1. O evento

Em 2015, a Organização das Nações Unidas declarou o início daquela que seria a “Década dos povos afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”.

Encerramos este período de conscientização e homenagens lembrando que a história, a ciência e o desenvolvimento do Brasil estão muito associados a estes povos e seus descendentes, a despeito do histórico de exclusão e exploração que marcam nossa história. Como Sônia Guimarães, primeira mulher negra brasileira a ser doutora em Física e também a primeira negra a lecionar no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica); Jaqueline Goes de Jesus, biomédica que integrou a equipe que mapeou os primeiros genomas do novo coronavírus em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no país; Milton de Almeida dos Santos, geógrafo, advogado e professor, considerado um dos mais renomados intelectuais do Brasil por seu pensamento crítico e sua atuação na renovação da geografia na década de 1970; Oswaldo Luiz Alves, químico, pesquisador e professor universitário, comendador e Grande Oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. E, no estado do Paraná, parte da formação de nossa identidade estrutural e arquitetônica contou com o trabalho dos irmãos e engenheiros Antônio e André Rebouças, considerados os primeiros afrodescendentes a cursar um curso superior. Do seu legado, ficaram obras marcantes, tais como a Estrada da Graciosa, que liga a capital paranaense ao seu litoral, o Chafariz da Praça Zacarias em Curitiba e a concepção da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá.

Sem dúvida, todas elas e todos eles merecem justas homenagens. Mas, e antes da educação formal, quem foram os primeiros cientistas negros brasileiros? As primeiras pessoas vindas da África para nosso país, sim, as pessoas escravizadas. Considerando que não há relatos da vinda de engenheiros, médicos e cientistas para atuarem diretamente nas questões referentes ao trabalho dos(as) escravizados(as), eles(as) próprios(as) tiveram que desenvolver técnicas para resolver os problemas de seus senhores, como por exemplo, elaborar os engenhos, consertar ferramentas, desviar túneis, abrir trilhas, etc. E, ainda, tiveram que aprender, através do uso e observação, formas de diminuir os danos dos açoites em seus próprios corpos e como resolver seus problemas de saúde.

         Assim, com o tema “A equidade racial e social frente aos desafios impostos pelo século XXI”, a quarta edição do SeCIF (Seminário de Produção Científica do Instituto Federal do Paraná, Campus Curitiba) e décima segunda edição da IFTech Campus Curitiba homenageiam grandes cientistas afrodescendentes; evidenciando mais uma vez que a ciência é construída por todas as etnias e gêneros.



Os seguintes Eixos Tecnológicos são contemplados:

1. Ambiente, Saúde e Segurança;

2. Apoio Educacional;

3. Controle e Processos Industriais;

4. Gestão e Negócios; Hospitalidade e Lazer;

5. Informação e Comunicação;

6. Infraestrutura;

7. Produção Cultural e Design.