Resumo

A disponibilidade de dados quantitativos diários e mensal da radiação solar, umidade relativa, temperatura, precipitação, velocidade de vento e evapotranspiração de referência monitorados e divulgado por meio de um portal eletrônico e/ou sítio eletrônico para o munícipio de Confresa e região seria de grande importância para o setor agrícola. O projeto de extensão ora apresentado tem como finalidade monitorar, coletar, processar e divulgar de forma continua os dados da estação meteorológica automática do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Confresa por meio de um blog, portal eletrônico e/ou sítio eletrônico para todo o município de Confresa-MT, tornando os dados fornecidos por essa estação úteis e acessíveis à toda a sociedade Confresense. Para isso, após o processamento serão utilizados planilhas e gráficos para melhor visualização e acompanhamento da variação dos dados ao longo do tempo. Os boletins dos dados serão divulgados em um portal eletrônico e/ou sítio eletrônico que será atualizado diariamente com dados fornecidos pela estação. Espera-se com esse estudo disponibilizar dados meteorológicos atualizados em forma de boletim, em linguagem simples para que a sociedade Confresense tenha acesso e entenda as informações disponibilizadas.

Justificativa

Monitoramento de dados como radiação solar, umidade relativa, temperatura, precipitação, velocidade de vento auxilia no desenvolvimento de projetos, manejo de sistema de irrigação e drenagem, avaliação da severidade e frequência dos déficits hídricos. Além disso, esses dados são utilizados para determinação da evapotranspiração de referência (ETo).

As informações da precipitação e da evapotranspiração diária local tem grande importância para a agricultura familiar e para o agronegócio no município de Confresa-MT, haja vista, a partir dessas informações o produtor obtém uma orientação para o manejo adequado das culturas da sua propriedade, otimizando o uso dos recursos hídricos, assim como reduzindo os impactos negativos da aplicação inadequada da água via irrigação.

Esse projeto sendo implementado será importante para todos os produtores agrícola do município de Confresa, mas terá um peso maior para a população dos 15 assentamentos e cerca de cinco mil famílias assentadas (INCRA, 2014), onde o tipo de produção é voltada à agricultura familiar.

Coloca isso, pois no município de Confresa as estações existentes estão nas mãos dos grandes produtores não chegando informações tão importante para setor rural aos pequenos e médio produtores, seja por falta de conhecimento ou por falta de recurso para obtenção da tecnologia.

Além disso, de acordo com Turco; Barbosa (2008), o uso de estações meteorológicas automáticas permite a geração de dados de modo prático e funcional, porém, antes de usá-los para estimativa da evapotranspiração de referência, é necessário verificar a sua veracidade, bem como a qualidade e confiabilidade.

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso/Campus Confresa teria papel fundamental nessa divulgação por ser uma instituição pública reconhecida que tem em seu quadro funcional servidores capacitados para monitoramento e divulgação desses dados a partir de um portal eletrônico e/ou sítio eletrônico para o município e região.

A ideia é iniciar o monitoramento e divulgação de dados meteorológicos no município de Confresa-MT com esse projeto extensão e nos anos seguinte continuar com projeto voluntário ou com aprovação de projeto em editais de pesquisa, Extensão, trabalho de conclusão de curso, de forma que o gerenciamento e alimentação dos dados no portal eletrônico e/ou sítio eletrônico seja feita de forma interrupta a partir da aprovação desse projeto.

Fundamentação Teórica

Na atualidade tem uma tendência à utilização de estações meteorológicas automatizadas que auxiliam na determinação da evapotranspiração de referência, diminuindo, assim, erros na lâmina de água a ser aplicada na cultura” (VESCOVE; TURCO, 2005), bem como o uso dessa tecnologia para o acompanhamento das precipitações e demais dados climáticos tão importante para produção agrícola.

Segundo o INMET (2011), uma estação meteorológica automática (EMA) coleta, a cada minuto, informações meteorológicas, tais com temperatura, umidade, pressão atmosférica, precipitação, direção e velocidade dos ventos e radiação solar específicas da área em que está localizada.

