A parceria entre o Laboratório de Processamento de Sinais (LPS) da Coppe/UFRJ e a colaboração do experimento ATLAS no CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) é um exemplo notável de colaboração científica e tecnológica de longa data. Iniciada em 1988, essa parceria tem sido fundamental para o desenvolvimento de soluções avançadas em física experimental de altas energias.
A equipe do LPS na UFRJ tem participado ativamente em diversas frentes do experimento ATLAS, o maior detector de partículas do Grande Colisor de Hádrons (LHC). Dentre as contribuições, destacam-se:
Filtragem de Dados (Online e Offline): A colaboração se concentra em métodos de processamento de dados para identificar eventos cientificamente relevantes entre o vasto volume de informações geradas pelas colisões de partículas. O LPS desenvolveu o sistema Neuralringer, que utiliza redes neurais para a filtragem online de elétrons, possibilitando novas descobertas com menor custo computacional.
Análise Multivariada: Os pesquisadores do LPS utilizam técnicas avançadas de análise multivariada para estudar canais de decaimento de partículas, como jatos duplos, elétrons e múons. Essas análises foram cruciais na descoberta do bóson de Higgs em 2012.
Instrumentação e Software: A equipe também contribuiu para o desenvolvimento de circuitos eletrônicos e mais de trinta softwares utilizados por pesquisadores do ATLAS.
A parceria não se limita apenas ao desenvolvimento tecnológico. Ela fortalece o papel do Brasil na física de partículas e tem um impacto significativo na formação de novos profissionais, com o envolvimento de alunos de graduação e pós-graduação. A colaboração com o CERN também promove a visibilidade internacional da UFRJ e da pesquisa brasileira.
A colaboração entre o LPS e o ATLAS exemplifica como a expertise em processamento de sinais e inteligência computacional pode ser aplicada em projetos de física experimental de ponta, impulsionando a pesquisa científica e a inovação tecnológica global.