A aceroleira possui importância econômica e social para Parnaíba, PI, Brasil, onde a cultura está implantada em cerca de 240 ha e é cultivada em sistema orgânico. No ano de 2016, nos cultivos instalados no DITALPI a produtividade média obtida em cultivo orgânico irrigado foi de aproximadamente 56 t/ha ano (Martins et al. 2016). No Distrito há cerca de 40 produtores que exploram a aceroleira em sistema de produção orgânica e colhem de 10 a 12 safras por ano. Todo o processo de produção orgânica de acerola é CERTIFICADO por empresa autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
As acerolas produzidas no DITALPI atendem a dois mercados, que são a fabricação de polpa de fruta congelada, cuja matéria-prima são os frutos maduros; e a produção de produtos farmacêuticos, que utiliza frutos verdes para extração de vitamina C. Entre os genótipos cultivados pelos produtores parnaibanos os principais são a cultivar BRS 366-Jaburu e a BRS-235 -Apodi.
Nas condições do norte do Piauí, a aceroleira exibe um ciclo produtivo caracterizado pelo florescimento, frutificação, seguidas por repouso vegetativo, quando não há emissão de novos ramos e flores. Após esse período, cuja duração é em função das condições de manejo, climática e genótipo, novo ciclo de produção é iniciado com a emissão de novos botões florais, abertura das flores e vingamento dos frutos. Os ramos em produção apresentam folhas, botões florais, flores abertas e frutos em diferentes estágios de desenvolvimento. No Distrito é comum os agricultores induzirem as plantas a um estresse hídrico, quando promovem a suspensão do fornecimento de água às plantas após o fim de uma safra. A prática tem como objetivos o aumento do número de botões florais, a uniformização do florescimento, frutificação e colheita
Pesquisa realizada pela UESPI concluiu que a cultivar BRS 366 - Jaburu apresentou precocidade para antese e vingamento de fruto com relação à Apodi. O florescimento e frutificação das aceroleiras são influenciados pelo genótipo e condições climáticas e que fatores climáticos como o vento podem interferir na queda de produção dos pomares, uma vez que contribuem com a queda de flores (Milindro et al., 2019).
Fontes das informações:
MARTINS, É. de A.; CAMPOS, R.T.; CAMPOS, K.C; ALMEIDA, C. de S. Rentabilidade da produção de acerola orgânica sob condição determinística e de risco: estudo do Distrito de irrigação Tabuleiro Litorâneo do Piauí. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 54, n. 01, p. 009-028, 2016.
MILINDRO, I.F.; VAL, A.D.B. do; SOUSA, A. L.; CUNHA, M.G.C.; ANDRADE, A.C. Florescimento e frutificação de aceroleiras em cultivos orgânicos no município de Parnaíba, Piauí, Brasil. Enciclopédia Biosfera, v.16. n. 30, p. 297-310. 2019. DOI: DOI: 10.18677/EnciBio_2019B30
Figura 1: Frutos de acerolas em diferentes estágios de desenvolvimento colhidos de forma manual em área orgânica do DITALPI. Foto: Aurinete D. B. do Val
Figura 2: Ramo produtivo da aceroleira, com presença de frutos em diferentes estágios de maturação. Foto: Aurinete D. B. do Val
Figura 3: Frutos verdes de acerolas em estágio ideal para extração de vitamina C.
Foto: Aurinete D. B. do Val
Figura 4: Plantas adultas de aceroleiras em pomar orgânico com emprego de bagana de carnaúba para cobertura do solo.
Foto: Aurinete D. B. do Val
Figura 5: Ramos produtivos em plantas adultas de aceroleira cultivar BRS - Jaburu, com a presença de flores, botão floral e frutos em diferentes estágios de desenvolvimento.
Foto: Aurinete D. B. do Val
Figura 6: Cultivo de aceroleira sob pivot central, com sistema orgânico. Plantio com objetivo de produção para extração de vitamina C a partir de frutos verdes. DITALPI, 2019.
Foto: Aurinete D. B. do Val