A fibrose é um dos sete fatores cruciais no desenvolvimento da celulite, junto com acúmulo de gordura, retenção hídrica, flacidez, inflamação, dano oxidativo e glicação avançada. No caso da celulite, ela se caracteriza pelo espessamento e contração dos ligamentos hipodérmicos (retináculos), que se conectam à derme à fáscia subjacente. Esses ligamentos, ao tracionarem a pele para baixo enquanto a gordura adjacente a empurrar para cima, geram o aspecto irregular típico da celulite.

Embora comumente chamados de "septos fibrosos", estudos recentes mostram que não existem septos completos dividindo compartimentos adiposos na celulite. Ultrassonografias e ressonâncias confirmam que o termo mais correto é "ligamentos cutâneos", corrigindo interpretações anatômicas antigas.

Uma analogia simples compara essa dinâmica ao estofamento de um sofá de couro: a pele é o couro, os retináculos são os botões de fixação e a gordura é a espuma. Isso ilustra como a fibrose contribui para a aparência estética indesejada.

A celulite não é apenas uma condição isolada de tecido conjuntivo, gordura ou líquido. É um problema complexo que exige uma abordagem integrada. Na forma fibrosa ou “celulite dura”, o tratamento é mais trabalhoso devido à rigidez do tecido. Uma fibrose causada por tensão crônica nos retináculos, agravada por inchaço de baixo grau, que encurta e engrossa esses ligamentos.

Reduzir a fibrose requer tratamentos específicos combinados com mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada e exercícios. Técnicas como cavitação ultrassônica, massagens para celulite e ativos tópicos antifibróticos (Centella asiática, curcumina, EGCG) são eficazes.

Entretanto, focar apenas na fibrose sem reduzir a gordura subcutânea pode resultar em flacidez. Tecnologias como radiofrequência e cavitação ajudam a tratar ambas as causas. Para resultados consistentes, o ideal é um plano holístico que reduza tanto a fibrose quanto a adiposidade.