Dicas

Dicas de Estudo, Organização e Produtividade

Todos nós devemos ser eternos estudantes, pois há sempre algo novo a aprender. No entanto, a maioria de nós não aprende a estudar da maneira adequada. Sentar-se em uma cadeira e assistir a uma aula, seja presencial ou virtual, não é suficiente.

O objetivo desta página é fornecer dicas práticas sobre como aprender. Essas dicas são baseadas na minha experiência como aluna com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), descoberto tardiamente; na minha trajetória como professora, que desde pequena gostava de ensinar, que foi catequista, que já lecionou na UFAM, UEA, IFAM e IFPE e que diariamente vê e ouve o que funciona e não funciona com os seus alunos. Além disso, são embasadas em estudos e pesquisas nas áreas de educação, pedagogia, psicologia e neurociência.

Leia atentamente as dicas e experimente aplicar as técnicas no seu dia a dia, identificando o que funciona melhor para você. Cada pessoa tem seu próprio caminho a seguir, já que pessoas diferentes aprendem de formas diferentes em tempos diferentes. Bons estudos!

Resumo em Vídeo

Recomendo que leia todo o texto a seguir, pois ele apresenta com mais detalhes todas as dicas que podem ajudar a melhorar seu rendimento acadêmico. No entanto, para reforçar seus estudos sobre o tema, criei três vídeos que resumem as dicas. Confira a seguir os micos vídeos.

Clica no play, curta, se inscreva no canal e compartilha com os amigos... hahahaha me tornei o que mais temia: virei Edutuber 😂

Dicas - Parte I

Dicas - Parte II

Dicas - Parte III

Tenha um Propósito

"Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer".

(Confúcio)

Sejamos sinceros, estudar é "chato que só"! Infelizmente, passamos a maior parte de nossas vidas realizando tarefas que não queremos, mas que precisamos fazer. Por isso, é sempre bom ter um propósito, uma razão, um objetivo, uma meta, um sonho, ou como preferir chamar. O importante é ter algo que lembre o motivo pelo qual devemos realizar aquela tarefa chata, mas necessária. A verdade é que na maior parte dos nossos dias estamos ocupados com atividades que são necessárias, mas nem sempre divertidas.

Uma sugestão para colocar em prática essa dica é a seguinte: em uma folha em branco, registre o propósito pelo qual você precisa estudar. Escreva a mão e adicione imagens relevantes. Tire uma foto desse registro para tê-lo sempre em seu celular e guarde o papel no seu caderno ou fixe-o na parede próxima ao seu local de estudos. O essencial é revisar esse registro regularmente para relembrar o motivo pelo qual é importante dedicar-se aos estudos.

Seja Organizado

“O segredo para lidar com um mundo hiperconectado e com excesso de informações é saber como ser organizado.” 

(Daniel Levitin em seu livro A Mente Organizada de 2015) 

Organize seus horários, agenda, espaços de estudo e tarefas de maneira eficiente. Quando você consegue se organizar, automaticamente reduz a carga em seu cérebro.

Inicie a organização pelo espaço físico destinado ao estudo. Busque um local que proporcione conforto para longos períodos de permanência, com boa iluminação, ventilação adequada e, se possível, privacidade para evitar interrupções. Antes de começar a estudar, certifique-se de limpar e organizar o ambiente. 

Um espaço organizado facilita a gestão do tempo, previne a perda de materiais (quem nunca perdeu uma caneta no meio da bagunça?), torna o local agradável e, principalmente, contribui para manter o foco. Em ambientes carregados de informações e desorganizados, o cérebro é sobrecarregado com estímulos, obrigando-o a trabalhar mais.

Planeje suas atividades antecipadamente e opte por fazer listas em vez de depender da memória. Semanalmente, elabore uma lista de afazeres que inclua prazos, e diariamente reveja essa lista, marcando o que já foi concluído.

Essas anotações podem ser feitas em papel ou no celular, seja em um caderninho, agenda, bloco de notas (Notion, Obsidian, Keep), calendário ou quadro na parede. Sugiro adotar ambos os métodos de anotação, tanto em papel quanto no celular.

