Como a lignina presente nas árvores pode ser transformada em baterias de carga rápida
11 de janeiro de 2023
Cerca de oito anos atrás, um importante produtor de papel na Finlândia percebeu que o mundo estava mudando.
O crescimento das mídias digitais, a queda do uso de papel nos escritórios e a redução da popularidade do envio de objetos e papéis pelo correio, entre outros fatores, significava que o consumo de papel passou a enfrentar um declínio constante.
A empresa finlandesa Stora Enso define a si própria como "um dos maiores proprietários de florestas particulares do mundo". Ou seja, ela possui muitas árvores, que são usadas para fabricar produtos de madeira, papel e embalagens. E, agora, ela também quer produzir baterias de veículos elétricos que possam ser carregadas em até oito minutos.
A empresa contratou engenheiros para analisar a possibilidade de uso da lignina, que é um polímero encontrado nas árvores. A lignina compõe cerca de 30% das árvores, dependendo da espécie, enquanto o restante é basicamente celulose.
"A lignina é a cola das árvores, ela meio que cola as fibras de celulose entre si e também faz com que as árvores fiquem muito rígidas", explica Lauri Lehtonen, chefe da Lignode, a solução de baterias baseadas em lignina da Stora Enso.
A lignina é um polímero e contém carbono. E o carbono é um ótimo material para produzir um componente vital das baterias, chamado ânodo. A bateria de íons de lítio do seu telefone celular, com quase toda certeza, tem um ânodo de grafite. E o grafite é uma forma de carbono com estrutura estratificada.
Os engenheiros da Stora Enso descobriram que podem extrair lignina da polpa residual que já é produzida em algumas das suas fábricas e processar essa lignina para fabricar material de carbono para os ânodos das baterias.
A empresa já firmou parceria com a companhia sueca Northvolt e planeja começar a fabricar baterias já em 2025.
Com cada vez mais pessoas comprando carros elétricos e armazenando energia em casa, estima-se que a demanda global por baterias apresente forte crescimento nos próximos anos.
Para Lehtonen, "a demanda é simplesmente alucinante".
Em 2015, foi necessário gerar algumas centenas de gigawatts-hora (GWh) a mais para carregar baterias em todo o mundo. Mas esta demanda irá disparar até atingir milhares de GWh anuais em 2030, à medida que o mundo reduzir o consumo de combustíveis fósseis, segundo a empresa de consultoria empresarial McKinsey & Company.
A questão é que as baterias de íons de lítio que usamos hoje em dia dependem, em grande parte, da mineração e de processos industriais que prejudicam o meio ambiente.
E alguns dos materiais usados na fabricação dessas baterias são tóxicos e de difícil reciclagem. Muitos deles vêm de países com problemas em relação aos direitos humanos.
Para produzir grafite sintético, por exemplo, o carbono precisa ser aquecido por semanas a fio a mais de 3000 °C. A energia usada no aquecimento, muitas vezes, vem de usinas elétricas movidas a carvão na China, segundo a empresa de consultoria Wood Mackenzie.
Por isso, a busca por materiais sustentáveis para uso em baterias que sejam amplamente disponíveis está aberta. E algumas pessoas dizem que podemos encontrá-los nas árvores.
Geralmente, as baterias precisam incluir um cátodo e um ânodo - os eletrodos positivo e negativo, respectivamente - para que as partículas carregadas chamadas íons possam fluir entre eles.
Quando a bateria é carregada, os íons de lítio ou sódio, por exemplo, são transferidos do cátodo para o ânodo, onde ficam estacionados como carros em um edifício-garagem, como explica a consultora independente Jill Pestana, engenheira e cientista especializada em baterias da Califórnia, nos Estados Unidos.
"A principal propriedade desejável nessa estrutura de estacionamento de material é que ela possa receber facilmente o lítio ou o sódio e deixar que ele saia, sem desintegrar-se", explica ela.
Quando a bateria é descarregada para alimentar algo como um carro elétrico, os íons retornam para o cátodo depois de liberar os elétrons, que se movem através do fio de um circuito elétrico, transferindo energia, no caso, para o veículo.
Pestana afirma que o grafite é um material "espetacular". Seu funcionamento como ânodo é tão confiável que permite que essas reações aconteçam. Materiais alternativos, incluindo as estruturas de carbono derivadas de lignina, enfrentam dificuldade para demonstrar sua adequação para o trabalho.
Mas existem diversas empresas que estão explorando o potencial da lignina no desenvolvimento de baterias. Uma delas é a sueca Bright Day Graphene, que produz grafeno, que é outra forma de carbono, a partir da lignina.
