Entrevista

Alunos do 4º ano do Curso G9 entrevistam o Secretário de Meio Ambiente de Itajubá

Com o objetivo de enriquecer o projeto da Feira do Conhecimento, os alunos perguntaram sobre a fauna e a flora da região e descobriram quais animais estão ameaçados de extinção.



No dia 3 de agosto de 2023, no prédio do Teatro Municipal de Itajubá, os alunos do 4º ano do Curso G9 entrevistaram o Sr. Ricardo Augusto Corrêa Ferreira, Secretário de Meio Ambiente de Itajubá. Participaram, também, Maitê Martins Nobre, Diretora Municipal de Meio Ambiente e Ana Julia Ferreira Andrade, Estagiária Secretária Municipal de Meio Ambiente. 

Os alunos preparam perguntas sobre o meio ambiente da nossa região. Entre algumas questões, perguntaram sobre as espécies de animais ameaçadas de extinção, a situação da fauna e flora e como podem contribuir para as questões ambientais de Itajubá. 

Confira a entrevista:

LAURA: Como funciona a Secretaria de Meio Ambiente?

RICARDO: A Secretaria de meio ambiente tem por missão preservar o  meio ambiente que a gente reside, o ambiente que a gente vive, o ambiente que a gente  faz habilitação dele. De que forma? Conciliando o Teatro que chegou aqui, o Cinema que está aqui ao nosso lado, o Parque Municipal, com a preservação do meio ambiente. Quando vocês vão ao Parque Municipal, vocês não veem inúmeras, centenas de árvores plantadas ali? É exatamente para, no futuro, essas árvores crescerem, sombriarem, embelezarem, produzirem oxigênio, produzirem ar para a gente respirar. A função da Secretaria de Meio Ambiente é essa. É compatibilizar, aliar o desenvolvimento, a chegada do Teatro, a chegado do Cinema, a chegada do Parque, a chegada da Prefeitura com a preservação do Meio Ambiente. Vocês estão vendo aqui fora toda a avenida plantada, a frente da prefeitura toda plantada? Ali não tinha nada. O que nós estamos fazendo? Qual a preocupação da Secretaria de Meio Ambiente? Preparar esse ambiente que está crescendo para o lado de cá, de maneira que amanhã a gente tenha um ambiente mais saudável, uma qualidade de vida melhor num ambiente que está chegando o crescimento da cidade. Ali, no fundo, vocês veem as matas. Em nenhuma delas pode ser feito qualquer tipo de intervençao ambiental. É um compromisso que a UNIFEI tem com a gente e que a prefeitura tem com a gente de preservar essas matas todas do fundo. Então, a função da Secretaria de Meio Ambiente, acima de qualquer coisa, é preservar o meio ambiente, e em segundo lugar, fazer com  que o desenvolvimento aconteça na cidade.

DAVI: Poderia explicar como o seu trabalho ajuda o meio ambiente?

RICARDO: O nosso trabalho ajuda o meio ambiente exatamente dessa forma que eu acabei de falar. Quando a gente vai fazer qualquer tipo de autorização para cortar árvore, para instalar  qualquer tipo de empreendimento em algum lugar, a nossa preocupação primordial, fundamental, é ver o que a gente pode preservar naquele ambiente onde está chegando o empreendimento com relação a autorização que a gente dá para cortar a árvore ou fazer qualquer tipo de empreendimento.

MARIA ALICE: Como é trabalhar na Secretaria do Meio Ambiente? É difícil ser Secretário de Meio Ambiente?

RICARDO: Não é fácil. Porque a humanidade pensa basicamente em si própria. Então, quando as pessoas vêm até a Secretaria de Meio Ambiente solicitar algum tipo de autorização, eles muito pouco estão preocupados com o Meio Ambiente. Por isso que existe a Secretaria de Meio Ambiente. Porque ali eles fazem um protocolo de um documento e existe uma equipe que faz a análise daquele protocolo para aquele requerimento ser atendido, mas que, acima de tudo, volta repetir, que o  Ambiente seja preservado. Então, por que não é fácil não ser Secretário de Meio Ambiente? Porque as pessoas, às vezes, não entendem a nossa posição de, às vezes, falar não: “Não! Aqui não pode ser feito isso”. As pessoas não entendem, então colocam o secretário do meio ambiente como impositor de uma coisa que está vindo para a cidade  e não é. A gente, além de tudo, tem que seguir uma legislação pra gente fazer com que os empreendimentos sejam instalados na cidade. Então, não é fácil ser Secretário de Meio Ambiente.

