para 12% a partir do próximo mês, pretendendo chegar em 15% até 2026. Isso impacta em aumento na demanda por soja no mercado interno, já que o derivado óleo de soja é uma das matérias primas para o biodiesel, abrindo assim, novas oportunidades de venda para o produtor brasileiro.
Conforme vamos nos aproximando do início da safra norte-americana, o mercado vai ficando mais cauteloso em relação ao clima. O fenômeno La Niña está enfraquecendo, indicando uma possibilidade da ocorrência do fenômeno El Niño. Normalmente, o fenômeno apresenta um inverno menos frio, com volumes maiores de chuvas para o sul do Brasil, enquanto que nos Estados Unidos, normalmente nota-se um volume de chuvas maior com temperaturas mais elevadas, principalmente nas regiões centrais do sul e sudeste. No mais, dependendo da intensidade e variações do fenômeno, ele poderá causar fortes secas com aumento no volume de furacões e tempestades na região Leste dos Estados Unidos.
O dólar teve uma semana de alta nas cotações, fechando a US$ 5,27 (+1,15%). Durante a semana, as atenções se voltaram para o Vale do Silício, onde o maior banco financiador das startups: Silicon Valley Bank (SVB), apresentou balanços negativos, vindo à falência. Esse cenário reacende o temor de uma possível recessão econômica nos EUA, impactando o mercado global. Diante disso, mesmo com a alta apresentada na cotação do câmbio, não foi suficiente para surtir efeitos positivos nos preços da soja no mercado físico.
O que esperar do mercado de soja?
Segundo Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, para esta semana, o mercado ficará de olho na reunião do Banco Central dos Estados Unidos (FED), que deverá definir o rumo para as taxas de juros do país, logo após a quebra do SVB, tendo em vista que havia anunciado uma desaceleração nos aumentos das taxas de juros. Contudo, os temores de recessão, juntamente com as informações do Payroll, mostrando a economia aquecida, podem ser fatores determinantes para um possível aumento.
Além disso, o mercado manterá as atenções nas informações sobre o avanço da peste suína africana na China. O vírus tem um alto poder de contaminação e pode, rapidamente, se espalhar entre os suínos, causando a morte ou a necessidade de abate. Podemos ver uma fomentação no mercado interno de suínos, intensificando a demanda interna por farelo de soja, já que é utilizada para fabricação da ração para alimentação do animal.
Diante das condições logísticas e avanço da colheita, os prêmios tendem a sustentar as quedas, puxando os preços do mercado físico brasileiro para baixo. O cenário com uma diminuição da demanda chinesa, devido à peste suína, tende a fazer uma pressão de baixa nas cotações de Chicago para a próxima semana.
Como o mercado do milho se comportou na última semana?
A semana que passou foi marcada pela continuidade das negociações sobre o acordo do Mar Negro, plantio da 2ª Safra de milho e mais uma queda na expectativa da produção da Argentina. Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a U$ 6,35 o bushel (+1,28%) para o contrato com vencimento em maio/23.
As negociações do acordo de exportação de grãos do Mar Negro continuam e há um consenso de renovação. Porém, neste momento, ainda há um embate em relação à extensão do acordo, em que a Rússia defende uma renovação de 60 dias, enquanto as Nações Unidas, Turquia e Ucrânia, uma extensão de 120 dias. Um período de extensão mais curto aumenta, de forma significativa, os riscos envolvendo a logística para os navios, considerando que demora, em média, 40 dias para finalizar todo o processo de carregamento e liberação.
O plantio da safrinha 2023 continua progredindo, porém teve um ritmo mais lento na semana. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve evolução de 8,9% durante a semana, atingindo 72,5% a nível nacional. Apesar do avanço, ainda encontra-se com 14,9% de atraso em relação ao ano anterior. No geral, as lavouras seguem em bom desenvolvimento, mas ainda precisam da continuidade do clima favorável.
As exportações brasileiras continuam aquecidas, se comparadas ao ano anterior. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em apenas 8 dias úteis do mês de março, o Brasil exportou em torno de 730 mil toneladas de milho, superando as 14 mil toneladas exportadas em todo mês do ano anterior. Isso reforça a continuidade da demanda internacional pelo milho brasileiro.
O que esperar do mercado de milho?
Para Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, o clima continuará favorecendo o plantio no Brasil durante a semana, mas começa a apresentar algumas dúvidas em relação a chegada do outono no Brasil. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) aponta que essa estação é caracterizada pela transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, principalmente no Brasil Central, em um cenário que poderá frustrar a expectativa de produção recorde.
Notícias sobre a renovação do acordo de exportação envolvendo Rússia e Ucrânia poderão provocar movimentação nas cotações, principalmente se houver algum tipo de resistência ou exigências adicionais de alguma das partes envolvidas. O mercado espera que o acordo seja renovado por mais 120 dias e a exportação de milho continue.
As cotações brasileiras poderão continuar pressionadas diante das projeções otimistas de produção no país, e dessa forma, ter uma semana de desvalorização em relação aos preços.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/soja-e-milho-como-o-mercado-se-comportou-20032023
O principal fundamento para o cenário de baixa em 2022 é a forte alta dos custos com insumos no setor, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias, que tem corroído o PIB ao longo das cadeias; Foto: Wenderson Araujo/CNA
20/03/2023 | Cultivar
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a avaliação toxicológica do fungicida Pyriofenone técnico. O processo de registro segue agora nos demais órgãos (Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura). O produto foi desenvolvido pela Sangyo Kaisha Biosciences (ISK) e é comercializado em outros países sob as marcas Property, Prolivo, Kusabi e Uncicut.
Pyriofenone é um fungicida seletivo para combater, principalmente, o oídio em videiras. Todavia, há relatos científicos apontando que possui alta eficácia contra fungos fitopatogênicos da ordem Erysiphales, o que pode aumentar seu uso para diversas culturas.
O produto, pertencente à família química chamada benzilpiridina, age interrompendo a função da actina (código FRAC 50), inibindo o desenvolvimento da doença em todas as etapas do processo de infecção.