Kanban

O Kanban é um método de acompanhamento de projetos de forma visual, e que facilmente podemos utilizar para organizar nossos estudos. 

A ideia é criar quadro (você pode usar uma cartolina, por exemplo) e dividir em colunas, em geral são três: Fazer (To do), Fazendo (Doing) e Feito (Done), mas outras seções podem ser criadas de acordo com a sua necessidade, por exemplo, você pode criar uma coluna para cada disciplina que você estuda. Cada atividade que você precisa fazer e/ou estudar você anota em um papel e coloca em uma das colunas (com durex ou post-it), informando o prazo final para executar a atividade. Conforme o andamento daquela atividade você altera a coluna.

Além de fazer por meio de papel, é possível também fazer por meio de digital. Existem algumas ferramentas gratuitas que funcionam em site ou aplicativos, um dessas é o Trello

Use DiversAs Técnicas

Se você falha em planejar, está planejando falhar” 

(Benjamin Franklin) 

Busque o máximo de conteúdo disponível em diversos formatos e/ou fontes, tais como:


Pirâmide de William Glasser

Seguindo a orientação do físico Richard Feynman, laureado com o Prêmio Nobel de Física em 1965, é recomendável explorar uma variedade de recursos durante o estudo. Mesmo que prefira aprender por meio de vídeos, experimente também a leitura em livros físicos (para reduzir o tempo de exposição à tela) e a escrita manual (para auxiliar no processo cognitivo).

Aliás, falando sobre o tempo de tela, você sabia que estudos indicam que o excesso de exposição em telas causa atrofia cerebral? Além disso, a ciência também já confirma que o uso excessivo de redes sociais prejudica tanto o processo cognitivo quanto o social dos indivíduos, especialmente devido ao aumento excessivo de dopamina. Portanto, mesmo quando o conteúdo estudado envolve tecnologia, sempre que possível, é preferível utilizar livros e cadernos físicos. Vale ressaltar que, ao optar pelo papel, você não corre o risco de ser interrompido por notificações de mensagens, evitando distrações que podem fazer você perder horas em feeds divertidos antes de retomar os estudos.

Fazer anotações ajuda na concentração, por isso ao estudar, escreva os tópicos do que se está aprendendo. Mas veja bem, o ideal é que sejam tópicos, para não acabar perdendo partes importantes de um conteúdo que está assistindo ou ouvindo. 

O ideal é que as anotações sejam feitas à mão, pois é cientificamente comprovado que escrever à mão ajuda a reter o conteúdo estudado (por isso que você acaba lembrando de algumas coisas que você escreveu naquele pedacinho microscópico de papel que você enfiou na tampa da caneta no dia da prova). 

A escrita à mão tem uma relação profunda com a cognição, uma vez que essa atividade melhora o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem em várias áreas, como a memória, a atenção, a linguagem e a criatividade. Quando você escreve à mão, há uma maior ativação das áreas cerebrais relacionadas à produção da linguagem escrita, ao mesmo tempo em que ação de escrever ajuda a consolidar a informação na memória de longo prazo. Além disso, a escrita à mão também ajuda a melhorar a coordenação motora fina, o que impacta em outras áreas cognitivas, como a capacidade de resolução de problemas e racicionar.

Mapa Mental

Mapa mental é uma técnica que consiste em criar resumos cheios de símbolos, desenhos, ícones, cores, setas e frases de efeito com o objetivo de organizar o conteúdo e facilitar associações entre as informações destacadas. Esse material é muito indicado para pessoas que têm facilidade de aprender de forma visual. 

Uma pesquisa de 2014 mostrou que estudantes que liam um trecho e tinham de, logo depois, relembrar o que haviam lido, seja escrevendo um parágrafo ou criando um mapa conceitual, absorviam melhor a informação do que os alunos que só estudavam o texto sem apelar para técnicas mais ativas. 