ALICE: Como podemos melhorar o Meio Ambiente?

RICARDO: Fazendo a nossa parte. Poluindo menos, catando o papelzinho sujo de dentro da escola, da casa, na rua e jogando dentro da lixeira, separando os resíduos dentro de casa, tomando o banho um pouquinho mais rápido e evitando de lavar o carro com a mangueira ligada o tempo inteiro. Vocês lembram que nós tivemos a maior crise de oferta de água do Brasil. Por que que teve essa crise hídrica? Em função exatamente da agressão que estamos fazendo com o meio ambiente. Vocês já ouviram falar também, que nos últimos  100 anos, a Terra aqueceu 1º C? Por quê? Por causa do efeito estufa. Nós estamos poluindo tanto aqui na Terra, que lá em cima, a 10 mil/12 mil  metros de  altitude, a atmosfera não está dando conta de assimilar tudo que está sendo lançado nela. As águas do oceano estão se aquecendo, a tendência das regiões costeiras é a água do mar invadir a região costeira e desaparecer as cidades de praia e, o mundo como um todo, ficar mais quente. Com isso, vamos ter menos água, menos alimento, menos energia. Vocês é que são os responsáveis em mudar isso.

CAIO: Por que quis ser Secretário Municipal de Meio Ambiente?

RICARDO: É o seguinte, a vida vai levando a gente como a onda leva o mar, né? Então, eu escolhi ser Secretário de Meio Ambiente pelo seguinte. Eu vim da zona rural. Eu sou filho de sitiante, neto de sitiante. Então, eu cresci na zona rural mexendo com a água, mexendo com a lavoura, mexendo com as coisas da roça. Quando eu fui sair da minha cidade, que é uma cidade pequenininha, pra estudar, o meu pai me influenciou muito com relação a escolha que eu fiz de trabalhar com essa área de Meio Ambiente e de agricultura. Eu sou de formação, Engenheiro Florestal. O engenheiro florestal tem a responsabilidade de fazer com que a floresta se torne uma floresta em pé e não haja desmatamento e que dessa mesma floresta que se torne em pé, tirar riquezas para sobreviver. As florestas podem continuar em pé e a gente colher os frutos, os óleos medicinais, as plantas medicinais sem fazer o desmatamento. A minha escolha pra ser Secretário de Meio Ambiente foi exatamente isso: foi uma influência muito grande que eu tive dos meus pais com relação a escolha que eu fiz de continuar trabalhando com a terra, com a agricultura e com o Meio Ambiente em geral.

AUGUSTO: Quais atitudes já foram tomadas em relação ao meio ambiente de Itajubá? Já foi criada uma Campanha do Meio Ambiente?