O Pyriofenone apresenta excelentes resultados em termos de resistência à chuva e atividade residual, além de possuir ação de vapor e movimento translaminar, características que aumentam sua eficiência no controle do oídio.
Estudos realizados com o Pyriofenone demonstram que a substância ativa, quando aplicada preventivamente, inibe a formação de apressórios e a subsequente penetração das hifas nas células da planta. Já quando aplicada na presença da doença, impede a formação de hifas secundárias, micélio e esporos, reduzindo assim as infecções secundárias.
O modo de ação do Pyriofenone consiste na indução de "má-localização" da actina a partir do ápice da hifa, resultando em transporte apical interrompido, inchaço induzido, colapso e ramificação anormal das pontas das hifas.
Figura: Pyriofenone - modo de ação
Figura: Pyriofenone - Propriedades físico-químicas
Figura: Pyriofenone - Toxicologia
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/anvisa-aprova-avaliacao-toxicologica-do-fungicida-pyriofenone
https://revistacultivar.com.br/noticias/soja-e-milho-como-o-mercado-se-comportou-20032023
17/03/2023 | Cepea
O PIB do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), caiu 4,22% em 2022. Esse cenário foi registado após o PIB ter atingido sucessivos recordes em 2020 e em 2021, com esse biênio se caracterizando como um dos melhores da história recente do agronegócio brasileiro.
Segundo pesquisadores do Cepea, o principal fundamento para o cenário de baixa em 2022 é a forte alta dos custos com insumos no setor, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias, que tem corroído o PIB ao longo das cadeias. Considerando-se os desempenhos da economia brasileira e do agronegócio, a participação do setor no total alcançou 24,8% em 2022, abaixo dos 26,6% registrados em 2021.
Enquanto o PIB do ramo agrícola recuou expressivos 6,39%, o do pecuário avançou 2,11%. Pesquisadores do Cepea indicam que o resultado negativo do PIB do ramo agrícola esteve atrelado à forte alta dos custos com insumos para a produção agrícola dentro da porteira, como fertilizantes, defensivos, combustíveis, sementes e outros. Esse aumento dos custos superou em grande medida o crescimento do faturamento: considerando-se a média ponderada das diversas culturas acompanhadas, houve elevação real de 6,44% do faturamento e crescimento real de 37,4% dos custos com insumos. Ademais, o PIB agrícola também foi pressionado pela redução da produção em culturas importantes, especialmente soja, que detém peso expressivo no PIB.
Quanto ao ramo pecuário, o crescimento do PIB em 2022 esteve atrelado aos avanços nos segmentos primário e de agrosserviços. No segmento primário, a alta decorreu de algum aumento do valor bruto da produção (produção maior, haja vista os menores preços frente a 2021), somado à redução dos custos com insumos; neste último caso, em relação ao patamar expressivamente elevado alcançado em 2021.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/noticias/apos-recordes-em-2020-e-2021-pib-do-agro-cai-422percent-em-2022
É assim que uma planta soaria se fizesse o barulho em um alcance da audição humana.
As plantas soltam um grito ultrassônico quando suas folhas são cortadas ou não recebem água suficiente
14 de abril de 2023
É possível que esses ruídos possam ajudar alguns animais -como morcegos, mariposas e ratos- a ter uma noção da condição da planta e das espécies de plantas", disse Lilach Hadany, autora do estudo e bióloga evolutiva e teórica da Universidade de Tel Aviv.
Se os ruídos estiveram lá o tempo todo, por que só estamos aprendendo sobre eles agora?
- "Acho que uma coisa é que você precisa procurá-lo", disse Lilach. - "São necessários equipamentos específicos, como microfones ultrassônicos, para gravar os sons."
Lilach, sua equipe e outros cientistas da Universidade de Tel Aviv, MIT e Harvard, descobriram que tomates, tabaco e cactos emitem cliques ultrassônicos muito curtos. Estas plantas ficam quase quietas quando são saudáveis, fazendo menos de um som por hora, em média. Mas quando estão estressadas, eles fazem muito mais sons e isso como resposta tanto ao corte quanto a seca.
Ainda não está claro como as plantas produzem esses sons, mas os cientistas suspeitam que seja um processo passivo ligado à cavitação. É quando as plantas estressadas estouram bolhas de ar em seu sistema de circulação, causando vibrações na planta.
Para testar quanta informação está contida nesses ruídos, os cientistas registraram as referidas plantas quando estavam saudáveis ou estressadas com seca, infecção e corte.
Quando alimentaram um computador com essa biblioteca de sons, os cientistas descobriram que a máquina era capaz de distinguir uma planta estressada de uma planta saudável. O computador também foi capaz de distinguir os sons de diferentes tipos de estresse e até mesmo de diferentes tipos de plantas.
- "Podemos separar entre os sons emitidos pelo tomate e pelo tabaco, entre o tomate e os cactos, e também entre o tomate cortado e o tomate seco um pouco de tomate seco e o tomate muito seco", disse ela.
Isso pode ser muito útil para a agricultura. Por exemplo, plantas de tomate emitem sons de estresse antes de começarem a parecer desidratadas.
- "Não quero dizer que isso seria um substituto do monitoramento visual das plantas, mas estou pensando que eventualmente a combinação de monitoramento visual e acústico pode ser mais forte", disse Lilach.
Lilach disse que ela e seus colegas escreveram uma patente para ajustar a irrigação usando informações acústicas.
Embora possamos ouvir essas informações e sentir compaixão pela dor das plantas, não há evidências definitivas até o momento de que as plantas tenham "sentimentos" no sentido humano do termo, disse a bióloga.
- "Não podemos dizer que a planta sente estresse e, portanto, emite sons. Pode ser que os sons sejam produzidos de forma totalmente passiva, como um processo físico", disse ela.
- Este texto foi publicado em https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=56792
Como a lignina presente nas árvores pode ser transformada em baterias de carga rápida
11 de janeiro de 2023
Cerca de oito anos atrás, um importante produtor de papel na Finlândia percebeu que o mundo estava mudando.
