Cartão Perfurado

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Cartão Perfurado

Em 1804, o francês Joseph-Marie Jacquard desenvolveu uma das primeiras máquinas programáveis: o tear mecânico. Um dos inconvenientes dos teares até então era ter que mudar a posição dos carreteis de linha antes de cada laçada. A máquina de Jacquard automatizava esse processo, alterando automaticamente a posição das linhas de acordo com um algoritmo inserido na máquina. Entretanto, o algoritmo precisou ser escrito em um lugar para ser interpretado pela máquina. Foi assim que se deu início a primeira forma de armazenamento: o cartão perfurado. Nele, o algoritmo era gravado no cartão em forma de furos, organizados em linhas. A máquina, através da sequência de furos em cada linha, realizava o comando desejado escrito no algoritmo.

Ilustração do Tear mecânico de Joseph-Marie Jacquard. 

Disponível em <http://piano.dsi.uminho.pt/museuv/1622tjacquard.html>

A Máquina de Jacquard, inventada por Joseph Marie Jacquard no século XIX, foi uma inovação crucial na indústria têxtil e computação mecânica. Automatizando a tecelagem através de cartões perfurados, ela permitiu a manipulação de milhares de fios para criar padrões complexos. Essa abordagem, utilizando cartões perfurados como instruções, foi precursora das tecnologias digitais, deixando um impacto duradouro ao demonstrar o potencial da automação controlada por códigos, influenciando futuras inovações na interação homem máquina.

Cartão perfurado utilizado no Censo dos EUA em 1890.

Os cartões perfurados usados tinham 12 linhas por 24 colunas e mediam 3,25 por 7,375 polegadas, aproximadamente o tamanho da nota de um dólar na época. Eles foram a primeira mídia legível por máquina usada para coleta de dados.

Disponível em <https://www.ibm.com/ibm/history/ibm100/us/en/icons/tabulator/>


O Cartão perfurado foi inicialmente projetado para computadores pela IBM. Esses cartões foram os grandes precursores da memória usada na computação. Nos primeiros computadores, que eram máquinas enormes e muito complicadas de serem utilizadas, os cartões perfurados eram o meio de incluir dados e comandos nas máquinas. Os cartões perfurados foram usados pela primeira vez por volta de 1725, e melhorados em 1801, mas foi só em 1950 com a IBM, que esse método se expandiu para computadores eletrônicos.

Um episódio que marcou por definitivo o uso de cartões perfurados na computação foi quando Herman Hollerith, no Censo dos EUA de 1890, criou um sistema em que era possível registrar dados do senso em um cartão perfurado, e então, através de máquinas tabuladoras, também desenvolvidas por ele, era possível ler e fazer a contagem das informações contidas no cartão. Com isso, o processamento do censo, que duraria sete anos, durou apenas um ano com a invenção de Hollerith, sendo este o fundador da Tabulating Machine Company, precursora da IBM que se tornou pioneira no comércio de cartões perfurados. 

Contudo com a chegada dos computadores eletrônicos, se tornou necessário o desenvolvimento de uma mídia de armazenamento mais eficaz. 

Como os cartões eram perfurados

Vídeo do Canal do Jorge Maia demonstrando como que uma máquina de perfurar cartões funciona.

Curiosidade

A gravação de músicas também teve início utilizando a mesma ideia dos cartões perfurados. Um exemplo é a pianola, sendo basicamente um piano programável. Nela é inserida um rolo de papel perfurado, com furos posicionados de acordo com a música a ser tocada. O papel, ao ser desenrolado, passa pelo mecanismo da pianola, que interpreta cada furo como uma nota, e assim, a música é reproduzida automaticamente.