RICARDO: A gente faz muitas campanhas do Meio Ambiente, inclusive, uma das primeiras campanhas que nós fizemos lá em 2013, que eu sou secretário do meio ambiente desde 2013, foi com o Curso G9. Foi um lançamento que fizemos da coleta seletiva. Nós reunimos a escola todinha, lá na praça Theodomiro Santiago. Foi apresentada uma peça de teatro, depois nós saímos em passeata e fomos até o Horto Florestal Anhumas tentando mobilizar as pessoas, a cidade, as famílias, no sentido de poluir menos. Então, uma das campanhas que nós fizemos  foi com o próprio G9. Outras várias campanhas que a gente faz: as meninas (Maitê e Ana Júlia) têm um trabalho intenso na rede municipal de ensino, com relação à educação ambiental. Nós temos um trabalho mensal nas escolas municipais para sensibilizar as crianças. Como nós estamos fazendo aqui. Vocês já ouviram falar no Comitê de Crise de Itajubá? Não, né? O Comitê de Crise é uma equipe que foi formada há 13 anos para a gente combater os incêndios florestais. Vocês já viram que nos últimos 2 anos está tendo menos queimadas por aí? É em função dessa campanha, que faz blitz nas rodovias, nos bairros rurais, nas casas, nas rádios, na televisão, entrevistas, no sentido de mobilizar as pessoas que colocar fogo é errado. Por que que é errado? O fogo acaba com a água, o fogo mata os animais, o fogo acaba com as florestas, o fogo polui o ar que a gente respira e o fogo esquenta  o ambiente que a gente está. Agora a gente está começando a partir do mês que vem uma campanha enorme sobre a coleta seletiva. Foram selecionados 5 bairros: Estiva, Cruzeiro, BPS, Pinheirinho e Morro Chic para a gente iniciar esse trabalho, uma campanha de separação dos resíduos na casa. Então, quando vocês chegarem na casas de vocês e observarem a funcionária que trabalha lá, pai ou mãe misturando o que é reciclável e o que não é reciclável, por gentileza, tomem iniciativa e ensinem para os pais de vocês que a latinha de alumínio tem que ir para um lado, a casca da manga tem que ir para outro, o pet tem que ir para um lado, o resíduo da borra de café tem que ir para outro, entendeu? Então, são várias as campanhas. Nós temos uma campanha muito forte que estamos protegendo, cercando e isolando todas as nascentes de água do município de Itajubá. Começamos pelo bairro Pedra Preta, Estância, São Pedro, Serra dos Toledos e estamos avançando isso aí. Pra quê? É uma campanha que fazemos nas nascentes para não faltar água amanhã. Cada nascente que protegemos, a gente tem um estudo dentro da secretaria de quantificação disso, para a gente mobilizar as pessoas, principalmente o pessoal da roça, para não fazer desmatamento, nem nas nascentes, cercar, para aquela água não deixar de existir nunca mais, para a gente poder beber, consumir, tomar banho e etc.

VALENTINA: Quais animais já foram extintos ou estão ameaçados de extinção em Itajubá?

RICARDO: Existe uma lista oficial de animais em extinção que ela é elaborada pelo órgão ambiental que cuida dessa parte da fauna do Brasil, que é o Ibama, sabe? Então, o que está acontecendo com os animais? O ser humano está fazendo muito desmatamento e colocando muito fogo na floresta, que é a casa dos animais, pois é na floresta que tem os frutos que eles alimentam. Eles se alimentam de folhas,  eles se alimentam das cascas das árvores, bebem a água que está dentro da floresta. Com o desmatamento e com as queimadas, os animais estão deixando de ter locais para se abrigarem, né? Então, o que  está acontecendo? Como eles ficam sem lugar para se abrigarem, é igual a gente… Imagina se a gente perder a nossa casa, chegar de tarde, depois que a gente sai da escola, ter nossa jantinha, ter a nossa caminha, nossa televisão e amanhã a gente não tiver mais porque alguém alguém invadiu a nossa casa e destruiu tudo o que tinha lá. O ser humano está fazendo isso com os animais. Aqui na nossa região, por exemplo, o lobo-guará e o tatu-canastra estão entrando em extinção porque o ser humano vê um tatu desse tamanho na floresta, como é um animal lento e não tem muita saída para correr, o homem vai lá e pega pra fazer carne pra jantar à noite. Imagina. Então, o que mais acontece aqui é isso, os animais estão ficando extintos é por falta de moradia, de habitat para eles morarem, desenvolverem, crescerem, se reproduzirem na floresta. Os animais são como nós, nós temos a nossa família, nossos pais, nossos tios, nossos primos. Com os animais é igualzinho. Cada espécie tem a sua família, cada espécie tem seu parentesco. Quando quebra isso deles, principalmente na floresta, eles começam a entrar em extinção. Aqui na nossa região, infelizmente, há alguns animais em extinção, apesar de que nós temos trabalhado muito forte pra não ter desmatamento ilegal no territorio de Itajubá. Já faz mais de dez anos que não existe desmatamento, sem licença, no município de Itajubá.      