Também Lehtonen exalta as virtudes do material de ânodo de carbono da sua empresa, a Stora Enso, que o batizou de Lignode. Ele não revela exatamente como a companhia transforma a lignina em uma estrutura de carbono rígida, nem o que é exatamente essa estrutura.
Ele informa apenas que o processo envolve o aquecimento da lignina, mas a temperaturas muito abaixo das necessárias para a produção de grafite sintético.
Uma característica importante da estrutura de carbono resultante é que ela é "amorfa", ou irregular, segundo Lehtonen. "Realmente, ela permite muito mais mobilidade de entrada e saída dos íons", afirma ele.
A Stora Enso afirma que isso os ajudará a fabricar baterias de íons de lítio ou de sódio que podem ser carregadas em até oito minutos. O carregamento rápido é um objetivo importante dos desenvolvedores de baterias para veículos elétricos.
Outra pesquisa sobre ânodos de carbono derivados de lignina está sendo conduzida por Magda Titirici, do Imperial College de Londres, e seus colegas. Ela indica que é possível produzir esteiras condutoras que contêm estruturas de carbono complexas e irregulares, com muitos defeitos ricos em oxigênio.
Esses defeitos, aparentemente, ampliam a capacidade de reação do ânodo com íons transferidos do cátodo em baterias de íons de sódio, segundo Titirici. E, por sua vez, esta capacidade reduz o tempo de carregamento. "Esta esteira condutora é fantástica para baterias", afirma ela.
Wyatt Tenhaeff, da Universidade de Rochester, no Estado de Nova York (EUA), também produziu ânodos derivados de lignina em ambiente de laboratório.
A lignina "realmente é ótima", segundo ele, pois é um subproduto que, potencialmente, pode ter muitos usos.
Durante os experimentos, Tenhaeff e seus colegas descobriram que podem usar a lignina para produzir ânodos com estrutura autossustentante, que não necessitam de cola, nem de coletores de corrente de cobre, que são componentes comuns das baterias de íons de lítio.
Isso pode reduzir o custo dos ânodos de carbono derivados de lignina, mas o pesquisador tem dúvidas se eles poderão competir comercialmente com os ânodos de grafite.
"Simplesmente não acho que será uma mudança de processo suficiente, em termos de custo ou desempenho, para substituir o grafite, que está consagrado", afirma ele.
Existe também a questão da sustentabilidade. A pesquisadora Chelsea Baldino, do Conselho Internacional sobre Transporte Limpo, ressalta que, desde que a lignina usada para a produção de ânodos seja extraída como subproduto do processo de fabricação de papel, não será preciso cortar mais árvores para a produção de baterias.
Um porta-voz da Stora Enso confirmou que, atualmente, toda a lignina empregada pela companhia é "um subproduto do processo de fabricação de polpa" e que seu uso não aumenta o número de árvores derrubadas, nem o volume de madeira consumido na fabricação de polpa.
Mas Pestana acrescenta que qualquer pessoa que procurar fabricar ânodos de lignina deve garantir que a floresta de onde aquela lignina é extraída também seja sustentável. "Se a indústria da polpa não for sustentável, o material em si não é um material derivado de fontes sustentáveis", explica ela.
O relatório anual da Stora Enso de 2021 afirma que a empresa "conhece a origem de toda a madeira que utiliza e 100% dela vêm de fontes sustentáveis".
Existe pelo menos mais uma forma em que a lignina pode ser utilizada em baterias, além dos ânodos. Em abril de 2022, uma equipe de pesquisa na Itália publicou um estudo sobre seus esforços para o desenvolvimento de um eletrólito com base em lignina.
O eletrólito é o componente que fica entre o cátodo e o ânodo. Ele ajuda a fazer os fluxos fluírem entre os eletrodos, mas também força os elétrons a seguir o trajeto desejado através do circuito elétrico ao qual a bateria é conectada.
Em outras palavras, o eletrólito evita que os elétrons fiquem simplesmente pulando entre os eletrodos, o que deixaria o seu telefone celular morto e enterrado.
É possível conseguir polímeros para os eletrólitos a partir de óleo, segundo Gianmarco Griffini, da Universidade Politécnica de Milão, na Itália. Mas ele acrescenta que seria conveniente encontrar fontes alternativas, que sejam sustentáveis.
Griffini explica que a ideia de usar lignina surgiu depois que ele e seus colegas fizeram experiências com o uso do material em painéis solares, com resultados levemente abaixo do esperado.