Para criar um mapa mental você pode usar uma folha de papel na horizontal e no centro dela colocar o conceito principal, e a partir dele suas conexões aos outros conceitos. O ideal é que você utilize canetas coloridas, pois as mesmas ajudam a compreender as diferentes conexões entre os conceitos. Mas se quiser depois de rabiscar no papel, transpor seu mapa para uma versão digital, uma ferramenta legal para criar e que usa IA é a GitMind.

Revise o Conteúdo

 Revisar suas anotações e o que você aprendeu pode parecer entediante, mas se você estudou apenas uma vez um assunto e não tocou mais nele, as informações foram apenas armazenadas na sua memória de curto prazo. Se você não treinou e exercitou seu cérebro com as informações estudadas, elas não serão salvas na sua memória de longo prazo. 

As pessoas, em geral, esquecem 50% do que aprendem depois de um período de 24 horas e 90% em uma semana. Por isso é necessário que seja feito uma revisão do conteúdo aprendido, de preferência que essa revisão se faça de tempos em tempos. Para você armazenar informações a longo prazo, você pode usar uma técnica chamada Repetição Espaçada, ou Fenômeno da Reminiscência ou Princípio do Espaçamento. A técnica ajuda a não sobrecarregar o cérebro e a não lhe causar fadiga. 

Para orientar nesse processo, existe uma tabela de sugestão que pode ser seguida:

Para essas revisões você pode utilizar resumos, mapas mentais ou conceituais, exercícios e flashcards (cartões de memória).

Cartões de Memória (Flashcards)

Segundo o autor do livro “Learn Better: Mastering the Skills for Success in Life, Business and School“, Ulrich Boser,  alunos que usam uma pilha de flashcards melhoram seu desempenho em 30%

Para isso você estuda um assunto pela primeira vez e armazena os pontos principais em flashcards, que são cartões (papéis ou virtuais) que de um lado possuem alguma informação e no verso contém o significado dessa informação. De tempos em tempos você revisa os flashcards, colocando pra revisar os assuntos que ainda não memorizou e os que já memorizou deixa pro final. A informação pode ser uma palavra, uma frase, imagem, áudio, vídeo, ligação com algo familiar ou eventos marcantes. Quanto mais estranha, tosca ou chocante a analogia que você vincular a um item do aprendizado, mais facilmente você se lembrará da informação.

Ensine o Conteúdo Estudado

 Se você não consegue explicar algo de modo simples é porque não entendeu bem a coisa.

(Albert Einstein)

Ensine ou finja ensinar o conteúdo estudado para alguém, faça isso em voz alta, prepare slides e anotações para ensinar. Seguindo a Técnica Feynman, o ideal é que você simplifique o assunto, use analogias, exemplos comuns do dia a dia, e termos fáceis e comuns para a maioria das pessoas, como uma criança, por exemplo.

Os autores do livro "Make It Stick: The Science Of Successful Learning" afirmam que quanto mais você consegue explicar com suas próprias palavras, relacionando o conteúdo estudado com seu conhecimento prévio (coisas que você já sabe), mais forte será sua compreensão e mais conexões você criará para se lembrar mais tarde.

Ensinar ajudar a memorizar e a organizar as ideias de uma maneira lógica, além disso, falar em voz em alta ajuda a reter o conteúdo.



Use MACETES

Uma dica do livro  "Make It Stick: The Science Of Successful Learning", dos autores Peter Brown, Henry Roediger e Mark McDaniel é a de você pode utilizar siglas ou rimas para lembrar de algo: a chamada mnemônica. São frases como "se volto da, crase há; se volto de, crase pra quê?".

As mnemônica e os macetes servem para criar estruturas mentais que tornam mais fácil recuperar o que você aprendeu, são ótimos para ajudar a memorizar fórmulas de matemática, física ou os elementos da tabela periódica.  Por exemplo, para memorizar as unidades de medida de um computador, eu uso a frase: "Bi, Bate Ketchup, Maionese, Gorgonzola, Taca no Pão e Esquenta". Essa frase idiota me ajuda a lembrar de Bit, Byte, Kilobyte, Megabyte, Gigabyte, Terabyte, Petabyte e Exabyte. 