JOÃO VITOR: Como acontece a extinção dos animais? 

RICARDO: O homem desmata as florestas, sem elas a água deixa de existir e os animais deixam de ter a sua casa para se reproduzirem e sobreviverem. Então, à medida que existe o desmatamento e as queimadas desenfreadas, deixa de existir o habitat dos animais.

MARIA BEATRIZ: Qual o primeiro animal extinto em nossa região e qual o animal com maior risco de extinção? 

RICARDO: Dos dois animais mais extintos que ocorrem aqui na região, um eu falei que é o lobo-guará. O lobo-guará até pouco tempo atrás, vinha praticamente nas margens da cidade de madrugada, principalmente, na época de Lua Cheia porque ele anda muito, o dia inteiro e a noite inteira. Hoje, a gente não vê mais. O outro é a onça-parda, a onça-pintada é rara aqui na nossa região. Mas a onça-parda também a gente não consegue ver mais. Por quê? Porque ela 

anda muito, e tem que ter muita floresta, muita água e as florestas estão deixando de existir. Então, a onça-parda também é um animal que está em extinção na nossa região junto com o tatu-canastra. Seriam os três animais principais, aqui na nossa região, que estão entrando na lista de extinção do Ibama.

BIANCA: Tem algum local em Itajubá onde nossos animais estão sendo preservados?

RICARDO: Nós temos duas unidades de conservação em Itajubá, o Horto Florestal Anhumas com 28,6 hectares, onde moram vários animais. A gente que  frequenta o local é comum chegar lá e vê-los. A outra unidade de conservação é a Reserva Biológica da Serra dos Toledos, fica lá no alto da serra, tem uma área bastante representativa com 1 608 hectares e a função dela é exatamente essa: abrigar os animais que lá habitam e preservar a água que a gente toma aqui na cidade, que vem de lá. Então, as duas unidades de conservação mais a Reserva Particular de Patrimônio Natural, lá no bairro Morro Grande. Todas aquelas matas que vocês veem à direita da rodovia, indo para Delfim Moreira são todas registradas no Instituto Estadual de Florestas. Não podendo nela ser feito qualquer tipo de exploração, exatamente com a função de preservar, principalmente,  os animaizinhos.

LETICIA B.: Qual é o animal mais comum em nossa cidade?

RICARDO: A Capivara é o animal mais comum  em nossa cidade, e nós estamos invadindo o território delas. Elas chegaram bem antes de nós. Vai chegando o desenvolvimento e vai atingindo o ambiente que é dos animais. Quando teve a pandemia, há dois anos, a cidade fechou e ficou todo mundo em casa. As capivaras saíam da beira do rio e estavam indo para as praças: do Soldado e Teodomiro Santiago e a praça do Banco do Brasil. O povo achando ruim com a gente do meio ambiente, que a gente tinha que tirar a capivara das praças. Vocês acham isso? De jeito nenhum. Elas chegaram primeiro. Elas só estão chegando na cidade porque estamos invadindo o ambiente delas. Vocês já ouviram falar também da mata da Varginha, que tem um tanto de quatis? Já foram lá ver os quatis? Eles são outro exemplo. Os quatis vivem naquelas matas e, como os prédios estão chegando, os seres humanos estão chegando naquela região. O que está acontecendo? Os quatis estão entrando nos apartamentos, indo nas lixeiras para se alimentarem porque está faltando alimento pra eles na mata. Por quê? Porque o homem está construindo prédio, onde era floresta. Então, os dois animais mais frequentes aqui na nossa região, que a gente pode ver a qualquer hora que a gente procurar, são esse dois: as capivaras e os quatis. 

ISABELLA: Tem algum lugar em Itajubá precisando de reflorestamento? 

