Se antes da pandemia havia uma grande preocupação dos(as) educadores(as) em relação ao uso excessivo da internet pelos estudantes, no período da pandemia da COVID-19: 2020/2021, ela se tornou a principal e mais importante ferramenta de ensino durante estes dois anos de grandes desafios educacionais. Ver jovens e crianças passando horas e horas na frente de computadores podia ser angustiante antes da pandemia, mas uma releitura foi necessária para assumir que isto passaria a ser, então, imposto pelas próprias escolas.

Curiosamente, a criação da Internet também se deu por uma necessidade repentina: na década de 1960, durante a Guerra Fria, os Estados Unidos precisaram criar uma rede de informações para permitir a comunicação entre militares e cientistas, bem como para espalhar os dados do governo em diversas sedes interligadas, não mantendo todas as informações num único local, que poderia ser alvo de bombardeio. Assim surgiu a Arpanet, que posteriormente foi utilizada por cientistas e acadêmicos até chegar ao seu grande alcance comercial atual com o nome de internet.

A Internet trouxe uma grande mudança na forma de comunicação mundial pelo fato de que os principais meios de comunicação até então, a TV e o rádio, faziam uma comunicação vertical, ou seja, os comunicadores eram os atores ativos e os espectadores/ouvintes apenas recebiam as informações transmitidas. Com a Internet, isso mudou, pois com ela há interação, criação e compartilhamento de diferentes conteúdos. Além do fator mais importante de todos: há interação entre as pessoas, que podem estar geograficamente próximas ou do outro lado do planeta, compartilhando sentimentos, experiências e conhecimentos.

Da mesma forma, se os textos impressos podem ser caracterizados como “prontos”, aqueles advindos e postados da/na Internet estão em constante construção/desconstrução pelos próprios usuários. Assim, a Internet tem hoje grande importância nas ações e na produção cultural, uma vez que as tecnologias digitais permitem maior agilidade e amplitude em levantamento de dados; análises; cálculos; armazenamento; organização e transmissão de informações.

O impacto da Internet no desenvolvimento da Ciência como um todo é inegável, uma vez que propicia não só o desenvolvimento dos estudos científicos em si, mas também a intensificação da comunicação científica informal, por meio de e-mail e listas de discussão, e da comunicação formal, através dos e-journals.

Por outro lado, o uso da internet em nossas atividades cotidianas abre portas para o recebimento de todo tipo de informação, gerada em qualquer lugar do planeta, tornando difícil discernir entre o que é verdade e o que é falso. Difundir mentiras é algo que sempre aconteceu na história da humanidade, porém, com o advento da Internet, as fake news surgem como armas poderosas uma vez que podem potencializar as mentiras, propagá-las de forma generalizada e imediata, aumentando a chance de serem absorvidas como verdade, presentes em várias mídias sociais digitais simultaneamente. Hoje as fake news são grandes adversárias da Ciência e fazem um grande desserviço para a humanidade.

Dentro deste quadro desafiador, de conciliar os pontos positivos e os pontos negativos do uso da Internet e de enfrentar o negativismo à ciência, o Campus Curitiba do IFPR propõe como tema do II Seminário de Produção Científica da Educação Profissional e Tecnológica (SeCIF) e da X Feira de Inovação Tecnológica (IFTech) “Ciência: realidade versus opiniões”.

Os seguintes Eixos Tecnológicos são contemplados:

1. Ambiente, Saúde e Segurança;

2. Apoio Educacional;

3. Controle e Processos Industriais;

4. Gestão e Negócios; Hospitalidade e Lazer;

5. Informação e Comunicação;

6. Infraestrutura;

7. Produção Cultural e Design.