Pratique e Exercite

Não posso revisar meus erros porque eles não existem.Você só erra quando tenta acertar,eu ao contrário quero errar e consigo, então acerto sempre. 

(Dalia Hewia)

Quando lemos um livro ou assistimos uma aula (presencial ou virtual) podemos até entender todo o conteúdo, porém é quando fazemos exercícios e praticamos os conceitos aprendidos, é que identificamos o que ainda não compreendemos direito. É também exercitando e praticando que os conceitos são memorizados.

Quando você recebe feedback sobre algo que nem imaginava que estava fazendo ou entendendo errado, tirarmos da frente "ilusões cognitivas". Achamos que entendemos algo quando, na verdade, não. É assim que você vai descobrir o que precisa aprender. 

As listas de exercícios dos professores é um ótimo ponto de partida, mas não fique só nelas, procure sempre praticar com questões de bancas como ENEM e Concurso Públicos. Assim você já vai simulando e avaliando como está o seu processo de aprendizagem. Você também pode usar as IAs para te ajudar a criar simulados e exercícios.

USE AS IAS para auxiliar

Aproveite as tecnologias, especialmente a Inteligência Artificial, como aliada nos estudos. Mas não é para usar a IA para fazer aquela atividade que o professor mandou não, viu?! Em vez disso, empregue ferramentas de IA, como o chatGPT e o Bard, para gerar exercícios simulados, explicar de forma mais didática algo que ainda não compreendeu, te dar outros exemplos, criar mnemônica, ajudar a identificar erros em uma atividade, como por exemplo, erros em um texto que você escreveu. Exemplos de prompt (“comando” ou a “pergunta” que você faz a IA):

Mas lembre-se que o conteúdo gerado pelas IAs não são totalmente confiáveis, por isso estude primeiro nos livros (lembra da história de ficar muito tempo nas telas?), assista vídeos, ouça podcasts e só então use as IAs, e sempre cheque se as informações geradas pela IA são verdadeiras, qualquer dúvida procure um professor e/ou especialista no assunto.

Outras dicas de IAs são:

Evite Distrações

É bacana acreditar que você é capaz de assoviar e chupar cana ao mesmo tempo, mas a verdade é que o cérebro humano, por mais desenvolvido que seja, simplesmente não é capaz de prestar atenção em mais de uma tarefa por vez. Fazer apenas uma tarefa é mais produtivo do que várias, pois ser multitarefa faz com que você alterne rapidamente sua atenção de uma coisa para outra, como ler um parágrafo de um livro e ver um stories no instagram. A rápida transição esgota o seu suprimento de glicose para o cérebro, e esse, é o principal combustível para a comunicação dos neurônios. Fazer esse tipo de coisa constantemente, leva o seu cérebro a atingir um nível de fadiga muito mais cedo do que se você tivesse se concentrado em uma coisa de cada vez.

Sem saber no que direcionar sua atenção, o cérebro acaba divagando e só consegue se focar de novo depois de 25 minutos, em média, por isso, quando for estudar tente ficar em um lugar que não aja distrações, como por exemplo, a biblioteca. Evite também distrações como o celular, coloque-o em modo avião ou no silencioso no período em que estiver estudando. 

Aliás, quando começar a estudar e nesse período inicial de 25min o seu cérebro estiver em momento de fuga, uma alternativa que talvez funcione é de colocar o fone de ouvido e escutar o Binaural Beat 40Hz, que é uma frequência sonora que pode melhorar o foco e humor. Ainda não há um consenso na literatura sobre os benefícios das frequências sonoras aplicadas a todos. Mas não custa nada tentar e verificar se com você funciona. Porém, é bom lembrar que para que os benefícios das ondas binaurais sejam usufruídos, é necessário o uso de fones de ouvido dos dois lados, e não em apenas um deles. 