RICARDO: O reflorestamento é sempre bem vindo, entendeu? O que é o reflorestamento? Nada mais é do que reflorestar, plantar de novo. Onde existia uma floresta, a gente vai e planta as mudas. Existem vários  locais na cidade que nós estamos trabalhando para reflorestar, por exemplo, existem as áreas verdes do município através do licenciamento ambiental dos loteamentos. Vocês estão vendo aqui em frente que o loteamento está começando a ser construído. Se vocês prestarem atenção, dentro do loteamento tem duas florestinhas pequenas e aquelas florestinhas não podem ser cortadas. É a área verde do empreendimento. Lá no São Sebastião, lá no Açude, no Parque, aqui em frente, tudo que vocês veem o pessoal do meio ambiente plantando, é que nós estamos reflorestando, e a cidade precisa cada dia  mais reflorestamento para a gente ter um ar mais puro.

MARINA: Existe alguma lei proibindo o desmatamento em nossa região? Quando alguém corta alguma árvore, tem multa?

RICARDO: Existem três leis que proíbem o desmatamento na nossa região. Uma lei é federal, a União que toma conta, a outra lei é estadual, o Estado de Minas que toma conta, e nós temos uma lei municipal, que é o Município que toma conta. Então, no território de Itajubá, na zona rural ou na zona urbana, qualquer lugar que vocês forem e vocês  observarem alguém destruindo alguma árvore ou uma floresta, não pode desmatar. Existe uma lei que trata exatamente disso porque nós estamos localizados no bioma da Mata Atlântica. Então, a lei de número 11.428 de 2006 descreve que não pode haver nenhum tipo de desmatamento na nossa região, principalmente, aqui no nosso território. Só para frisar, de novo, há mais de dez anos não há ocorrência de desmatamento sem autorização no nosso município em função de todo esse trabalho que a gente faz de educação ambiental, de ser firme nas nossas ações, de falar o “não” na hora que precisa falar, entendeu? Então, aqui na nossa região, quando vocês observarem alguma floresta sendo desmatada, pode denunciar na Secretaria do Meio Ambiente, na Polícia Ambiental, que não pode ter desmatamento aqui na nossa região. Exceto se, vamos supor que vai construir um hospital e só tem aquela mata ali. Você tem que construir o hospital, chegou a verba para construir um hospital, não tem outro lugar para construir esse hospital, só naquela mata. Nesse caso, tem como autorizar o desmatamento para fazer o hospital. Vamos supor que aqui vai sair uma estrada para tirar a rodovia do centro da cidade para passar por fora de Itajubá. se não tiver outra alternativa, ela pode ser feita. Fora isso, não pode ser feito o desmatamento em nossa cidade. E a gente só consegue controlar o desmatamento com a ajuda da população. Vocês têm uma responsabilidade enorme. Porque amanhã quem vai estar aqui no lugar do secretário do meio ambiente são vocês. Então, vocês têm uma responsabilidade enorme. Viu algum desmatamento, viu alguma coisa, faz contato com a Secretaria do Meio Ambiente, faz contato com o papai de vocês para ele ligar e acionar a gente, para a gente ainda tentar parar o desmatamento em tempo. Porque, às vezes, nem dá tempo. As pessoas começam à noite para terminar de manhã e nem dá tempo. Quando você chega lá, já foi. Mas, graças a Deus, aqui na cidade de Itajubá, o povo está conscientizado que não pode haver nenhum desmatamento de florestas.

Tem algum número para a gente denunciar?

Sim. Na Secretaria de Meio Ambiente e na Polícia Ambiental. Polícia Ambiental 24 horas por dia. Número de denúncia para desmatamento em Itajubá: 9 98893957. Quando vocês virem alguma coisa é só ligar e acionar a gente. E se a propriedade for particular, mesmo assim não pode? Não pode. Por que para onde irão todos os bichos, se tirar a floresta da propriedade do Sr. Paulo? Entendeu? Não pode porque o governo entende que as matas com o tempo elas têm que ficar interligadas. Os bichos não sabem que aqui é propriedade do tio Ricardo e ali é propriedade do tio Paulo. Eles têm que ter o trânsito livre para andar. Nós da secretaria do meio ambiente e da polícia ambiental é que somos as vozes dos bichos porque eles não falam, não pensam. Então, tem que ter alguém para defendê-los.

DANIEL: Quais são as leis do meio ambiente?