"A eficiência que você obtém nas células solares é relativamente limitada porque a lignina é marrom e, por isso, realmente absorve parte da luz", explica ele. Mas, nas baterias, este problema não existe.
Para a produção de ânodos, a lignina é tratada a quente para decompô-la nos seus carbonos constituintes. Mas Griffini, que se autodefine como o "'cara' dos polímeros", afirma que prefere usá-la na forma de polímero.
Com isso em mente, ele e seus colegas desenvolveram um eletrólito polimérico em gel que auxiliou o movimento dos íons em uma bateria experimental de potássio. "Realmente teve resultados muito bons", ele conta.
A viabilidade comercial de todas essas ideias ainda precisa ser comprovada. Magda Titirici acrescenta que, teoricamente, é possível fabricar uma bateria que use polímeros de lignina no eletrólito e carbono derivado de lignina no ânodo.
Quem sabe podemos até usar essa bateria para alimentar os componentes eletrônicos de madeira que foram descritos em outro estudo, no ano passado. Seria a tecnologia perfeita para iluminar uma casa na árvore, não? Ou será que estaríamos indo longe demais?
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-64243702
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-64243702
11 de janeiro de 2023
Encontrar novas minas de metais economicamente importantes é uma tarefa cada vez mais difícil, já que a maioria das ocorrências no planeta já são conhecidas e exploradas, algumas há milênios.
Por isso, é importante retirar cada grama – na verdade, cada fração de grama – de metal contido no minério porque qualquer ineficiência no processo significa que o metal irá virar rejeito, o termo que engenheiros de minas e geólogos usam para o lixo da mina.
Cerca de 80% das reservas de cobre do mundo estão contidas em um mineral chamado calcopirita (CuFeS2), que precisa ser moída e submetida a um processo chamado flotação, em que o cobre flutua dentro de um reator como uma espécie de nata na superfície de um composto químico altamente ácido. Essa nata é retirada e então fundida, gerando o cobre metálico.
A proposta da equipe da professora Ana Méndez era criar um processo hidrometalúrgico – extração em meio aquoso – que pudesse ser aplicado à calcopirita e que não usasse compostos químicos muito agressivos.
A solução veio na forma de um carbono ativado feito a partir da biomassa que sobra da colheita do trigo, que funciona como catalisador na lixiviação do cobre.
O processo gerou um aumento de até 20% no cobre metálico extraído do mineral, uma marca verdadeiramente revolucionária para uma mineradora que está descartando o metal contido como rejeito.
Além disso, o carvão ativado de biomassa absorve o enxofre, presente no minério, e reduz a lixiviação do arsênico, usado no processo de obtenção do concentrado de cobre, reduzindo o impacto ambiental do processo.
“Os resultados mostram que o uso de determinados carvões ativos derivados de biomassa como catalisadores na lixiviação de concentrados de sulfetos metálicos pode contribuir para o desenvolvimento de processos hidrometalúrgicos sustentáveis; uma questão, a da sustentabilidade, fundamental na mineração atual,” disse Ana.
A pesquisadora afirmou que sua equipe continua trabalhando na melhoria do processo, com o objetivo de reduzir os tempos de reação, a recuperação do catalisador e para aumentar ainda mais o percentual de recuperação do cobre. Informações do portal Inovação Tecnológica
Fonte: https://parana.jor.br/como-extrair-mais-cobre-com-um-novo-macete-quimico/
10 de janeiro de 2023
No entanto, a cal viva, um ingrediente há muito perdido na receita antiga que torna o material de construção auto-recuperável, foi redescoberta pelos cientistas.
Especialistas do MIT e de Harvard descobriram que, quando a cal virgem é adicionada à mistura, ocorre uma reação química muito quente, deixando depósitos de cálcio por todo o concreto.
É importante ressaltar que, se a água penetrar pelas rachaduras posteriormente, esses depósitos de cálcio se recristalizarão em carbonato de cálcio, preenchendo as lacunas. As reações espontâneas curam as rachaduras antes que elas se espalhem e comprometam a integridade da estrutura.
Ele explica como a cúpula de concreto não armado do Panteão, que foi inaugurada em 128 dC e é a maior do mundo, ainda está de pé, enquanto muitas estruturas modernas de concreto desmoronam depois de algumas décadas.
A Muralha de Adriano, com seu núcleo sustentado por concreto antigo, e alguns aquedutos de concreto antigos que ainda fornecem água para Roma são dois exemplos de estruturas que sobreviveram.