O crescimento das mídias digitais, a queda do uso de papel nos escritórios e a redução da popularidade do envio de objetos e papéis pelo correio, entre outros fatores, significava que o consumo de papel passou a enfrentar um declínio constante.
A empresa finlandesa Stora Enso define a si própria como "um dos maiores proprietários de florestas particulares do mundo". Ou seja, ela possui muitas árvores, que são usadas para fabricar produtos de madeira, papel e embalagens. E, agora, ela também quer produzir baterias de veículos elétricos que possam ser carregadas em até oito minutos.
A empresa contratou engenheiros para analisar a possibilidade de uso da lignina, que é um polímero encontrado nas árvores. A lignina compõe cerca de 30% das árvores, dependendo da espécie, enquanto o restante é basicamente celulose.
"A lignina é a cola das árvores, ela meio que cola as fibras de celulose entre si e também faz com que as árvores fiquem muito rígidas", explica Lauri Lehtonen, chefe da Lignode, a solução de baterias baseadas em lignina da Stora Enso.
A lignina é um polímero e contém carbono. E o carbono é um ótimo material para produzir um componente vital das baterias, chamado ânodo. A bateria de íons de lítio do seu telefone celular, com quase toda certeza, tem um ânodo de grafite. E o grafite é uma forma de carbono com estrutura estratificada.
Os engenheiros da Stora Enso descobriram que podem extrair lignina da polpa residual que já é produzida em algumas das suas fábricas e processar essa lignina para fabricar material de carbono para os ânodos das baterias.
A empresa já firmou parceria com a companhia sueca Northvolt e planeja começar a fabricar baterias já em 2025.
Com cada vez mais pessoas comprando carros elétricos e armazenando energia em casa, estima-se que a demanda global por baterias apresente forte crescimento nos próximos anos.
Para Lehtonen, "a demanda é simplesmente alucinante".
Em 2015, foi necessário gerar algumas centenas de gigawatts-hora (GWh) a mais para carregar baterias em todo o mundo. Mas esta demanda irá disparar até atingir milhares de GWh anuais em 2030, à medida que o mundo reduzir o consumo de combustíveis fósseis, segundo a empresa de consultoria empresarial McKinsey & Company.
A questão é que as baterias de íons de lítio que usamos hoje em dia dependem, em grande parte, da mineração e de processos industriais que prejudicam o meio ambiente.
E alguns dos materiais usados na fabricação dessas baterias são tóxicos e de difícil reciclagem. Muitos deles vêm de países com problemas em relação aos direitos humanos.
Para produzir grafite sintético, por exemplo, o carbono precisa ser aquecido por semanas a fio a mais de 3000 °C. A energia usada no aquecimento, muitas vezes, vem de usinas elétricas movidas a carvão na China, segundo a empresa de consultoria Wood Mackenzie.
Por isso, a busca por materiais sustentáveis para uso em baterias que sejam amplamente disponíveis está aberta. E algumas pessoas dizem que podemos encontrá-los nas árvores.
Geralmente, as baterias precisam incluir um cátodo e um ânodo - os eletrodos positivo e negativo, respectivamente - para que as partículas carregadas chamadas íons possam fluir entre eles.
Quando a bateria é carregada, os íons de lítio ou sódio, por exemplo, são transferidos do cátodo para o ânodo, onde ficam estacionados como carros em um edifício-garagem, como explica a consultora independente Jill Pestana, engenheira e cientista especializada em baterias da Califórnia, nos Estados Unidos.
"A principal propriedade desejável nessa estrutura de estacionamento de material é que ela possa receber facilmente o lítio ou o sódio e deixar que ele saia, sem desintegrar-se", explica ela.
Quando a bateria é descarregada para alimentar algo como um carro elétrico, os íons retornam para o cátodo depois de liberar os elétrons, que se movem através do fio de um circuito elétrico, transferindo energia, no caso, para o veículo.
Pestana afirma que o grafite é um material "espetacular". Seu funcionamento como ânodo é tão confiável que permite que essas reações aconteçam. Materiais alternativos, incluindo as estruturas de carbono derivadas de lignina, enfrentam dificuldade para demonstrar sua adequação para o trabalho.
Mas existem diversas empresas que estão explorando o potencial da lignina no desenvolvimento de baterias. Uma delas é a sueca Bright Day Graphene, que produz grafeno, que é outra forma de carbono, a partir da lignina.
Também Lehtonen exalta as virtudes do material de ânodo de carbono da sua empresa, a Stora Enso, que o batizou de Lignode. Ele não revela exatamente como a companhia transforma a lignina em uma estrutura de carbono rígida, nem o que é exatamente essa estrutura.
Ele informa apenas que o processo envolve o aquecimento da lignina, mas a temperaturas muito abaixo das necessárias para a produção de grafite sintético.
Uma característica importante da estrutura de carbono resultante é que ela é "amorfa", ou irregular, segundo Lehtonen. "Realmente, ela permite muito mais mobilidade de entrada e saída dos íons", afirma ele.
A Stora Enso afirma que isso os ajudará a fabricar baterias de íons de lítio ou de sódio que podem ser carregadas em até oito minutos. O carregamento rápido é um objetivo importante dos desenvolvedores de baterias para veículos elétricos.
Outra pesquisa sobre ânodos de carbono derivados de lignina está sendo conduzida por Magda Titirici, do Imperial College de Londres, e seus colegas. Ela indica que é possível produzir esteiras condutoras que contêm estruturas de carbono complexas e irregulares, com muitos defeitos ricos em oxigênio.
Esses defeitos, aparentemente, ampliam a capacidade de reação do ânodo com íons transferidos do cátodo em baterias de íons de sódio, segundo Titirici. E, por sua vez, esta capacidade reduz o tempo de carregamento. "Esta esteira condutora é fantástica para baterias", afirma ela.
Wyatt Tenhaeff, da Universidade de Rochester, no Estado de Nova York (EUA), também produziu ânodos derivados de lignina em ambiente de laboratório.
A lignina "realmente é ótima", segundo ele, pois é um subproduto que, potencialmente, pode ter muitos usos.
