Em um Rádio Definido por Software (RDS), funções tipicamente realizadas por hardware específicos são implementadas apenas por software. Esta mudança de paradigma proporciona importantes reflexos para as comunicações militares, permitindo realizar atividades de especificação, modelagem, pesquisa e desenvolvimento de aplicações (formas de onda) voltadas à transmissão de dados e voz entre equipamentos rádio, reduzindo a necessidade de mudança do hardware associado.
O RDS-Defesa é um Projeto Estratégico do Ministério da Defesa, cuja coordenação é atribuída ao Exército Brasileiro, tendo o CTEx como o responsável pelo gerenciamento do projeto, que conta com a participação de Instituições de Ciência e Tecnologia das três Forças Armadas e empresas civis de âmbito estratégico na defesa nacional.
O projeto abrange diversas áreas de conhecimento e visa prover interoperabilidade, estabilidade, flexibilidade e segurança às comunicações rádio das Forças Armadas do Brasil, mediante a realização de P&D de protótipos de rádios táticos baseados no paradigma RDS seguindo a arquitetura de software chamada de Software Communication Architecture (SCA). Através do desenvolvimento de uma família de equipamentos rádio multibanda capaz de executar diversas formas de onda, o projeto RDS-Defesa fortalece a Base Industrial de Defesa do País e se apresenta também como etapa anterior ao desenvolvimento de Rádios Cognitivos.
O Sistema de Armas MSS 1.2 AC é um armamento anticarro, portátil, que utiliza um míssil guiado a laser e dotado de uma cabeça de guerra do tipo carga oca, com capacidade de perfurar blindagens com até 500 milímetros de espessura em chapa de aço padrão OTAN. O Míssil MSS 1.2 AC é empregado principalmente contra veículos blindados, podendo secundariamente ser utilizado contra outros alvos compensadores, como: concentração de veículos, construções fortificadas, depósitos de combustível e ou de munição, barcos fluviais e helicópteros pairando à baixa altura.
O Monóculo OLHAR foi projetado com o que há de mais avançado em microeletrônica, mecânica de precisão e óptica para atender aos requisitos operacionais e técnicos homologados para o Sistema Combatente Brasileiro (COBRA). Com massa e dimensões reduzidas, o equipamento oferece rápido acoplamento a armamentos e capacetes, contando ainda com a possibilidade de troca de objetivas para execução de disparos de precisão. A expectativa é que o equipamento atinja distâncias para Detecção (D), Reconhecimento (R) e Identificação (I) compatíveis com os melhores monóculos termais do mercado.
Iniciado em outubro de 2019, o projeto contempla quatro fases. A Fase 1 prevê a P&D e fabricação de protótipos; a Fase 2, a avaliação dos protótipos; a Fase 3, a fabricação do lote-piloto; e a Fase 4, a avaliação do lote-piloto.
A P&D do Monóculo de Imagem Térmica OLHAR é uma atividade prevista pelo Plano Estratégico do Exército (PEEx) 2020-2023, relacionada ao Programa OCOP, como Atividade Imposta 9.3.1.1 – “Pesquisar e desenvolver Sistemas Auxiliares de Visão” e está alinhada com a prioridade 1.6 - “Equipamentos de visão noturna, diurna, termal e fusão de imagens”, do Plano de Obtenção de Capacidades Materiais (PCM), Anexo A ao PEEx 2020-2023.
No dia 31AGO21, o Laboratório de Análises Químicas (LAQ) do IDQBRN/CTEx foi incluído na relação de laboratórios designados pela Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ) para a análise de amostras ambientais autênticas relacionadas com a Convenção de Armas Químicas (CAQ). É a primeira vez, desde a entrada em vigor da CAQ, que um laboratório localizado num país do Grupo da América Latina e do Caribe (GRULAC) é certificado com o status de laboratório designado pela OPAQ. Há atualmente 24 laboratórios designados, localizados em 21 países diferentes. No hemisfério sul, apenas Brasil e Austrália fazem parte dessa lista. O LAQ/IDQBRN/CTEx cumpriu todos os requisitos necessários à designação após obter sucessivos resultados de excelência nos testes oficiais de proficiência da OPAQ em 2019, 2020 e 2021, além de manter um sistema de gestão da qualidade estabelecido conforme a norma ISO 17025:2017 acreditado para a análise de agentes químicos de guerra pela Coordenação-Geral de Acreditação do Inmetro. A designação obtida pelo LAQ/IDQBRN/CTEx habilita o Brasil a receber da OPAQ possíveis amostras ambientais autênticas, oriundas de situações de conflito, de inspeções de rotina ou de outros eventos envolvendo armas químicas, para a realização de análises de identificação de compostos relacionados com a CAQ.
O Laboratório de Irradiação de Materiais (LIM) possui o maior irradiador de pesquisa do Brasil com fonte gama de Césio 137 de alta atividade.
Os maciços níveis de radiação gama gerados em suas câmeras permitem aperfeiçoar, beneficiar, inativar, degradar e descontaminar vários tipos de amostras, além de viabilizar testes de diversos materiais.
O irradiador destina-se à realização de ensaios de irradiação para determinação de doses ótimas em várias aplicações específicas, visando o tratamento ou teste de materiais por exposição à radiação gama, objetivando:
• redução da carga microbiana, descontaminação ou esterilização e garantia da segurança alimentar (defesa biológica);
• degradação de agentes químicos, alteração da composição e determinação da radiossensibilidade de substâncias químicas (defesa química);
• testes de equipamentos eletrônicos sob altos níveis de radiação; e
• aperfeiçoamento de materiais, como: polímeros, visores, blindagens, fios e cabos, pedras semi preciosas, obras de arte, dentre outras.
O IDQBRN possui ainda um Laboratório de Radiobiologia (LRB), que conta com um equipamento de Raios X que permite ajustar a intensidade da energia da irradiação. O LRB é utilizado para realização de experimentos de levantamento de parâmetros importantes para a caracterização dos efeitos das radiações ionizantes em materiais biológicos.
A Seção de Defesa Biológica vem desenvolvendo a linha de pesquisa em “Biossensores a Fibra Óptica” visando a detecção de agentes patógenos para aplicação em atos deliberados com rápido tempo de resposta.
Os métodos tradicionais podem levar até 72 horas para identificação. Entretanto, os biossensores ópticos vem apresentando resultados em cerca de 30 minutos.
O princípio de funcionamento é baseado na técnica do campo evanescente que retrata a interação da fibra óptica com o meio externo por meio da imunocaptura de anticorpos/antígenos de um microrganismo específico, através de um sistema automatizado.
Os biossensores consistem de um processo multidisciplinar a partir de procedimento bioquímico referente a funcionalização, visando o preparo da superfície da fibra e posterior processo baseado na imunocaptura de anticorpos/antígeno. Uma instrumentação optrônica, contendo um LED e um fotodetector é realizada em conjunto com um software programado para um microprocessador responsável pela aquisição de dados.
A Figura 1 apresenta resultados com a aplicação do biossensor com a bactérica E. coli com concentrações de 108, 106 e 104 UFC/mL e controle negativo (solução salina). O R2, referente ao estudo da dispersão, para todos os casos estudados, foi bem próximo de 1 (que é o ideal).