Se tiver uma ideia muito legal, ou lembrou de alguma coisa que não pode esquecer, anote e tente voltar ao foco. Alguns aplicativos podem te ajudar como: Qualitytime ou Moment ambos são apps que informam quantas vezes você acessou o celular por dia, permitem restringir o uso do telefone e limita o tempo que você passa em aplicativos específicos, como o WhatsApp, por exemplo.

Faça Intervalos

Pausas podem aumentar a agilidade mental. Porém pausar toda hora para comer, ou para olhar o celular, por exemplo, podem lhe tirar do foco. O nosso cérebro gosta de fugir dos estudos, mas o nosso corpo também precisa de alimento, água e ir ao banheiro, por isso encontre o equilíbrio nos intervalos.

A cada intervalo, faça alongamentos, assim você ativa a circulação e pode evitar problemas ou dores que desconcentram e diminuem o ritmo de estudo.

Você pode fazer uma pausa cognitiva a cada 90 minutos para recarregar suas baterias. E em seus momentos de lazer aproveite bastante, pois assim será mais fácil você ser produtivo nos momentos de estudo.

Técnica Pomodoro

Existe uma técnica chamada Pomodo em que a ideia é utilizar um cronômetro para dividir o trabalho em períodos de 25 minutos, separados por breves intervalos de 5 minutos, e a cada quatro pomodori, você deve fazer uma pausa de 30 minutos. 

Porém essa é uma técnica totalmente adaptável, e como vimos anteriormente, o nosso cérebro pode demorar uma média de 25min para entrar em ação de fato, portanto, vale avaliar alterar esses times da técnica.

Você mesmo pode controlar esses tempos usando um cronômetro do celular, um timer de cozinha ou relógio, por exemplo. Ou ainda, baixar um dos diversos aplicativos que existem nos celulares para a aplicação da técnica.

Durma

Criança é esse ser infeliz que os pais põem para dormir quando ainda está cheio de animação e arrancam da cama quando ainda está estremunhado de sono.

(Millôr Fernandes )

O sono desempenha um papel crucial na cognição, que é a capacidade do nosso cérebro de pensar, entender, aprender e lembrar. Não dormir bem pode acarretar várias consequências, como perda de memória, bloqueio criativo, ansiedade, descontrole emocional, irritabilidade, falta de concentração e vários outros problemas que impactam sua saúde e seus estudos.

O recomendado é manter um horário regular para dormir, inclusive nos finais de semana, com uma média de 7 a 9 horas seguidas de sono. Essa variação ocorre porque cada pessoa possui um relógio biológico diferente, conhecido como ciclo circadiano.

Assim sendo, se você é aluno do ensino médio integrado, é essencial se ajustar à rotina de acordar cedo todos os dias. Para isso, algumas dicas são valiosas: jante pelo menos 4 horas antes de dormir; reduza a exposição a luzes 2 horas antes de deitar; se você usa celular, ajuste as configurações, desativando a tela azul e reduzindo o brilho a partir das 18h, e evite levar o celular para a cama; evite cafeína horas antes de deitar, troque por chás como camomila; evite atividades físicas intensas e jogos emocionantes antes de dormir. Ao deitar, mantenha o ambiente o mais escuro possível para estimular a produção de melatonina, o hormônio do sono.

Ao acordar, assegure-se de ter um ambiente bem iluminado; exponha-se ao sol para garantir a sua vitamina D diária; evite o uso da função soneca do celular, levante-se mesmo que esteja sonolento; faça a higiene bucal raspando a língua com uma colher e escovando os dentes para eliminar toxinas liberadas durante o sono; beba bastante água, preferencialmente em temperatura ambiente, pois a hidratação auxilia na ativação do corpo. Um banho de água gelada é eficaz para despertar e liberar dopamina, o hormônio do prazer.

Coma bem e hidrate-se

A única maneira de conservar a saúde é comer o que não se quer, beber o que não se gosta e fazer aquilo que se preferiria não fazer.