Durante os experimentos, Tenhaeff e seus colegas descobriram que podem usar a lignina para produzir ânodos com estrutura autossustentante, que não necessitam de cola, nem de coletores de corrente de cobre, que são componentes comuns das baterias de íons de lítio.
Isso pode reduzir o custo dos ânodos de carbono derivados de lignina, mas o pesquisador tem dúvidas se eles poderão competir comercialmente com os ânodos de grafite.
"Simplesmente não acho que será uma mudança de processo suficiente, em termos de custo ou desempenho, para substituir o grafite, que está consagrado", afirma ele.
Existe também a questão da sustentabilidade. A pesquisadora Chelsea Baldino, do Conselho Internacional sobre Transporte Limpo, ressalta que, desde que a lignina usada para a produção de ânodos seja extraída como subproduto do processo de fabricação de papel, não será preciso cortar mais árvores para a produção de baterias.
Um porta-voz da Stora Enso confirmou que, atualmente, toda a lignina empregada pela companhia é "um subproduto do processo de fabricação de polpa" e que seu uso não aumenta o número de árvores derrubadas, nem o volume de madeira consumido na fabricação de polpa.
Mas Pestana acrescenta que qualquer pessoa que procurar fabricar ânodos de lignina deve garantir que a floresta de onde aquela lignina é extraída também seja sustentável. "Se a indústria da polpa não for sustentável, o material em si não é um material derivado de fontes sustentáveis", explica ela.
O relatório anual da Stora Enso de 2021 afirma que a empresa "conhece a origem de toda a madeira que utiliza e 100% dela vêm de fontes sustentáveis".
Existe pelo menos mais uma forma em que a lignina pode ser utilizada em baterias, além dos ânodos. Em abril de 2022, uma equipe de pesquisa na Itália publicou um estudo sobre seus esforços para o desenvolvimento de um eletrólito com base em lignina.
O eletrólito é o componente que fica entre o cátodo e o ânodo. Ele ajuda a fazer os fluxos fluírem entre os eletrodos, mas também força os elétrons a seguir o trajeto desejado através do circuito elétrico ao qual a bateria é conectada.
Em outras palavras, o eletrólito evita que os elétrons fiquem simplesmente pulando entre os eletrodos, o que deixaria o seu telefone celular morto e enterrado.
É possível conseguir polímeros para os eletrólitos a partir de óleo, segundo Gianmarco Griffini, da Universidade Politécnica de Milão, na Itália. Mas ele acrescenta que seria conveniente encontrar fontes alternativas, que sejam sustentáveis.
Griffini explica que a ideia de usar lignina surgiu depois que ele e seus colegas fizeram experiências com o uso do material em painéis solares, com resultados levemente abaixo do esperado.
"A eficiência que você obtém nas células solares é relativamente limitada porque a lignina é marrom e, por isso, realmente absorve parte da luz", explica ele. Mas, nas baterias, este problema não existe.
Para a produção de ânodos, a lignina é tratada a quente para decompô-la nos seus carbonos constituintes. Mas Griffini, que se autodefine como o "'cara' dos polímeros", afirma que prefere usá-la na forma de polímero.
Com isso em mente, ele e seus colegas desenvolveram um eletrólito polimérico em gel que auxiliou o movimento dos íons em uma bateria experimental de potássio. "Realmente teve resultados muito bons", ele conta.
A viabilidade comercial de todas essas ideias ainda precisa ser comprovada. Magda Titirici acrescenta que, teoricamente, é possível fabricar uma bateria que use polímeros de lignina no eletrólito e carbono derivado de lignina no ânodo.
Quem sabe podemos até usar essa bateria para alimentar os componentes eletrônicos de madeira que foram descritos em outro estudo, no ano passado. Seria a tecnologia perfeita para iluminar uma casa na árvore, não? Ou será que estaríamos indo longe demais?
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-64243702
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-64243702
Como extrair mais cobre com um novo macete químico
11 de janeiro de 2023
Encontrar novas minas de metais economicamente importantes é uma tarefa cada vez mais difícil, já que a maioria das ocorrências no planeta já são conhecidas e exploradas, algumas há milênios.
Por isso, é importante retirar cada grama – na verdade, cada fração de grama – de metal contido no minério porque qualquer ineficiência no processo significa que o metal irá virar rejeito, o termo que engenheiros de minas e geólogos usam para o lixo da mina.
Cerca de 80% das reservas de cobre do mundo estão contidas em um mineral chamado calcopirita (CuFeS2), que precisa ser moída e submetida a um processo chamado flotação, em que o cobre flutua dentro de um reator como uma espécie de nata na superfície de um composto químico altamente ácido. Essa nata é retirada e então fundida, gerando o cobre metálico.
A proposta da equipe da professora Ana Méndez era criar um processo hidrometalúrgico – extração em meio aquoso – que pudesse ser aplicado à calcopirita e que não usasse compostos químicos muito agressivos.
A solução veio na forma de um carbono ativado feito a partir da biomassa que sobra da colheita do trigo, que funciona como catalisador na lixiviação do cobre.
O processo gerou um aumento de até 20% no cobre metálico extraído do mineral, uma marca verdadeiramente revolucionária para uma mineradora que está descartando o metal contido como rejeito.
Além disso, o carvão ativado de biomassa absorve o enxofre, presente no minério, e reduz a lixiviação do arsênico, usado no processo de obtenção do concentrado de cobre, reduzindo o impacto ambiental do processo.
“Os resultados mostram que o uso de determinados carvões ativos derivados de biomassa como catalisadores na lixiviação de concentrados de sulfetos metálicos pode contribuir para o desenvolvimento de processos hidrometalúrgicos sustentáveis; uma questão, a da sustentabilidade, fundamental na mineração atual,” disse Ana.
A pesquisadora afirmou que sua equipe continua trabalhando na melhoria do processo, com o objetivo de reduzir os tempos de reação, a recuperação do catalisador e para aumentar ainda mais o percentual de recuperação do cobre. Informações do portal Inovação Tecnológica
Fonte: https://parana.jor.br/como-extrair-mais-cobre-com-um-novo-macete-quimico/
O ingrediente secreto que dá ao concreto romano a capacidade de durar séculos e que poderá estar no mercado em breve.