Em Naturalis Historia, escrito em 79 dC, Plínio, o Velho, observou que, apesar de serem golpeadas pela água do mar, as estruturas de concreto nos portos “tornam-se uma única massa de pedra, inexpugnável às ondas e cada dia mais forte”.
A nova descoberta pode possibilitar que engenheiros modernos construam estruturas que podem durar milênios. Foi desenvolvido depois que especialistas começaram a investigar o antigo concreto em busca de depósitos de cálcio, também conhecidos como clastos de cal. Eles já haviam sido descartados como resultado de uma mistura descuidada.
Admir Masic, professor de engenharia civil e ambiental, afirmou: “A ideia de que a presença desses clastos de cal era simplesmente atribuída ao baixo controle de qualidade sempre me incomodou.”
“Por que os romanos se esforçariam tão pouco para garantir a produção de um produto final bem misturado se se esforçaram tanto para fazer um excelente material de construção, seguindo todas as receitas detalhadas que foram otimizadas ao longo de muitos séculos? Essa história tem que ter mais.
A equipe quebrou deliberadamente amostras de concreto misturado a quente que incluíam formulações antigas e modernas, depois passou água pelas rachaduras para demonstrar que os clastos de cal eram os culpados pela durabilidade.
As rachaduras cicatrizaram completamente em duas semanas e a água não podia mais fluir por elas. A água continuou a fluir através da amostra, e um bloco idêntico de concreto feito sem cal virgem nunca curou.
O grupo está trabalhando para tornar o concreto romano novamente disponível para compra.
O professor Masic disse: “É emocionante pensar em como essas formulações de concreto mais duráveis podem expandir não apenas a vida útil desses materiais, mas também como podem melhorar a durabilidade das formulações de concreto impressas em 3D”. Ambos os resultados potenciais estão relacionados à durabilidade do concreto.
Fonte: https://parana.jor.br/o-ingrediente-secreto-que-da-ao-concreto-romano-a-capacidade-de-durar-seculos/
22 de dezembro de 2022
O Governo de Mato Grosso inaugura nesta quinta-feira (22.12), às 15h, o primeiro Centro de Formação de Profissionais de Alta Performance, o "Seciteci Alta Performance". A unidade funcionará em um prédio na Avenida Mato Grosso, em Cuiabá, e contará com a oferta de vários cursos na área de tecnologia.
O projeto é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), em parceria com o Centro de Recondicionamento de Computadores Recytec, a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faesp), e o Núcleo de Redes Inteligentes e Sistemas Computacionais (RISC), vinculado à Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
Para a estruturação do prédio e o início das atividades, foram investidos R$ 4,9 milhões. O desafio é atender as demandas do mercado de trabalho, que busca por profissionais qualificados em áreas de alta tecnologia - as chamadas “profissões do futuro”. As atividades terão início com a instalação do escritório do Parque Tecnológico Mato Grosso e do espaço coworking para o uso compartilhado por startups.
A partir de fevereiro de 2023, terão início as aulas para os 270 alunos do curso de Programador de Sistemas. Após a conclusão do curso, os 50 alunos com melhor desempenho serão contratados para atuarem como bolsistas na Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI). Com remuneração de R$ 6 mil, a proposta é que os profissionais atendam demandas por soluções tecnológicas nas secretarias e órgãos do Estado. A bolsa terá duração de 12 meses.
Também serão ofertados os cursos de Técnico em Programação de Jogos Digitais, Técnico em Design de Interiores, Técnico em Desenvolvimento de Sistemas, Modelagem em 3D, Robótica Educacional de Baixo Custo, Marketing Digital, Influenciador Digital, Internet das Coisas – IOT, Desenvolvimento do Pensamento Computacional, Inteligência Emocional e Gestão do Tempo.
“A ideia do Governo do Estado é suprir uma demanda represada por profissionais com qualificação específica, em áreas de alta tecnologia. E o Centro de Alta Performance será exatamente essa escola, com atuação específica, focada na formação profissional especializada, com turmas presenciais e a distância, formados com excelência, em cursos e profissões inovadoras. Nossos profissionais vão receber qualificação de ponta, e estarão em pé de igualdade com profissionais formados nos grandes centros tecnológicos. Outro diferencial do empreendimento é a oportunidade de contribuir com a revitalização do centro histórico de Cuiabá, ocupando um prédio antes ocioso”, pontuou o secretário da Seciteci, Maurício Munhoz.