Diversos fatores influenciam a evapotranspiração, dentre eles o clima, o tipo de solo, o uso da terra e o manejo da água. A radiação, a temperatura, a umidade relativa do ar e o vento são as principais variáveis climáticas intervenientes” (ANA, 2020).

“Esses fatores estão todos inter-relacionados. Embora a radiação solar seja o fator básico, parece haver um paralelismo mais próximo entre temperatura do ar e transpiração. A temperatura está mais intimamente relacionada à taxa de transpiração” (THORNTHWAITE, 1948).

Segundo Bernardo; Soares; Mantovani (2009) a evapotranspiração é a quantidade de água evaporada e transpirada por uma superfície como vegetal, durante determinado período, incluindo a evaporação da água do solo, da depositada pela irrigação, chuva ou orvalho na superfície das folhas, e a transpiração vegetal.

A quantidade de água evapotranspirada depende principalmente da planta, solo e do clima, sendo este último fator predominante sobre os demais, de modo que a quantidade de água requerida por uma cultura varia com a extensão da área coberta pelo vegetal e com as estações do ano (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2009).

De acordo com recomendações do INMET (2011), a estação deve ser instalada em uma base física, em uma área que contenha grama, com tamanho de 14x18 metros e cercada com tela para evitar a entrada de animais. Além disso, os sensores e outros instrumentos devem ser fixados em um mastro metálico de 10 metros de altura, entretanto,o pluviômetro, aparelhos que medem a radiação solar, e a antena para a comunicação ficam fora do mastro, mas dentro do cercado.

Muito têm se falado no uso correto da água no Brasil, de acordo com Mauroelli e Sousa (2011) além de minimizar o desperdício de água e reduzir impactos ambientais, a adoção e o uso de tecnologias poupadoras de água proporciona maior sustentabilidade econômica ao produtor. E os dados meteorológico monitorados e divulgados vem só corroborar com isso, segundo Bambini e Furtado (2010) os dados meteorológicos são extremamente importantes para diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, para a agricultura, engenharia, construção civil, transportes e na própria meteorologia.

Para Cunha (2011) um dos principais marcos de que a água deve ser gerenciada é a criação da lei federal 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Nessa perspectiva a agricultura no município de Confresa demanda muito por essas informações, muitas das vezes os produtores local não têm a informação para utilizar e manejar de forma mais eficiente e sustentável o recurso hídrico, sendo talvez essa informações mais restrito para aqueles produtores mais tecnificados.

Objetivo Geral

Monitorar, coletar, processar e divulgar de forma continua os dados da estação meteorológica automática do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Confresa por meio de um portal eletrônico e/ou sítio eletrônico para todo o município de Confresa-MT, tornando os dados fornecidos por essa estação úteis e acessíveis à toda a sociedade Confresense.

Metodologia da Execução do Projeto

O projeto de extensão será desenvolvido no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Confresa, localizado no município de Confresa a 10º 38’ 38’’sul de latitude e 51º 34’ 08’’ de longitude oeste com altitude de 240 m, no Nordeste do Estado de Mato Grosso.

O clima do município de Confresa-MT é caracterizado por duas estações bem definidas, inverno e verão, temperatura média é de 28 °C, sendo a máxima 41 °C e a mínima 15 °C, segundo GONÇALVES (2015) a pluviosidade média anual é superior a 1800 mm, o clima é definido como tropical chuvoso.

Os dados de radiação solar, umidade relativa, temperatura, precipitação, velocidade de vento e evapotranspiração de referência (ETo) referentes ao período de condução do projeto serão obtidos na estação meteorológica pertencente à Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Confresa.

Os dados meteorológicos serão monitorados, coletados e processados com auxílio de planilhas eletrônicas para obtenção de dados diários e mensal. Além de planilhas, será confeccionados e divulgados gráficos para melhor visualização e acompanhamento da variação dos dados ao longo do tempo. Os dados serão divulgados após o processamento em portal eletrônico e/ou sítio eletrônico que será elaborado e atualizado diariamente com dados fornecidos pela estação.