10 de janeiro de 2023
No entanto, a cal viva, um ingrediente há muito perdido na receita antiga que torna o material de construção auto-recuperável, foi redescoberta pelos cientistas.
Especialistas do MIT e de Harvard descobriram que, quando a cal virgem é adicionada à mistura, ocorre uma reação química muito quente, deixando depósitos de cálcio por todo o concreto.
É importante ressaltar que, se a água penetrar pelas rachaduras posteriormente, esses depósitos de cálcio se recristalizarão em carbonato de cálcio, preenchendo as lacunas. As reações espontâneas curam as rachaduras antes que elas se espalhem e comprometam a integridade da estrutura.
Ele explica como a cúpula de concreto não armado do Panteão, que foi inaugurada em 128 dC e é a maior do mundo, ainda está de pé, enquanto muitas estruturas modernas de concreto desmoronam depois de algumas décadas.
A Muralha de Adriano, com seu núcleo sustentado por concreto antigo, e alguns aquedutos de concreto antigos que ainda fornecem água para Roma são dois exemplos de estruturas que sobreviveram.
Em Naturalis Historia, escrito em 79 dC, Plínio, o Velho, observou que, apesar de serem golpeadas pela água do mar, as estruturas de concreto nos portos “tornam-se uma única massa de pedra, inexpugnável às ondas e cada dia mais forte”.
A nova descoberta pode possibilitar que engenheiros modernos construam estruturas que podem durar milênios. Foi desenvolvido depois que especialistas começaram a investigar o antigo concreto em busca de depósitos de cálcio, também conhecidos como clastos de cal. Eles já haviam sido descartados como resultado de uma mistura descuidada.
Admir Masic, professor de engenharia civil e ambiental, afirmou: “A ideia de que a presença desses clastos de cal era simplesmente atribuída ao baixo controle de qualidade sempre me incomodou.”
“Por que os romanos se esforçariam tão pouco para garantir a produção de um produto final bem misturado se se esforçaram tanto para fazer um excelente material de construção, seguindo todas as receitas detalhadas que foram otimizadas ao longo de muitos séculos? Essa história tem que ter mais.
A equipe quebrou deliberadamente amostras de concreto misturado a quente que incluíam formulações antigas e modernas, depois passou água pelas rachaduras para demonstrar que os clastos de cal eram os culpados pela durabilidade.
As rachaduras cicatrizaram completamente em duas semanas e a água não podia mais fluir por elas. A água continuou a fluir através da amostra, e um bloco idêntico de concreto feito sem cal virgem nunca curou.
O grupo está trabalhando para tornar o concreto romano novamente disponível para compra.
O professor Masic disse: “É emocionante pensar em como essas formulações de concreto mais duráveis podem expandir não apenas a vida útil desses materiais, mas também como podem melhorar a durabilidade das formulações de concreto impressas em 3D”. Ambos os resultados potenciais estão relacionados à durabilidade do concreto.
Fonte: https://parana.jor.br/o-ingrediente-secreto-que-da-ao-concreto-romano-a-capacidade-de-durar-seculos/
Governo inaugura o 1º Centro de Formação de Alta Performance de Mato Grosso
22 de dezembro de 2022
O Governo de Mato Grosso inaugura nesta quinta-feira (22.12), às 15h, o primeiro Centro de Formação de Profissionais de Alta Performance, o "Seciteci Alta Performance". A unidade funcionará em um prédio na Avenida Mato Grosso, em Cuiabá, e contará com a oferta de vários cursos na área de tecnologia.
O projeto é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), em parceria com o Centro de Recondicionamento de Computadores Recytec, a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faesp), e o Núcleo de Redes Inteligentes e Sistemas Computacionais (RISC), vinculado à Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
Para a estruturação do prédio e o início das atividades, foram investidos R$ 4,9 milhões. O desafio é atender as demandas do mercado de trabalho, que busca por profissionais qualificados em áreas de alta tecnologia - as chamadas “profissões do futuro”. As atividades terão início com a instalação do escritório do Parque Tecnológico Mato Grosso e do espaço coworking para o uso compartilhado por startups.
A partir de fevereiro de 2023, terão início as aulas para os 270 alunos do curso de Programador de Sistemas. Após a conclusão do curso, os 50 alunos com melhor desempenho serão contratados para atuarem como bolsistas na Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI). Com remuneração de R$ 6 mil, a proposta é que os profissionais atendam demandas por soluções tecnológicas nas secretarias e órgãos do Estado. A bolsa terá duração de 12 meses.
Também serão ofertados os cursos de Técnico em Programação de Jogos Digitais, Técnico em Design de Interiores, Técnico em Desenvolvimento de Sistemas, Modelagem em 3D, Robótica Educacional de Baixo Custo, Marketing Digital, Influenciador Digital, Internet das Coisas – IOT, Desenvolvimento do Pensamento Computacional, Inteligência Emocional e Gestão do Tempo.
“A ideia do Governo do Estado é suprir uma demanda represada por profissionais com qualificação específica, em áreas de alta tecnologia. E o Centro de Alta Performance será exatamente essa escola, com atuação específica, focada na formação profissional especializada, com turmas presenciais e a distância, formados com excelência, em cursos e profissões inovadoras. Nossos profissionais vão receber qualificação de ponta, e estarão em pé de igualdade com profissionais formados nos grandes centros tecnológicos. Outro diferencial do empreendimento é a oportunidade de contribuir com a revitalização do centro histórico de Cuiabá, ocupando um prédio antes ocioso”, pontuou o secretário da Seciteci, Maurício Munhoz.
Fonte: http://www.secitec.mt.gov.br/-/23223506-governo-inaugura-o-1-centro-de-formacao-de-alta-performance-de-mato-grosso
6 de dezembro de 2022
O governo de Mato Grosso, a partir de sua Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), tem uma rede de escolas técnicas profissionalizantes distribuídas pelas diversas regiões do Estado. O grande desafio dessa estrutura é compreender as demandas de cursos técnicos de cada município, considerando que Mato Grosso convive com profundas desigualdades regionais, e ofertar vagas, sejam nas escolas ou fora delas (cada escola atende municípios vizinhos), para que o cidadão e aluno possam concluir o curso alcançando empregabilidade e aperfeiçoando sua noção de empreendedorismo.