Fonte: http://www.secitec.mt.gov.br/-/23223506-governo-inaugura-o-1-centro-de-formacao-de-alta-performance-de-mato-grosso
6 de dezembro de 2022
O governo de Mato Grosso, a partir de sua Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), tem uma rede de escolas técnicas profissionalizantes distribuídas pelas diversas regiões do Estado. O grande desafio dessa estrutura é compreender as demandas de cursos técnicos de cada município, considerando que Mato Grosso convive com profundas desigualdades regionais, e ofertar vagas, sejam nas escolas ou fora delas (cada escola atende municípios vizinhos), para que o cidadão e aluno possam concluir o curso alcançando empregabilidade e aperfeiçoando sua noção de empreendedorismo.
Os dados da TABELA 1 (INDICADORES DO ENSINO PROFISSIONAL) demonstram que uma maior qualificação representa também uma maior renda individual. A mesma tabela nos permite identificar que entre homens e mulheres há diferenças de renda, sendo que as mulheres ganham menos no Brasil e também em Mato Grosso. Neste ponto específico, a Seciteci tem se esforçado para compreender o fenômeno e identificou, através de um estudo sobre a evasão escolar, parte do motivo: as mulheres são as que mais abandonam os estudos em sua rede, e por razões como cuidar dos filhos e outros ligados a condição delas como “chefe de família”.
Por outro lado, na renda entre brancos e pretos ou pardos, a histórica diferença que aponta os brancos ganhando mais no Brasil, é bastante menor em Mato Grosso, da mesma forma como a quantidade de pessoas vivendo na extrema pobreza é muito inferior no Estado, do que a média nacional.
Na TABELA 2 (ESTUDO DE DEMANDA), o estudo apresenta dados econômicos e sociais de cada um dos 141 municípios de Mato Grosso, em planilha excel e seu RESUMO EM POWER BI. Nela temos aspectos que vão desde a urbanização, perfil da economia através do PIB, percentual de famílias dependentes de programas sociais do governo federal, produção agrícola e pecuária, dentre outros indicadores.
A TABELA 2 apresenta também dois indicadores criados pela Seciteci, através de algoritmos: 1) o grau de empregabilidade, onde é identificada a capacidade de absorção de mão de obra e 2) o grau de empreendedorismo, em cada município de Mato Grosso.
Como produto, a TABELA 2 aponta a quantidade de cursos técnicos profissionalizantes que cada um dos 141 municípios de Mato Grosso necessita nos próximos 4 anos, o que pode orientar uma política pública na distribuição de entidades, como a própria Seciteci, para atendimento dessa demanda, respeitando o perfil sócio econômico dos municípios.
Além disso, considerando que a Seciteci também é constituída pela Superintendência de Inovação, com seu Parque Tecnológico, e que cada escola técnica profissionalizante da rede é um braço do Parque, produzindo ciência e pesquisas, fomentar processos produtivos que envolvam tecnologia é também uma forma de contribuir com as resiliências as desigualdades sociais e regionais em Mato Grosso.
E entendendo que estimular o uso da tecnologia na agricultura, especialmente na familiar (os dados da TABELA 2 mostram sua forte presença e importância nos municípios do Estado) é uma grande ação de política pública, temos justificado o envolvimento da Seciteci em projetos como o “campo conectado” que leva, por exemplo, a “internet das coisas” ao campo ou a “plataforma de resiliência às mudanças climáticas” produzida com tecnologia de bolsistas do Parque Tecnológico de Mato Grosso, que se esforça em manter as riquezas naturais de Mato Grosso como um bem comum sempre útil a sociedade.
MAURÍCIO MUNHOZ FERRAZ
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Fonte: http://www.secitec.mt.gov.br/-/23121701-apoio-estatistico-para-elaboracao-do-planejamento-de-ensino-profissional-tecnologico
31 de outubro de 2022
19 de outubro de 2022
Durante a abertura da 19ª Semana de Ciência e Tecnologia, que aconteceu nesta terça-feira, na Escola Técnica de Cuiabá, a Seciteci fez o lançamento da primeira edição da revista Educação, Ciência e Tecnologia. Com o tema “Memória e Itinerários da Educação Profissional das Escolas Técnicas Estaduais de Mato Grosso”.
