Na Praia do Forte, Bahia, ocorreu a atividade pedagógica do mergulho com snorkel. Pôde-se observar a uma diversidade enorme de algas, plantas e animais com diferentes tamanhos, cores e formas. Essa exoticidade promove a visitação de inúmeros turistas, de diversas localidades do globo, para a observação das riqueza das águas baianas, tornando, assim, o turismo uma das principais atividades econômicas locais.
A região encontra-se altamente modificada. A variação da maré faz com que a localidade esteja sempre com vários tipos de fauna e flora. Além disso, ela age como um fator seletivo da seleção natural, nas quais as formas de vida que ali habitam devam-se adaptar as marés baixas e as marés altas, as quais permitem menor penetração de luz solar na água. Pode-se também afirmar que a diversidade de algas gera uma produção primária líquida elevada, considerando que são seres de pequenos portes, mas que liberam grande quantidade de oxigênio. Isso tudo contribui para os ricos ecossistemas ali presentes do talassociclo.
Destaca-se o pepino-do-mar, moreia do mar e estrela do mar como algumas das espécies encontradas na atividade:
Os pepinos-do-mar (Holothuroidea) são animais que vivem em todos os oceanos do mundo. São encontrados principalmente em águas rasas. Mas alguns podem ser encontrados no oceano profundo. Eles são chamados de pepinos-do-mar devido à sua forma cilíndrica e à presença de protuberâncias em todo o corpo. Existem aproximadamente 1.200 espécies ou tipos de pepinos-do-mar. Eles são equinodermos ou animais de pele grossa e espinhosa. Outros equinodermos são os ouriços-do-mar e as estrelas-do-mar. Apresentam uma relação de inquilinismo com os peixes-agulha, recebendo proteção do pepino-do-mar.
Os pepinos-do-mar são coletados para a fabricação de vários produtos, incluindo medicamentos, xampu e pasta de dentes. Na China, as pessoas gostam de comer pepinos-do-mar. Elas secam ou fervem a parede exterior da criatura para fazer um prato asiático chamado bêche-de-mer — que também é o nome de algumas espécies de pepinos-do-mar. A demanda por bêche-de-mer levou a uma grande redução nas populações de pepinos-do-mar em todo o mundo.
As estrelas-do-mar (Asteroida) são animais dotados de cinco braços, o que lhes dá a aparência de estrela. Elas pertencem ao grupo dos equinodermos e vivem em todos os oceanos do mundo, mas não são peixes. Os peixes têm espinha dorsal; as estrelas-do-mar não têm.
Existem cerca de 1.800 espécies de estrela-do-mar. Sua coloração pode ser marrom, vermelha, laranja, rosada, dentre outras. A maioria delas tem entre 20 e 30 centímetros de diâmetro. O corpo tem um disco no centro, do qual se projetam os braços (embora cinco seja o número mais comum, algumas espécies chegam a ter cinquenta braços). O disco e os braços são cobertos por pequenos espinhos. Muitas estrelas-do-mar têm capacidade de regeneração, ou seja, quando elas perdem um braço, outro cresce no lugar.
As estrelas-do-mar se alimentam de crustáceos, ostras e lesmas, usando as patas tubulares para despedaçar a carapaça de presas maiores. Certas estrelas-do-mar levam os alimentos até a boca, que fica na parte inferior do corpo. Outras colocam o saco digestivo para fora para apanhar a comida. Algumas engolem a presa inteira.
As moreias (Muraenidae), também conhecidas como Caramuru pelo povo indígena brasileiro Tupinambá, são peixes teleósteos, anguiliformes, pertencente à família dos munerídeos (Muraenidae), sendo uma de suas principais características o corpo alongado e cilíndrico. Existem mais de 200 espécies de moreias agrupadas dentro de 15 gêneros, sendo que a maior alcança 4 metros de comprimento.
Apresentam uma aparência que lembra uma cobra, mas fazem parte do grupo das enguias. Não possuem escamas, sendo que para sua proteção algumas espécies secretam da pele um muco composto por toxinas. A maioria não apresenta barbatanas peitorais e pélvicas, mas possuem uma nadadeira ímpar, formada por três raios moles e articulados, que se inicia no dorso e termina no ânus, passando pela extremidade da cauda. A sua pele é composta por padrões de cores que servem como camuflagem.
Habitam águas tropicais e subtropicais do Atlântico, sendo encontrada em toda a costa brasileira. São animais de hábitos solitários e noturnos, saindo em busca de alimento no meio da noite. As moreias são carnívoras e sua dieta é constituída basicamente de crustáceos, peixes e polvos. Durante o dia, vivem em recifes ou debaixo de rochas, mantendo a cabeça para fora e a boca aberta. Deste modo, seus afiadíssimos dentes ficam expostos, conferindo-lhe um aspecto assustador, espantando os outros animais, com exceção de um peixe (peixe-limpador), de aproximadamente 10 cm de comprimento, que possui uma relação de simbiose com a moreia. Este pequeno animal limpa sua pele e remove pedaços de alimentos presos em seus afiados dentes.
O mergulho foi uma experiência única. A diversidade de espécies foi algo surpreendente. Apesar de ter sido um momento muito agradável, não se deve passar despercebido pelos lixos encontrados na praia que podem causar sérios danos ao meio ambiente, por exemplo, o lixo no mar pode ser confundido por comida por uma tartaruga, e, assim, caso ela engula plástico, pode levar à sua falência, como visto no projeto TAMAR.