ST 1 - A mulher na antiguidade
Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior -PPGHB-UFPI
Profa. Msc. Gizeli da Conceição Lima – Doutoranda em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí- UFPI, E-mail: gizelilima@hotmail.com
RESUMO
Falar da antiguidade nos leva a penetrar num mundo onde silêncios constituem o cotidiano da história. Apesar de formada na sua grande maioria por aqueles considerados não cidadãos (estrangeiros, mulheres, velhos, crianças e escravos), os gregos antigos assim como outros povos da antiguidade são conhecidos somente, em grande medida, a partir dos seus cidadãos deixando a contribuição feminina em segundo plano. Para além de outras muitas incógnitas que atravessam a antiguidade, o que se pretende neste simpósio temático é apresentar reflexões sobre a história das mulheres que viveram no período histórico denominado antiguidade, com base em trabalhos acadêmicos produzidos por estudantes que buscam inscrevê-las num sistema social pautado pela percepção de que seu lugar se define, não pela sua natureza, mas pela forma como se organizam historicamente as relações entre os sexos, caracterizadas muito mais por suas restrições e imposições de deveres às mulheres do que pelo reconhecimento de seus direitos. Acima de tudo, busca-se demonstrar que apesar de organizada e transmitida por um olhar masculino, a antiguidade possui inúmeros personagens femininos que contribuíram para essas sociedades e esse é o seu maior legado.
Palavras-chave: Antiguidade, Mulheres, Protagonismos e Exclusões.
ST 2 - Gênero, cultura e intersecções
Profa Dra Profa. Dra. Olívia Candeia Lima Rocha - Professora do Curso de História CSHNB/UFPI - E-mail: oliviarocha779@gmail.com
Profa. Ma. Erika Ruth Melo da Silva - Doutoranda pelo PPGHB/UFPI- E-mail: erikaruthmelo@gmail.com
Prof. Me. Iago Tallys Silva Luz - Doutorando pelo PPGH/UNICAMP- E-mail: iagotallys@outlook.com
RESUMO
Compreendendo o gênero enquanto construção insurgente de experiências histórico-culturais variadas, o presente Simpósio Temático pretende reunir comunicações de pesquisa que abordem amplo diálogo, tendo em comum a inscrição das performances constitutivas de gênero no limiar da cultura e das representações, assim, trazendo à luz suas relevâncias históricas a partir de diferentes fontes e períodos. Sabe-se que a feminilidade e a masculinidade, assim como os sujeitos cujas experiências não se amparam em binarismos, relacionam-se à atravessamentos de ordem interseccional, sobretudo por aspectos econômicos e étnico-raciais, portanto, esse simpósio deseja reunir pesquisadores ocupados com as historicidades dessas relações. Ademais, consequentemente aos padrões instituídos para vivência identitária e sexual, são também de interesse os estudos acerca das formas, índices e fatores das diferentes formas de violência contra as mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, sejam aquelas que se expressam nas dimensões físicas e simbólicas da vivência humana nos diversos períodos históricos, ou na estrutura sócio histórica da cultura material, tais, quais as implicações da lei e da ciência.
ST 3 - Direitos humanos e cultura: lombadas, quebra-molas e ondulações nos caminhos possíveis
Ruan Nunes Silva (UESPI) - ruan@phb.uespi.br
Rubenil da Silva Oliveira (UFMA) - rubenil.oliveira@ufma.br
Renata Cristina da Cunha (UESPI) - renatacristina@phb.uespi.br
RESUMO
Dizer que o Brasil possui taxas chocantes de racismo, feminicídio ou de violência contra pessoas LGTBQIAPN+ parece ter virado rotina e expressão do senso comum. Ao ligar a televisão, há um confronto direto com o mundo de violências múltiplas, porém outros mecanismos de informação como as redes sociais, outrora pensadas como revolucionárias, não parecem fugir do mesmo modelo de repetição da estrutura fóbica. Contudo, em lugar de aceitar que a cultura seria um território apenas da reprodução de violências como LGBTQIAPN-fobia, racismo e gordofobia, desejamos nos aproximar da cultura em seus aspectos centrais de reflexão social. Compreendida como modo de vida e como arte e aprendizado (Williams, 2015 [1973]), a cultura é um território em disputa e pensar com ela é também pensar contra ela (Adorno; Horkheimer, 2019 [1947]). À luz dessa compreensão, este simpósio oferece espaço para pesquisas que analisam os processos de reprodução e produção da cultura, com ênfase na compreensão dos direitos humanos em práticas artísticas. Reforçamos que a cultura é uma jornada complexa e que há lombadas e quebra-molas que (ao mesmo tempo que atrasam vidas dissidentes) reforçam a linearidade da temporalidade normativa (Freeman, 2010), porém os caminhos de questionamento e reflexão não só são possíveis, mas são também necessários. A cultura é, portanto, um lócus para compreendermos a sociedade em seus variados aspectos. Serão bem-vindos trabalhos que versem sobre distintas práticas artísticas (desde o cinema e o teatro até performances e música), desde que estabeleçam vínculos com o tema dos direitos humanos em suas múltiplas vertentes.