A coordenadora da Seciteci, e responsável por liderar a equipe no desafio da publicação, Fátima Possamai, explicou que, o objetivo é divulgar temas relacionados à tecnologia e a trajetória das Escolas Técnicas Estaduais em seu ambiente de origem, reunindo relatos e experiências desenvolvidas desde a criação das unidades, a implementação dos cursos, o atendimento à população, e sua contribuição para o processo de desenvolvimento regional. A revista também reúne artigos sobre práticas e projetos inovadores desenvolvidos pela Seciteci, e os mais diferentes resultados alcançados em favor da comunidade e da redução das desigualdades regionais.
Fonte:http://www.secitec.mt.gov.br/-/22808403-revista-educacao-ciencia-e-tecnologia-e-lancada-pela-seciteci
19 de outubro de 2022
Foi publicada nesta quarta-feira (19), no Diário Oficial da União, a Portaria 6449/22, que institui a utilização de métrica para aferição da maturidade tecnológica dos projetos de CT&I.
A portaria, assinada pelo ministro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), propõe o uso do Sistema de Medição e Identificação do Nível de Maturidade Tecnológica dos projetos desenvolvidos no âmbito do MCTI e de suas unidades vinculadas.
O sistema de medição tem como objetivo avaliar a maturidade tecnológica dos projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação do MCTI e de suas unidades vinculadas, permitindo assim diferenciais estratégicos na avaliação, na execução de ações e alocação de recursos. Outro objetivo é aumentar a capacidade institucional das unidades vinculadas na captação de recursos financeiros não orçamentários por meio da classificação dos projetos, segundo suas características e natureza de apoio mais adequado.
O sistema contou com o levantamento bibliográfico das soluções baseadas na Metodologia do Technology Readiness Level (TRL), que é uma ferramenta de gestão que permite acompanhar a evolução de maturidade de um determinado projeto, provendo informações essenciais para a tomada de decisões relativas ao seu andamento. A metodologia TRL tem o intuito de avaliar a maturidade das tecnologias.
Conforme previsto na Portaria, o trabalho agora seguirá pela disponibilização, nos próximos 90 dias, de uma calculadora em versão web, de acesso livre e disponível no portal do MCTI, que poderá ser acessada por todos os atores do ecossistema de CT&I no Brasil e balizará a avaliação e classificação dos projetos inseridos no Sistema de Gestão de Portfólios de Projetos do MCTI (SEGE3P), que são disponibilizados ao público por meio da Plataforma investMCTI.
Fonte: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2022/10/mcti-institui-a-calculadora-de-maturidade-tecnologica-baseada-no-technology-readiness-level-trl
18 de outubro de 2022. Publicado originalmente em 24/07/2021.
Criptomoeda, feminicídio, homoparental, infodemia e sororidade. O que essas palavras têm em comum? Além de serem usadas pelos brasileiros, elas vão constar, pela primeira vez, no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia Brasileira de Letras.
A sexta edição do Volp está disponível para consulta online, no site da academia. O conteúdo pode ser acessado também pelo aplicativo oficial do Volp (disponível no Google Play e na App Store). Essa é a primeira atualização da publicação desde a 5ª edição, lançada em 2009.
A Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL, presidida por Evanildo Bechara, vem reunindo novos vocábulos colhidos em textos literários, científicos e jornalísticos ou recebidos como sugestão por quem consulta o Volp. A obra foi atualizada com o objetivo de oferecer ao público uma edição em dia com a evolução da língua, de modo a refletir as mudanças da sociedade.
Telemedicina, ciberataque, judicialização, covid-19, pós-verdade, negacionismo, necropolítica, gentrificação e ciclofaixa também são verbetes acrescidos ao Volp. Ainda foram registrados novos estrangeirismos como botox, bullying, compliance, crossfit, home office, lockdown, podcast e emoji.
De acordo com a ABL, muitos dos acréscimos feitos no Volp se referem a termos oriundos do desenvolvimento científico e tecnológico, do contexto da pandemia do novo coronavírus, do registro mais abrangente de nomes de povos indígenas, assim como de termos técnicos das diversas áreas do conhecimento e novos vocábulos de uso comum, sempre de acordo com os critérios de formação de palavras da língua-padrão.
O Volp é um levantamento de palavras existentes na língua, com indicação da grafia correta. Com 382 mil entradas, o novo Volp tem mil palavras novas, além de correções e informações complementares nos verbetes, como acréscimos de ortoépia (pronúncia correta), variadas possibilidades de plural e, em alguns casos, significados diversos para palavras que têm a mesma grafia ou mesma pronúncia (homonímia) ou grafia e pronúncia parecidas (paronímia), visando desfazer dúvidas e ambiguidades.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-07/academia-brasileira-de-letras-lanca-nova-edicao-online-do-volp