RICARDO: A gente trabalha basicamente com três leis. Uma que trata do Código Ambiental Nacional que é a 12.651 de 2012, uma que trata do Código Ambiental Estadual que é a 20.922 de 2013 e uma que trata do Código Ambiental Municipal: a nossa Política Municipal de Meio Ambiente que é 2473 de 2003. A gente tem que atender a legislação que fala nessas leis, pra poder interpretar o que está sendo pedido, pra  aliar a segurança da lei que defende o meio ambiente com a autorização que a gente vai fazer. Então, são as três leis básicas que existem. São as leis dos códigos ambientais: Federal, Estadual e Municipal.

LETÍCIA GONÇALVES: Qual é o local que tem mais plantas e animais em Itajubá?

RICARDO: Geralmente onde existe floresta. Em qualquer lugar que tenha florestas, tem animal, tem serpente, tem anfíbios, tem primata, tem aves, tem insetos, tem abelha. Vocês sabiam que as abelhas têm um papel importantíssimo nas florestas? Qual é o papel das abelhas? Elas têm um papel fundamental na perpetuação da espécie no meio ambiente. Onde há muita abelha é sinal de que aquele ambiente está  equilibrado ecologicamente. Quando não veem nenhum tipo de abelha, é sinal de  que alguma coisa está errada. 

RICARDO RIBEIRO : Como podemos fazer para parar o desmatamento em nossa região? 

RICARDO: A gente já tem feito sabe, Ricardo. Nós temos feito um trabalho intenso, incansável, incessante com relação a isso. Pelos dados que a gente tem de levantamento do pessoal da fiscalização diretamente envolvido com isso, no município de Itajubá não tem tido mais desmatamento.  Não tem tido em função da política que a gente tem exercido de ser firme com relação a quem quer desmatar e a gente não deixar porque a lei fala que não pode.

VICENTE: Tem áreas protegidas em nossa região? Quais?

RICARDO: Tem a Unidade de Conservação do Horto Florestal Anhumas e a Reserva Biológica da Serra dos Toledos, que fica lá na Serra dos Toledos.  As duas têm a função de preservar as matas para os bichos morarem e de preservar a água que a gente toma aqui na cidade.

MELISSA: Tem espécies de plantas e animais que só sobrevivem em nossa região?

RICARDO: Tem. São as chamadas plantas endêmicas. As plantas endêmicas só se desenvolvem em determinada região. Por quê? São plantas que se adaptam ao clima, à topografia, ao tipo de solo, à oferta de água e à biodiversidade em geral. Às vezes, uma planta que aqui é comum, por exemplo, uma planta bem comum aqui: o assa-peixe, lá no norte, ela não se desenvolve e, às vezes, uma planta que lá no norte se desenvolve muito, se a gente plantar aqui, ela não se desenvolve. Por quê? O clima do norte é diferente, o solo do norte é diferente e a oferta de água do norte é diferente. 

BERNARDO: Como está o nosso Rio Sapucaí?

RICARDO: O Rio Sapucaí tinha virado um lixão invisível. Não presta mais joga na água. Joga na água que a água leva. Então,em 2017, nós começamos  a fazer um trabalho no Rio Sapucaí  

