“Quando penso na forma como quero viver minha vida, me volta à mente a possibilidade de me tornar Irmão. É uma ideia que rejeito, mas sempre volta. Embora não seja algo que esteja em meus planos, é algo que me atrai. Não quero falar com outras pessoas do assunto por medo do impacto que poderia ter na forma como os demais podem me tratar. Já tenho um plano para minha vida, um plano no qual encontro inspiração. De que me serve considerar a possibilidade de ser Irmão?”69.
A vida consagrada reflete valores que são atraentes para muitos jovens. Entre eles: a entrega total, a comunhão de corações, a espiritualidade e o altruísmo. Ao mesmo tempo, a vida dos religiosos consagrados é vivida longe da realidade atual da juventude. E a grande maioria dos jovens não chega a conhecer nem a compreender tais aspirações, motivo pelo qual não a consideram como uma possibilidade real em suas vidas. No entanto, acreditamos que entre os Lassalistas que a conhecem, entendem e apreciam este estilo de vida, há jovens aos quais Deus está chamando hoje a viver sua vocação lassalista como Irmãos. Essa vocação ainda precisa ser promovida, proposta, discernida e acompanhada, embora hoje em dia as respostas pareçam ser frágeis em muitos lugares.
Entendemos por “Pastoral Vocacional para a vida de Irmão e Irmã” as práticas pastorais que apoiam o convite direto a considerar essa vocação como uma opção de vida viável para os indivíduos70. Essas práticas pastorais consistem em um processo de formação que inclui despertar o interesse por essa vocação, propô-la explicitamente como opção e discerni-la com cada pessoa. Obviamente, o acompanhamento é essencial em cada uma dessas etapas. Dedicaremos este capítulo a desenvolver alguns elementos dessa área específica da Pastoral Vocacional, com a esperança de que motive um maior compromisso.
69 Um jovem lassalista anônimo.
70 Cf. Circular 466, “Eles se chamarão Irmãos”, 3. 25 e 3. 30.