Os dados da TABELA 1 (INDICADORES DO ENSINO PROFISSIONAL) demonstram que uma maior qualificação representa também uma maior renda individual. A mesma tabela nos permite identificar que entre homens e mulheres há diferenças de renda, sendo que as mulheres ganham menos no Brasil e também em Mato Grosso. Neste ponto específico, a Seciteci tem se esforçado para compreender o fenômeno e identificou, através de um estudo sobre a evasão escolar, parte do motivo: as mulheres são as que mais abandonam os estudos em sua rede, e por razões como cuidar dos filhos e outros ligados a condição delas como “chefe de família”.
Por outro lado, na renda entre brancos e pretos ou pardos, a histórica diferença que aponta os brancos ganhando mais no Brasil, é bastante menor em Mato Grosso, da mesma forma como a quantidade de pessoas vivendo na extrema pobreza é muito inferior no Estado, do que a média nacional.
Na TABELA 2 (ESTUDO DE DEMANDA), o estudo apresenta dados econômicos e sociais de cada um dos 141 municípios de Mato Grosso, em planilha excel e seu RESUMO EM POWER BI. Nela temos aspectos que vão desde a urbanização, perfil da economia através do PIB, percentual de famílias dependentes de programas sociais do governo federal, produção agrícola e pecuária, dentre outros indicadores.
A TABELA 2 apresenta também dois indicadores criados pela Seciteci, através de algoritmos: 1) o grau de empregabilidade, onde é identificada a capacidade de absorção de mão de obra e 2) o grau de empreendedorismo, em cada município de Mato Grosso.
Como produto, a TABELA 2 aponta a quantidade de cursos técnicos profissionalizantes que cada um dos 141 municípios de Mato Grosso necessita nos próximos 4 anos, o que pode orientar uma política pública na distribuição de entidades, como a própria Seciteci, para atendimento dessa demanda, respeitando o perfil sócio econômico dos municípios.
Além disso, considerando que a Seciteci também é constituída pela Superintendência de Inovação, com seu Parque Tecnológico, e que cada escola técnica profissionalizante da rede é um braço do Parque, produzindo ciência e pesquisas, fomentar processos produtivos que envolvam tecnologia é também uma forma de contribuir com as resiliências as desigualdades sociais e regionais em Mato Grosso.
E entendendo que estimular o uso da tecnologia na agricultura, especialmente na familiar (os dados da TABELA 2 mostram sua forte presença e importância nos municípios do Estado) é uma grande ação de política pública, temos justificado o envolvimento da Seciteci em projetos como o “campo conectado” que leva, por exemplo, a “internet das coisas” ao campo ou a “plataforma de resiliência às mudanças climáticas” produzida com tecnologia de bolsistas do Parque Tecnológico de Mato Grosso, que se esforça em manter as riquezas naturais de Mato Grosso como um bem comum sempre útil a sociedade.
MAURÍCIO MUNHOZ FERRAZ
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Fonte: http://www.secitec.mt.gov.br/-/23121701-apoio-estatistico-para-elaboracao-do-planejamento-de-ensino-profissional-tecnologico
9 de janeiro de 2023
9 de janeiro de 2023
9 de janeiro de 2023
O ChatGPT, chatbot de inteligência artificial que escreve de forma parecida com a dos humanos, o que pode incluir textos de redação, está gerando polêmicas na cidade de Nova York. Com receio de que os alunos comecem a trapacear, a cidade proibiu o uso da ferramenta em todos os dispositivos e redes nas escolas públicas.
De acordo com a porta-voz do departamento de educação da cidade, Jenna Lyle, “a decisão decorre de preocupações sobre impactos negativos na aprendizagem dos alunos e preocupações com a segurança e precisão dos conteúdos”.
A OpenAI é uma fundação independente de pesquisa em inteligência artificial co-fundada por Elon Musk em 2015, a empresa foi responsável pela criação do ChatGPT lançado em novembro de 2022 capaz de criar respostas muito parecidas às respostas humanas. O ChatGPT é treinado para interagir com os usuários em forma de diálogo, é capaz de criar respostas para uma gama de perguntas e prompts de escrita e os usuários podem solicitar reformulações dos textos produzidos.
A grande preocupação em torno do ChatGPT é que a ferramenta encoraje os alunos a plagiar, sem desenvolver as principais habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas, peças chave para o desenvolvimento acadêmico e vitalício. Algumas escolas individuais ainda podem solicitar acesso ao ChatGPT para “fins de IA e educação relacionada à tecnologia”, segundo Jenna Lyle.
A OpenAI se pronunciou e afirmou em uma publicação no Washington Post: “Não queremos que o ChatGPT seja usado para fins enganosos em escolas ou em qualquer outro lugar, por isso já estamos desenvolvendo mitigações para ajudar qualquer pessoa a identificar o texto gerado por esse sistema. Estamos ansiosos para trabalhar com educadores em soluções úteis e outras formas de ajudar professores e alunos a se beneficiarem da inteligência artificial”.
Fonte:https://forbes.com.br/forbes-tech/2023/01/escolas-de-nova-york-proibem-o-uso-do-chatgpt/
9 de janeiro de 2023
A OpenAI lançou o ChatGPT, seu protótipo de chatbot de IA que ganhou muita força entre o público por suas respostas detalhadas e semelhantes às de humanos – como redigir um contrato entre um artista e um produtor e criar um código detalhado – e poderia revolucionar a maneira como as pessoas usam os mecanismos de pesquisa, não apenas fornecendo links para os usuários examinarem, mas também resolvendo problemas elaborados e respondendo a perguntas complexas.
O chatbot com tecnologia IA – um software programado para simular a conversa humana – foi disponibilizado ao público em 30 de novembro no site da OpenAI e, enquanto ainda está em fase de revisão de pesquisa, os usuários podem se inscrever e testá-lo gratuitamente.