de despoluição e de desassoreamento do Rio Sapucaí.  Mais de 806 pneus foram retirados do Rio Sapucaí. Se a gente não tira os pneus de dentro do rio, ele nunca mais se decompõe. Geração em geração eles vão ficar ali. Cadeira de roda, moto, carcaça de carro, guarda-roupa, fogão, geladeira. Estava tudo no fundo do Rio Sapucaí. Nós temos fotos. Nós temos um trabalho que a gente apresenta sempre em relação a isso. Hoje, além da gente retirar isso tudo, vocês vêem de vez em quando o exército  junto com a gente dentro rio. A Defesa Civil, o Meio Ambiente, a Agricultura, dentro do rio fazendo a limpeza. Existem umas máquinas que pegam tudo que eu falei aqui, no fundo do rio. O que é pesado, desce e para no fundo do rio e depende da máquina para tirar. E se vocês prestarem atenção, aliado a esse trabalho de despoluição do rio Sapucaí, vocês podem ver que nós estamos plantando centenas de mudas em suas margens. Vocês já ouviram falar de mata ciliar? Mata ciliar vem de cílios. O que protege o nosso olho? São os cílios. Se a gente tirar os cílios do nosso olho, qualquer poeirinha, qualquer poluição, a gente não aguenta abrir o olho. Então, o homem veio, interviu, construiu casa até onde não podia do lado do rio e desmatou tudo o que tinha. Quando vocês passarem perto do Rio Sapucaí, prestem atenção na quantidade de árvores que estão sendo plantadas. Pra quê? Pra ele voltar a ser o que ele era antes. Com as matas ao lado do rio, a água vai ficar mais limpa, melhora a qualidade, os peixes vão ter mais oxigênio, porque não vai ter tanta sujeira dentro do rio. Então, o nosso objetivo é esse: além da gente estar fazendo a despoluição total e completa total do rio com a autorização das agências federais, a gente está fazendo a revitalização ambiental do rio, que é a recomposição florestal nas suas duas margens.

MARIA VITÓRIA: Existem projetos de restauração de áreas ambientais em Itajubá? Quais? Como funcionam? Restauram alguma planta específica?

RICARDO: Dentro dos bairros, em cada loteamento que foi instalado dentro do município, existe uma área designada de aŕea verde. Essas áreas verdes, geralmente ficavam sendo áreas verdes só no nome, só no  papel. A gente está fazendo com que essa realidade mude. Fazendo o replantio, ou o reflorestamento dessas áreas verdes. Pra quê? Para cada loteamento ter o seu pulmãozinho, que fornece o oxigênio. As aŕvores respiram o gás carbônico da atmosfera e fornecem o ar pra gente respirar. Não é isso? Uma das funções das árvores? Quando existem loteamentos que não têm nenhuma área verde, aquela área é muito mais seca, é muito mais quente, é muito mais feia. Não tem embelezamento nenhum. Então, a gente tem essa preocupação. Nós estamos indo aos poucos. Cada bairro, cada empreendimento instalado de 2003 pra cá é obrigado a fazer o reflorestamento das áreas verdes.

"Nós achamos a entrevista com o secretário ambiental muito legal, cada um tinha um papel, tinha alunos que faziam as perguntas, outros gravavam e outros filmavam.

Todas as perguntas foram bem legais, e respondidas com sucesso. 

A entrevista ocorreu no teatro municipal". (Heitor e Francisco.)



"A entrevista foi interessante e importante para nossa Feira do Conhecimento e para conhecermos mais sobre a nossa região". (Bianca, Maria Beatriz, Alícia.)






"A entrevista foi legal e importante. Nós também aprendemos muito sobre a fauna e a flora da nossa região.

Tudo o que foi dito nos ajudará em nosso projeto da Feira do Conhecimento. 

Ao Secretário de Meio Ambiente, o nosso muito obrigado". (Ricardo e Marina.)

"Nós achamos muito interessante a entrevista, pois ajudou na Feira do Conhecimento da nossa escola. Gostamos muito de aprender sobre a fauna e a flora". (Isabella, Leticia Barbosa e Letícia Gonçalves.)







"Gostei quando ele respondeu a minha pergunta". (João Vitor). "As informações foram muito importantes para a Feira do Conhecimento, para o nosso aprendizado e para conseguirmos conscientizar as pessoas". (Paloma e Daniel). 



"O Sr. Ricardo, Secretário Municipal de Meio Ambiente, nos contou muitas coisas importantes sobre o meio ambiente. 

Nós gostamos muito. Ele falou muitas coisas interessantes". (Pedro e Bernardo.)

"A entrevista foi  interessante e nós aprendemos muito. O  Secretário foi muito gentil conosco e nós desfrutamos muito desse momento". (Joana e Maria Fernanda.) 








"Nós achamos bem interessante, informativo e legal. As perguntas foram bem respondidas. 

Nós achamos interessante a informação de que se você matar um animal pode ficar preso de 5 até 50 anos. 

Achamos curioso que as plantas também transpiram(suam). 