(Mark Twain)

Você sabia que o intestino não apenas é responsável pela digestão, absorção e transporte de nutrientes, mas também exerce influência sobre nossas emoções, sentimentos, imunidade, sono, comportamentos e até transtornos mentais? Por isso, é crucial cuidar da nossa alimentação!

Alimentos industrializados, ricos em açúcares e conservantes, devem ser evitados, pois podem aumentar o cansaço e a sonolência, além de diminuir a concentração. Níveis elevados de açúcar resultam em inflamação cerebral, contribuindo para a morte celular e a redução do volume em áreas do cérebro, como o hipocampo, essenciais para a memória e o aprendizado. Estudos também indicam que o consumo excessivo de açúcar leva a alterações nos neurotransmissores cerebrais, como dopamina e serotonina, afetando o humor e podendo contribuir para transtornos como depressão e ansiedade. Por outro lado, a redução no consumo de açúcar tem mostrado benefícios significativos na capacidade cognitiva, especialmente em relação à retenção de informações e ao desempenho acadêmico.

O glúten, uma proteína presente em grãos como trigo, cevada e centeio, é outro alimento que deve ser evitado, pois pode causar uma reação inflamatória silenciosa e nociva no cérebro para uma parcela significativa da população. Essa reação pode variar desde fadiga e dificuldade de concentração até um sério declínio cognitivo.

Banana, abacate, mel, cereais, açaí puro e aveia fornecem energia e melhoram a disposição. Chás como o chá verde e canela, café (com o mínimo de açúcar) e o chocolate 70% cacau servem como estimulantes e podem ajudar a manter a concentração, mas esses alimentos devem ser evitados 5 horas antes de dormir para não prejudicar o sono.

Peixes, linhaça e castanhas, ricos em ômega 3, são excelentes para a memória. Aliás, há estudo que identifica que consumir por dia uma castanha do Pará, rica em selênio, já é o suficiente para melhorar a função cerebral. Tomates, ovos, sementes de abóbora, morangos, beterraba, repolho e espinafre são alimentos que também contribuem para a memória e concentração. Vale também adicionar nessa lista de alimentos que contribuem com as funções do cérebro a canela, cúrcuma e pimenta preta.

Carnes magras, iogurtes naturais sem aditivos, peixes, ovos, leites, derivados lácteos, feijões, laranjas, amêndoas, abacates e vegetais verde-escuros auxiliam no combate à ansiedade, que pode atrapalhar, especialmente em dias de provas.

Faça Atividade Física


Fazer exercícios físicos é essencial para a saúde do corpo e pode melhorar a atenção e foco, isso porque durante a prática física são liberadas substâncias químicas no cérebro (adrenalina, dopamina, endorfina) que afetam a aprendizagem e a memória e faz o cérebro funcionar melhor.

Uma pesquisa científica que foi realizada pelas Universidades de Edimburgo na Escócia e de Radboud na Holanda, constatou que exercícios físicos realizado quatro horas após o aprendizado melhora a retenção de memória.

Já os neurocientistas da Universidade de Illinois descobriram que os alunos que praticam exercícios têm um desempenho escolar 20% melhor que os sedentários. E não é preciso ser um maratonista, por exemplo, para conquistar esses benefícios, caminhar 3 vezes por semana aumenta em 15% a capacidade de concentração. E você aí reclamando da caminhada da sua casa até o IF né?! .

Além disso, a prática de exercícios melhora a qualidade do sono (item que já vimos também ser essencial para o aprendizado) e ajuda a minimizar os níveis de estresse e ansiedade, tão típicos em épocas de prova, vestibular, apresentação de trabalhos, pccts, pibics, etc. 

O momento da atividade física também pode ser aproveitado para exercitar a memorização de conceitos ou aprender novos conteúdos. Você pode utilizar o tempo durante a caminhada ou natação pra tentar relembrar alguns conceitos estudados, fórmulas, comandos de uma linguagem de programação. Você pode ainda, enquanto faz uma caminhada, escutar um podcast.