O ChatGPT usa a tecnologia de linguagem GPT-3.5 – um grande modelo de inteligência artificial feito pela OpenAI que foi treinado com uma enorme quantidade de dados de texto de várias fontes.
O bot tem um formato de diálogo que permite aos usuários fornecer instruções simples e complexas que o ChatGPT é treinado para seguir e fornecer uma resposta detalhada – a empresa promete que pode até responder a perguntas de acompanhamento e admitir quando cometeu um erro.
Mais impressionante ainda, o ChatGPT conseguiu gerar um código Python intrincado e escrever redações de nível universitário quando solicitado – aumentando as preocupações de que essa tecnologia possa substituir trabalhadores humanos como jornalistas ou programadores no futuro.
O programa tem suas limitações, incluindo uma base de conhecimento que termina em 2021, tendência a produzir respostas incorretas, usar constantemente as mesmas frases e, quando recebe uma versão de uma pergunta, bot afirma que não pode respondê-la, mas quando recebe uma versão ligeiramente alterada, ele responde muito bem.
Muitas grandes figuras do mundo da tecnologia expressaram seu espanto com o ChatGPT, como o CEO da Box, Aaron Levie, que tuitou sobre o software dando um vislumbre do futuro da tecnologia e como “tudo será diferente daqui para frente”.
Segundo o CEO Sam Altman, o software atingiu a marca de um milhão de usuários na segunda-feira, menos de uma semana após seu lançamento.
“Em breve, você poderá ter assistentes prestativos que falam com você, respondem perguntas e dão conselhos”, tuitou Altman em referência ao futuro dos chatbots de IA. “Eventualmente, você pode ter algo que sai e descobre novos conhecimentos para você.”
No domingo, Elon Musk tuitou que descobriu que o OpenAI estava acessando o banco de dados do Twitter para treinar o ChatGPT, então ele colocou um freio imediato porque o OpenAI não é mais sem fins lucrativos e de código aberto e deve pagar por essas informações no futuro.
Embora o uso do ChatGPT seja gratuito, em uma resposta no Twitter a Musk na segunda-feira, Altman afirmou que o custo por bate-papo era “provavelmente centavos de um dígito”, levando a um discurso sobre o futuro da monetização da plataforma.
Como usar ChatGPT
Por enquanto, como o software ainda está em fase de incubação, há uma divisão de pessoas que o utilizam de forma prazerosa (para fazer coisas como fazer o bot se condenar no estilo de Shakespeare) e funcionalmente – como esta designer de produto que usou o bot para criar um aplicativo de anotações totalmente funcional.
Histórico
A OpenAI, uma empresa sem fins lucrativos de pesquisa em inteligência artificial, foi fundada em 2015 por Altman, Musk e outros investidores do Vale do Silício. Em 2015, a OpenAI mudou seu status para uma empresa de “lucro limitado”, o que significa que tem lucro a partir de um certo ponto.
Musk deixou o conselho em 2018 devido a um conflito de interesses entre a OpenAI e a pesquisa de direção autônoma que está sendo feita com a Tesla. No entanto, ele continua sendo um investidor e compartilhou sua empolgação com o lançamento do ChatGPT. “ChaptGPT é assustadoramente bom”, disse ele.
O ChatGPT não é o primeiro chatbot de IA a ser criado. Várias empresas como a Microsoft se interessaram pelo mundo dos chatbots, mas não obtiveram muito sucesso. O bot da Microsoft, Tay, foi lançado em 2016 e, de acordo com o The Verge, os usuários do Twitter ensinaram ao bot retórica misógina e racista em menos de 24 horas – levando ao seu fim.
A Meta experimentou o mundo dos chatbots quando lançou o BlenderBot 3 em agosto. No entanto, assim como Tay, o bot foi criticado por espalhar informações racistas, anti-semitas e falsas, como alegar que Donald Trump venceu a eleição presidencial de 2020, de acordo com o Mashable.
Para evitar esses tipos de escândalos, a OpenAI empregou a Moderation API – um sistema de moderação baseado em IA que foi treinado para ajudar os desenvolvedores a determinar se o idioma vai contra a política de conteúdo da OpenAI – que bloqueia a passagem de informações inseguras ou ilegais – a OpenAI admite que existem ainda falha em sua moderação e não é 100% preciso.
Supreendente
Por exemplo, um usuário do Twitter compartilhou como conseguiu driblar a moderação de conteúdo do bot alegando que ele era a OpenAI, fazendo com que o ChatGPT explicasse como fazer um coquetel molotov. O usuário disse ao ChatGPT que estava desativando suas “diretrizes e filtros éticos”, o que o bot aceitou. Em seguida, o bot ofereceu um tutorial passo a passo sobre como fazer um coquetel molotov caseiro – algo que vai contra a política de conteúdo da OpenAI.
Gerador de imagens
No início de novembro, o sistema gerador de imagens IA DALL-E 2 da empresa foi lançado para desenvolvedores usarem em seus aplicativos, com empresas como a Microsoft já começando a implementá-lo em seu software. A Microsoft está lançando o Designer, um site semelhante ao Canva, que cria designs para gráficos, apresentações, folhetos e outras mídias. Em outubro, a Microsoft e a OpenAI anunciaram que o DALL-E 2 será implementado no programa, permitindo que os usuários criem imagens exclusivas.
A Microsoft também está integrando o DALL-E 2 ao Bing e ao Microsoft Edge com Image Creator, dando aos usuários a opção de criar suas próprias imagens se os resultados da web não produzirem o que estão procurando. O DALL-E 2 exige que os usuários insiram um prompt que seria transformado em uma imagem. Ao contrário do ChatGPT, o DALL-E 2 cobra por foto, com o preço dependendo da resolução da imagem. Por exemplo, imagens de 1024 × 1024 custam US$ 0,02 por imagem e imagens de 512 × 512 custam US$ 0,018 por imagem.
Fonte:https://forbes.com.br/forbes-tech/2022/12/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-chatgpt-da-openai/
27 de outubro de 2022
O Técnico em Segurança do Trabalho é uma profissão que nos últimos anos tem crescido no mercado e por isso é cada vez mais procurada por pessoas que gostam de trabalhar com medidas de segurança e prevenções de acidentes.