Palavras-chave: Cultura. Direitos Humanos. Transdisciplinaridade
ST 4 - A crítica pós-colonial e os estudos sobre gênero, raça e ensino de história: diálogos emergentes para o campo das Ciências Humanas e Sociais
Profª Drª Silmária Reis dos Santos - UFCG/Cajazeiras - silreis.reis@gmail.com
RESUMO
Nos últimos anos, o pensamento pós-colonial tem adentrado significativamente o campo das ciências humanas e sociais no Brasil, sobretudo com a emergência do debate decolonial, os estudos subalternos indiano, a proposta das epistemologias do sul, pensada por Boaventura dos Santos e Maria P. Meneses, e o revisionismo dos estudos clássicos dos pós-coloniais afrodiaspóricos de meados do século XX, com Frantz Fanon, Albert Memmi, Aimé Césaire e Edward Said. Estes(as) intelectuais comportam um debate internacional e, em pesquisas atuais, têm se encontrado com o debate anticolonial brasileiro, com autoras(es) como Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Nilma Lino Gomes, Neusa Santos, Sueli Carneiro, Aílton Krenak, Davi Kopenawa, Paulo Freire, Abdias do Nascimento, entre outros(as). No âmbito de uma prática descolonial e interdisciplinar, essas diferentes vertentes de pensamento têm dinamizado as pesquisas brasileiras, sobretudo nas discussões sobre gênero, raça e ensino de História ressaltando a crítica aos ditames do sistema moderno colonial e da colonialidade nas práticas políticas, culturais, sociais e econômicas dado o enaltecimento do patriarcalismo nesses diferentes setores da sociedade. Como embate a esse enaltecimento, afirma Maria Lugones, “Descolonizar o gênero é necessariamente uma práxis. É decretar uma crítica da opressão de gênero racializada, colonial e capitalista heterossexualizada visando uma transformação vivida do social” (Lugones, 2014, p. 940). Pensando a pesquisa empírica como resistência ao “sistema moderno/colonial de gênero” (Lugones, 2014), sobretudo no âmbito da “colonialidade do saber (Lander, 2005), este Simpósio Temático busca abarcar trabalhos que dialoguem com estudos pós-coloniais e pesquisas sobre gênero, raça e ensino de História. A intenção é fazermos um diálogo expansivo visando uma troca de referências para o desenvolvimento de nossas respectivas pesquisas. De modo geral, buscamos visibilizar experiências teórico-metodológicas na abordagem de diferentes temáticas e fontes históricas voltadas a complexidade das discussões sobre tais temáticas na historiografia atual.
ST 5 - História, gênero, escritas e visualidades
Prof. Dr. Reginaldo Sousa Chaves (UESPI), E-mail: reginaldosousa@ors.uespi.br
Nosso começo de século XXI tem revelado a urgência de pensar o problema histórico do poder das escritas e imagens. Por um lado, como instrumentos de forças políticas que tentam estigmatizar e estereotipar os corpos e desejos. Por outro, como formas de resistências que operam em função da liberação das corporeidades sublevadas através de imaginários e discursos contrahegemônicos com suas aberturas democráticas. Nesse cenário, os problemas de gênero têm lugar fundamental. Assim, nossa proposta de Simpósio Temático pretende acolher trabalhos que articulem historicamente escritas e/ou visualidades a partir da uma compreensão ampla de gênero como construto sociocultural atravessado por relações de poder. Nos interessa, sobretudo, pesquisas que tratam das tramas que unem gênero, imagem/discurso dentro de uma perspectiva decolonial; fabulações críticas, gênero e memórias; História, gênero e diferentes inscrições literárias: romance, poesia, autobiografias, crônicas, etc.; História, gênero e registros visuais: fotografia, cinema, vídeoinstalação, etc.; problematização dos campos visuais e escriturais sob o enfoque da generificação e racialização dos corpos; teoria da História, teoria de gênero e esquecimento disciplinar; História, gênero, violência, vidas precárias e linguagens estéticas.
Cronograma para Simpósios Temáticos
Inscrições para apresentação de trabalho nos STs: 16/10/2024 à 09/11/2024 (Envio de Resumos)
Divulgação dos trabalhos aceitos: 11/11/2024
Realização do evento: 12 a 14/11/2024
Prazo final para envio dos artigos completos para publicação nos Anais do evento (E-book): 05/02/2025
Publicação dos ANAIS (E-book): até abril/2025