Não sabíamos que a temperatura do planeta aumentou em 1 grau nos últimos 100 anos. Parece pouco, mas é bastante. (Alice e Melissa). 


"Naquele dia, nós tivemos muito mais consciência do que estamos fazendo. Todo dia, damos uma olhada no lixo para ver se está tudo separado. 

Aprendemos que a temperatura da Terra  aumentou 1 grau nos últimos 100 anos. 

O secretário nos informou também que a Secretaria de Meio Ambiente de Itajubá já fez muitas coisas em relação ao meio ambiente e que muitas pessoas ainda continuam fazendo coisas erradas, mesmo com as campanhas. 

Percebemos a importância de estudar e de saber como está a natureza aqui em Itajubá. Ficamos informados de que a fauna e flora não estão muito bem, mas estão melhores que em outros lugares. 

Diminuíram as queimadas e as pessoas estão um pouco mais conscientes do que fazem.  Aprendemos que nós, seres humanos, poluímos muito o meio ambiente e, com isso, pioramos a situação climática da Terra". (Augusto e Bernardo.)

"Nós achamos muito importante ter entrevistado o secretário de Meio Ambiente, pois é sempre bom saber o que está acontecendo na fauna, na flora e saber sobre a extinção dos animais da nossa região. 

A gente sempre estará contribuindo para não haver desmatamento e nem extinção de animais na região". (Valentina, Vicente e Maria Vitória.)

"Gostamos da entrevista com o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Ricardo Augusto Corrêa Ferreira. A entrevista foi importante, pois ela nos ensinou o quanto o meio ambiente é importante para nossa sociedade. 

Achamos mais importante o que o secretário falou sobre os animais que foram tirados do seu ambiente para a construção de casas, prédios, etc". (Julia e Manuela.





"Achamos a entrevista legal. Enriqueceu o nosso conhecimento e a parte que nós gostamos foi quando ele falou que o nosso corpo é composto de 70% de água". (Laura e Davi.)



"Gostamos muito da entrevista, principalmente sobre o fato de que as capivaras estão vindo para a zona urbana e também que a temperatura da Terra aumentou  em 1 grau nos últimos 100 anos". (Pedro e Fernando.)


"Foi legal. A parte mais importante foi que a gente enriqueceu muito nosso conhecimento para a Feira do Conhecimento. A parte que nós mais  gostamos foi quando ele falou que as capivaras não estão ameaçadas de extinção. Aprendemos que, para o meio ambiente ser preservado, cada um deve fazer a sua parte". (Caio e Maria Alice.)



“Eu gostaria de trazer a vocês uma mensagem de preservação ambiental com relação à água, ao solo, aos nossos animais, as nossas florestas e ao ar que a gente respira. 70% do corpo humano é composto de água. Quando vocês sentam à mesa para almoçar e as mamães de vocês fazem arroz, feijão e salada, ali, sem água não se faz nada. Uma cabecinha de alface quando chega à nossa mesa para a gente saboreá-la, ela já consumiu 90 litros de água. O que é importante para a gente aqui, que eu vejo, é que vocês serão o futuro do nosso Brasil. A gente já está de passagem, com a idade já avançada. Então, vocês têm uma responsabilidade muito grande com relação à preservação do meio ambiente, que se refere a estes cinco recursos que eu acabei de falar: água, solo, flora, a fauna e o ar que nós respiramos. Cada um de nós, mesmo que a gente chegue na nossa casa e encontre alguma resistência, nós temos uma responsabilidade muito grande em consumir a água de forma racional, sem desperdiçar. Na hora de escovar os dentes, deixar a torneira fechada. O banho da gente que pode ser de meia hora passar a ser de quinze minutos. Na nossa casa, quando a gente tomou uma Coca-Cola, a gente separar aquela garrafinha, para quando a coleta seletiva passar, levar separado. As cascas de frutas, jogar em um lixo separado certinho. Então, cada ação que a gente fizer, será super importante com relação a somatória disso tudo na preservação do meio ambiente".                                                                                     


Ricardo Augusto Corrêa Ferreira 

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