Respire... Medite

Um estudo, realizado por cientistas da Northwestern Medicine, encontraram evidências quem mostram que existe uma ligação direta entre a respiração nasal e nossas funções cognitivas. E um estudo da universidade na Inglaterra descobriu que a respiração (mindfulness) melhora a procrastinação.

A respiração lenta e estável ativa a parte calmante do nosso sistema nervoso e diminui nossa frequência cardíaca, reduzindo os sentimentos de ansiedade e estresse. Assim, enquanto a inspiração altera especificamente nossa cognição, o ato de respirar lenta e profundamente, seja a inspiração ou a expiração, é benéfico para o nosso sistema nervoso quando desejamos ficar mais quietos. 

Tente praticar mindfulness todos dias, para isso:

a) Coloque um timer no seu celular para 5 minutos;

b) Escolha uma posição confortável em um local tranquilo, se preferir, coloque um som relaxante ao fundo;

c) Fique de olhos fechados;

c) Preste atenção no ar entrando e saindo dos seus pulmões.

Você pode ainda baixar aplicativos de meditação mindfullness, como por exemplo: Headspace, MindFi, ZEN. É possível ainda buscar por músicas em aplicativos de streaming como o Youtube Music, Deezer ou Spotify.

Torne essas Práticas um Hábito

O hábito torna suportáveis até as coisas assustadoras.

(Esopo)

Hábito é uma maneira permanente ou frequente de comportar-se, é o comportamento que uma pessoa aprende e repete frequentemente, sem pensar como deve executá-lo. Hábitos acontecem porque a todo o momento o nosso cérebro está procurando maneiras de poupar esforço, é uma estratégia de sobrevivência do cérebro.

Bons hábitos são aqueles que tornam sua vida mais produtiva e saudável, como por exemplo o hábito de estudar todos os dias ou de exercitar-se. A partir do momento que você cria o hábito de estudar, seu corpo passa a não mais reclamar dessa ação, aliás, seu cérebro passa a reclamar quando você não o faz, é como se você tivesse a sensação de que está faltando algo.

Desenvolver o hábito de estudar segue as mesmas premissas de desenvolver um hábito qualquer. De forma a simplificar, os hábitos podem ser divididos em três componentes:

A deixa é um gatilho que você manda para o cérebro entrar no modo automático indicando qual hábito deve ser usado , é o que estimula a ação específica. Por exemplo, sempre que seu relógio despertar você vai pegar o material do dia e daquele horário e vai sentar no mesmo local de estudos (por isso é importante organizar um cronograma de estudos). 

A rotina é a ação rotineira, que pode ser física, mental ou emocional. A rotina deve iniciar com metas simples e ir aumentando o nível gradativamente. 

E a recompensa é aquilo que ajuda o seu cérebro a saber se vale a pena memorizar este loop específico para o futuro, é o que cérebro recebe depois da ação completa. Como a recompensa dos estudos é a médio e longo prazo, o ideal é que você próprio crie sua recompensa, até que os benefícios do hábito sejam, de fato, sentidos. Se estudar é um problema, você pode se comprometer a se dar 15 minutos de lazer para cada 90 minutos de estudo (lembra da técnica do pomodoro?). 

Quando você cria o hábito de estudar todos os dias, você ficará menos ansioso nas provas, organizará melhor seus horários e tempo, passará a ler mais e a ter um vocabulário maior, aumentará a sua capacidade de reconhecer erros e falhas de todos os tipos.

Comemore

Comemore suas vitórias mesmo quando são pequenas.

(Maria Teresa Maldonado)

Aceitar a capacidade de errar é saudável em termos de aprendizado, até mesmo porque errar é uma forma de aprender, conforme um estudo de 2014 comprovou. Por essa razão é importante ser grato e comemorar as pequenas vitórias.

Inclusive, pode comemorar por ter chegado ao fim desse texto. Meus parabéns! Agora espero que você consiga implementar e adaptar todas essas dicas a sua rotina diária.

* Diquinha extra para quem usa Instagram: siga o professor Mac Gayver, ele oferece dicas valiosas com base em estudos científicos atuais da medicina e neurociência sobre o aprender.