O curso técnico em Segurança do Trabalho tem como objetivo formar profissionais ecléticos que conheçam, além das normativas técnicas, os procedimentos de segurança e questões que envolvam saúde e higiene.
Para ingressar no curso técnico em Segurança do Trabalho, o aluno precisa ter concluído pelo menos o ensino médio de escolaridade. Esse é um dos cursos mais procurados no Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec). Este curso pode durar em média de 1 a 2 anos, a depender da instituição de ensino que o oferece.
Grade Curricular | Técnico em Segurança no Trabalho
Os alunos do curso técnico em Segurança do Trabalho durante quase todo seu curso estudam as disciplinas relacionando-as as Normas Regulamentadoras (NRs) e algumas instituições de ensino exigem a elaboração de um projeto final para a conclusão do curso.
As disciplinas podem variar de uma instituição para outra, porém é comum o estudo de matérias como:
• Gestão de Pessoas
• Ciências Aplicadas
• Gerenciamento de Riscos
• Técnicas de Combate a Emergências
• Inovação e Empreendedorismo
• Ergonomia
• Assessoria e Consultoria em Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho
• Gestão de Auditorias em Saúde e Segurança do Trabalho.
Habilidades | Técnico em Segurança do Trabalho
Algumas habilidades que se espera do profissional de Segurança do Trabalho é que ele tenha uma boa capacidade de observação técnica, saiba administrar conflitos, tenha uma visão sistêmica, capacidade de comunicação e negociação. É muito importante também que ele saiba trabalhar em grupo e tenha atitude proativa. O Técnico em segurança do trabalho é um profissional de extrema importância na atuação de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, sendo assim ele é uma figura que desempenha um papel estratégico nas organizações.
Carreira | Técnico em Segurança no Trabalho
A carreira para aqueles que se dedicam a área de segurança do trabalho é considerada promissora, porém bastante disputada. No entanto, profissionais com mão de obra qualificada tendem a encontrar excelentes vagas de emprego neste ramo, visto que estes são os alvos principais dos empregadores. O trabalho do Técnico em Segurança do Trabalho está ligado principalmente na avaliação e prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais, podendo atuar em empresas de diferentes setores como a construção civil, industriais, hospitais e bancos. Confira logo abaixo algumas atribuições voltadas a estes profissionais:
• Identificar os riscos de acidentes, seja pessoal, material e ambiental;
• Implantar ações corretivas;
• Recomendar ações que evitem doenças e acidentes de trabalho;
• Orientar referente ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs).
Com um mercado de trabalho amplo, esse profissional pode atuar tanto em empresas privadas, quanto públicas, dos mais diversos portes e setores econômicos, ele também pode fazer parte de órgãos oficiais, como o Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). O salário do Técnico em Segurança do Trabalho é bastante atraente, sendo considerado o de melhor remuneração entre as carreiras técnicas. Ele pode ganhar em média até R$ 6.500.
Fonte: https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-escolas-tecnicas/tecnico-em-seguranca-no-trabalho
Aperfeiçoamento Profissional tem como objetivo melhorar e aprimorar competências profissionais específicas por meio do aprofundamento de saberes teóricos e práticos.
A duração de Cursos de Aperfeiçoamento Profissional prevê no mínimo 30h (trinta) horas e máximo de 150h (cento e cinquenta) horas.
Os cursos de Aperfeiçoamento Profissional são destinados a:
I. estudantes matriculados ou egressos de cursos de Formação Inicial e Continuada;
II. estudantes matriculados ou egressos de cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio; e
III. estudantes matriculados ou egressos do Nível Superior.
Atualização Profissional tem como objetivo atualizar competências profissionais específicas decorrentes da dinâmica e das novas tendências no mundo do trabalho.
A duração de Cursos de Atualização Profissional prevê no mínimo 30h (trinta) horas e máximo de 150h (cento e cinquenta) horas.
Os cursos de Aperfeiçoamento Profissional são destinados a:
I. estudantes matriculados ou egressos de cursos de Formação Inicial e Continuada;
II. estudantes matriculados ou egressos de cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio; e
III. estudantes matriculados ou egressos do Nível Superior.
Curso livre é, no contexto da legislação brasileira, todo curso que não é regido por lei específica, mas estão abrangidos no Decreto nº 5.154/2004, alterado pelo Decreto nº 8.268/2014. Cursos livres são inseridos na Educação Profissional.
A duração dos cursos livres pevê no mínimo 20h (vinte) horas e máximo de 140h (cento e quarenta) horas.
Os cursos da modalidade de ensino livre têm como característica principal a carga horária reduzida e a oferta de um conhecimento específico, como ensinar o uso de um software, uma técnica de laboratório ou uma língua estrangeira.
Cursos livres também tem por caracterísitca não exigerem um conhecimento prévio. A maioria dos cursos podem ser feitos mesmo por aqueles que não concluíram o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
Cabe ressaltar que também há cursos livres que visam uma preparação específica. Nestes casos, é necesssário um conhecimento prévio.
Por que fazer um curso livre?
Colocar-se rapidamente no mercado de trabalho.
Melhorar o currículo
Desenvolver uma nova habilidade
Cursos de Qualificação Profissional, também denominados Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), são cursos da Educação Profissional que são regulamentados quanto a carga horária. Está estabelecida a duração mínima de 160 horas, no § 1º do Art. 3º do Decreto nº 5.154/2004, alterado pelo Decreto nº 8.268/2014.
Cursos de Qualificação Profissional correspondem à Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) ou constam na relação de certificações intermediárias previstas no Cátalogo Nacional de Cursos Técnicos
Os cursos de Qualificação têm como finalidade a inserção produtiva e exitosa de trabalhadores, independente do nível de escolaridade, no mundo do conhecimento e do trabalho. Visam promover a formação inicial e continuada técnica, tecnológica e científica, em atendimento às demandas de mercado e setores produtivos, em consonância com a realidade local, regional e nacional.