Ei pessoal!
Essa semana continuaremos falando sobre sistemas operacionais, mas o nosso intuito é auxiliá-los a como testá-los e/ou instalá-los!
Boa semana e boa diversão.
Ao passar pelo processo de instalação de um sistema operacional, acabamos esbarrando nessas duas siglas: MBR (Master Boot Record - Registro Mestre de Inicialização) e GPT (GUID Partition Table - Tabela de Partição GUID). Esses dois padrões indicam a forma como as informações serão distribuídas e armazenadas na mídia de armazenamento.
O MBR foi amplamente utilizado em computadores antigos que possuíam BIOS antigos (Legacy BIOS). A interface do Setup de Legacy BIOS tem uma 'carinha' parecida com essa abaixo e a navegação é toda feita por teclado:
Já o padrão GPT permite muitas outras funcionalidades em relação o MBR, tais como:
criar mais partições;
partições maiores - é possível criar partições de até 9,4 ZB contra 2 TB do MBR;
as informações de inicialização do sistema são gravadas em vários pontos diferentes da mídia. Assim, se uma partição corromper, existem outras com a mesma informação
diferente do MBR que compromete toda a inicialização do sistema operacional se a sua única partição de inicialização corromper, gerando telas parecidas como a do lado
O GPT é o padrão utilizado nos BIOS novos, conhecidos como BIOS UEFI. Esse BIOS possui muito mais funcionalidades, como:
a identificação de partição de inicialização de sistema diretamente por um identificador único global (GUID - Globally Unique Identifier);
maior segurança - consegue impedir que softwares mal-intencionados e mídias não autorizadas carreguem durante o processo de inicialização;
é retrocompatível: aceita carregar o sistema operacional dos dois padrões (MBR ou GPT), desde que esteja configurado no Setup.
O setup do BIOS UEFI dos computadores mais novos é visualmente fácil de identificar, sendo possível inclusive a navegação com mouse:
Tão logo você ligue o seu computador, o sistema de boot será realizado. Mas o que seria o sistema de boot? Ele é o firmware (software vindo de fábrica) responsável pela inicialização do computador. Ele não consiste de apenas um programa, mas sim de alguns pequenos programas que atuam de forma sequencial para, por exemplo:
cuidar da identificação do hardware da máquina;
testar os principais componentes necessários à inicialização do computador;
configurações principais de ajuste do hardware;
finalizando a sua atuação com a carga do sistema operacional (boot loader).
Dentre esses programas que compõe o boot, o mais conhecido por nós é o Setup. Nele podemos, por exemplo, escolher a ordem de busca do sistema operacional dentre as mídias do computador. A imagem abaixo é um exemplo dessa interface.
Para visualizar essa tela do Setup, inicie o computador apertando a tecla de ativação. Qual a tecla? Varia muito, mas pode ser F2, F8, F12, Del ou esc. Tente aí que provavelmente é uma delas. Se não for, consulte o manual do seu equipamento.
Inclusive, no manual você vai ver como alterar a ordem de busca de sistema de inicialização nas mídias de memória secundária presentes. Eu ilustro com a tela ao lado, mas muito provavelmente a sua será diferente. Novamente, procure no seu manual como fazer.
Nesse exemplo ao lado, vemos que o sistema operacional será buscado de acordo com a seguinte ordem:
primeiro no CDROM;
não existindo, passa a busca para o HD da Samsung;
não existindo, segue a busca para a rede cabeada;
e finaliza no disquete.
A tela "Options" mostra como a ordem pode ser alterada.
O bootloader é o sistema que faz esse importante papel de carregar o sistema operacional na memória RAM. Ele segue a ordem configurada no Setup procurando algum software de inicialização.
Não existindo sistema inicializável nas mídias configuradas no Setup, uma mensagem de aviso de falta de sistema bootável será mostrada (No bootable device) conforme imagem ao lado.
Porém, se ele achar algum sistema inicializável, ele vai fazer o possível para carregá-lo.
Foi exatamente essa busca que ocorreu no seu HD/SSD atual para que seu sistema operacional inicializasse e você pudesse ver a sua tela de login, como essa do Windows ao lado.
O pendrive é uma mídia de memória secundária, logo também pode ser usada para a inicialização de sistema. Inclusive essa é a forma mais utilizada hoje em dia para a instalação de sistemas operacionais! Além da instalação, essa estratégia pode ser usada para teste de versões de distribuições Linux, como também sistemas de reparo do computador (suites de reparo).
O link do download fica um pouco escondido no site. Clique aqui se quiser!
O Hiren's Boot e UBCD são exemplos extremamente usados por técnicos na busca de identificar e resolver problemas em computadores. Eles são compostos por um conjunto de ferramentas que permitem ações, como:
particionar e redimencionar uma partição de disco;
testar a performance e saúde do hardware;
criar uma imagem de instalação de sistema operacional personalizada;
clonar um disco;
recuperar dados de uma mídia formatada por engano;
recuperar partição MBR corrompida;
entre outras inúmeras situações.
O pendrive bootável também pode ser usado para instalar o sistema operacional. Abaixo coloco duas imagens de etapas de instalação de sistema operacional.
Será necessário a imagem de instalação do sistema bootável (iso), o software de preparação do pendrive (ex.: Rufus, Etcher) e o pendrive vazio.
Pronto, agora os passos são simples e a depender do software de preparação do pendrive escolhido. Abaixo coloco os passos segundo o Balena Etcher:
conecte o pendrive ao PC;
abra o programa Etcher;
selecione a imagem iso que você selecionou;
selecione o drive usb que vai usar – novamente, lembre-se que todo o seu conteúdo será apagado;
e flash! Só apertar e aguardar a finalização do processo!
Com o seu pendrive bootável preparado, basta:
ativar a visualização do Setup;
alterar a ordem de leitura de mídias de inicialização para que o USB fique em primeiro;
salvar as alterações do Setup;
aguardar o boot loader fazer o restante! =)
Como fazer um pendrive bootável?
Existem outras formas de se testar um sistema operacional além da instalação tradicional na sua máquina física ou teste a partir do pendrive. Uma muito utilizado é a instalação de sistemas operacionais em máquinas virtuais, como o VirtualBox. Essa opção é extremamente útil para, de forma segura e sem comprometer seu sistema operacional original, testar diferentes sistemas operacionais, ferramentas e cenários perigosos.
Infelizmente, a virtualização depende de suporte de hardware na sua máquina. Mesmo que você tenha suporte para virtualização, é também necessário um hardware um pouco mais potente em processamento e quantidade de memória RAM. Se quiser saber como funciona, indico esse vídeo aos mais curiosos!