O conhecimento dos dados meteorológicos registradas nas estações meteorológicas convencionais ou automáticas permite a quantificar da evapotranspiração das culturas (BRAGANÇA, 2007). Existem vários métodos para determinar a evapotranspiração de referência, e conforme Allen et al (1998), o mais recomendado é o método FAO Penman-Monteith. Assim a estimativa da Evapotranspiração de referência (ETo) será determinada diariamente e mensalmente conforme o modelo de Penman-Monteith determinado pela FAO-56 (Allen et al., 1998).

Durante a execução do projeto se haver falhas ou perdas de dados ocorrida em determinada hora do dia ou por mais de um dia, as mesmas serão corregidas conforme Bender (2017).

Resultados Esperados e Disseminação dos Resultados

Espera-se com esse estudo disponibilizar dados meteorológicos atualizados em forma de boletim, em linguagem simples para que a sociedade Confresense tenha acesso e entenda as informações disponibilizadas, para isso será utilizado planilhas eletrônicas e gráficos.

Além disso, os discentes envolvidos, realizará atividades importantes que contribuirá na sua formação acadêmica, bem como o conhecimento gerado a partir deste trabalho será disponibilizado ao público nas formas de artigo cientifico em periódicos reconhecido e/ou resumos expandidos em eventos locais ou regionais ou nacionais.

Referências Bibliográficas

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Estimativas de evapotranspiração real por sensoriamento remoto no Brasil. Brasília: ANA, 2020.

ALLEN, R.G., PEREIRA, L.S., RAES, D., SMITH, M. FAO Irrigation and Drainage Paper No. 56. Crop Evapotranspiration (guidelines for computing crop water requirements). Food and Agriculture Organization of the United Nations, Rome, v. 300, 1998.

BAMBINI, M. D.; FURTADO, A. T. Redes observação e a evolução tecnológica contribuindo para o desenvolvimento de modelos matemáticos na Meteorologia no século XX. SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA, 12.; CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE HISTÓRIA.

BENDER, F. D. Mudanças climáticas e seus impactos na produtividade da cultura de milho e estratégias de manejo para minimização de perdas em diferentes regiões brasileiras. Piracicaba: USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2017.

BRAGANÇA, R. Estudo comparativo da estimativa da evapotranspiração de referência para três localidades no estado do Espírito Santo. [s.l.] Universidade Federal do Espírito Santo, 2007.

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GONÇALVES, G. S.; FERREIRA, A. C. T.; GONÇALVES, E. S.; ORTIS, R. C.; SILVA, L. J. da. Fertilidade de solos em Transição Cerrado-Floresta Amazônica, Cultivados com Pastagens por Vários Anos no Nordeste do Estado de Mato Grosso. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.22, 2015.

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRARIA. Moradores de Confresa (MT) recebem título definitivo de propriedade. Set. 2014.

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. Nota técnica nº. 001/2011/SEGER/LAIME/CSC/INMET: Rede de estações meteorológicas automáticas do INMET. 2011.

MANTOVANI, E. C.; BERNARDO, S.; PALARETTI, L. F. Irrigação: princípios e métodos. 3 ed. Viçosa: Ed. UFV, 2009.

MAUROUELLI, W. A.; SOUSA, V. F. Irrigação e fertirrigaçãoIn: MAUROUELLI, Waldir Apareceido (Org.). Irrigação e fertirrigação em fruteiras e hortaliças. Brasília: Embrapa Informações Tecnológicas, 2011. p. 23-26.

THORNTHWAITE, C. W. An approach toward a rational classification of climate. Geographical review, v. 38, n. 1, 1948.

TURCO, J. E. P.; BARBOSA, J. C. Avaliação de duas estações meteorológicas automatizadas, para estimativa diária da evapotranspiração de referência obtida pelo método de Penman-Monteith. Irriga, v. 13, n. 3, 2008..

VESCOVE, H. V.; TURCO, J. E. P. Comparação de três métodos de estimativa da evapotranspiração de referência para a região de Araraquara-SP. Engenharia Agrícola, v. 25, n. 3, 2005.