DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A DOAÇÃO DE TECIDOS
DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A DOAÇÃO DE TECIDOS
Se você tem o desejo de ser doador de órgãos e tecidos é fundamental que converse com sua família e deixe claro a sua vontade. Não é necessário deixar qualquer documento assinado, pois a doação de órgãos e tecidos somente ocorrerá após autorização familiar documentada e assinada. Antes da doação a família passa por uma entrevista com o objetivo de ficar mais segura quanto ao processo de doação.
É um procedimento cirúrgico onde se faz a reposição de um órgão ou tecido de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, podendo levar a melhora da qualidade de vida ou até mesmo salvar a vida do receptor.
Morte encefálica, comumente conhecida como morte cerebral, é a completa e irreversível parada de todas as funções vitais, incluindo a perda da consciência e do controle da respiração. A pessoa não é capaz de respirar sem os aparelhos, e embora ainda haja batimentos cardíacos, a parada cardíaca dentro de algumas horas é inevitável. A constatação da morte encefálica faz parte da legislação nacional e do Conselho Federal de Medicina, sendo realizada por dois médicos de diferentes áreas que examinam o paciente e fazem o diagnóstico clínico de morte.
A retirada dos tecidos acontece no centro cirúrgico, seguindo todas as normas da cirurgia moderna. O corpo do doador não fica deformado, após a retirada dos tecidos, os membros são reconstruídos, garantindo a preservação da integridade física. Todo doador pode ser velado de caixão aberto, normalmente, sem apresentar deformidades.
Os Bancos de tecidos tomam todo o cuidado cumprindo normas técnicas da ANVISA e do Ministério da Saúde para garantir a qualidade e segurança dos tecidos captados, preparados e distribuídos para o transplante, lançando mão de profissionais capacitados e ambiente com tecnologia apropriada para isso.
Não há nenhum custo para as famílias do doador e do receptor. Todo o processo realizado pelo Banco de Tecidos do HC Unicamp é gratuito, incluindo a captação, o processamento e a distribuição dos tecidos. Lembre-se: a doação é um ato de amor e humanitário.
DÚVIDAS FREQUENTES - TECIDOS MUSCULOESQUELÉTICOS
Para ser doador não importa a condição socioeconômica, cor ou crença, basta a vontade em beneficiar o próximo, ter mais de 18 anos, e no máximo 70 anos para doação de osso e 50 anos para doação de partes moles (músculo, tendão).
Existem dois tipos de doadores de tecidos musculoesqueléticos, o doador vivo e o doador falecido. O doador vivo é o paciente que passará por uma cirurgia para colocação de prótese de quadril e que durante o procedimento é retirada a cabeça femoral. Neste caso, para que a doação ocorra, o doador precisa autorizar a utilização da cabeça femoral pelo Banco através do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Já o doador falecido é aquele que, durante sua internação hospitalar, evoluiu com morte encefálica ou parada cardíaca. É importante salientar que para doar órgãos e tecidos, o doador não pode ser portador de nenhuma doença infecto-contagiosa que possa ser transmitida ao paciente receptor, não pode ter permanecido por tempo prolongado em choque ou que tenha diagnóstico de câncer nos ossos e nem causa da morte desconhecida.
Os tecidos musculoesqueléticos que podem ser doados do nosso membro superior são o Úmero, Rádio e Ulna. Já no inferior pode ser feita a captação dos Tendões, Menisco, Tálus, Fíbula, Tíbia, Fêmur e Ilíaco.
Os ossos são encaminhados para o Banco por caixas em temperatura controlada, onde são processados em uma sala especial, com ar totalmente puro para evitar contaminação por bactérias e vírus. Após, são armazenados a uma temperatura de -80° C, aguardamos o resultado de alguns exames para liberar o tecido para transplante. O tecido pode ser guardado por até 5 anos.
Os tecidos musculoesqueléticos de um doador podem beneficiar mais de 30 pessoas portadoras doenças das especialidades de ortopedia, neurocirurgia, cirurgia plástica, craniofacial, odontologia, entre outras. Os tecidos podem ser utilizados em cirurgias ressecção de tumores ósseos, cirurgias de revisões de artroplastias (joelho e quadril); transplantes de meniscos; cirurgias de reconstrução ligamentar; cirurgias para correção de deformidades (maxilar, mandibular e da coluna), além de cirurgias para correção de fraturas.
A distribuição de tecidos musculoesqueléticos para transplantes é feita a partir de uma solicitação do médico ou dentista autorizado pelo SNT (Sistema Nacional de Transplantes) e de uma autorização do receptor. A contar deste momento, o paciente entra na fila do banco de tecidos, que segue ordem cronológica para disponibilização dos tecidos. É importante ressaltar que a doação de tecidos não pode ser realizada para um receptor específico, a não ser que ele seja próximo da fila de solicitação.
Para ser o receptor a pessoa tem que ser inscrita pelo médico cirurgião no Banco de Tecidos para solicitar o tecido necessário para sua necessidade frente sua doença progressiva ou incapacitante e irreversível por outras técnicas terapêuticas que não seja o transplante, por exemplo perdas ósseas decorrentes de tumores, problemas odontológicos, trocas de próteses e traumatismo, pacientes portadores de deformidades congênitas e de coluna, etc.
DÚVIDAS FREQUENTES - TECIDOS OCULARES
O Banco de Olhos é o setor do HC Unicamp responsável pela captação, preservação e distribuição da córnea doada. Segue todas as normas e critérios estabelecidos pela legialação vigente para garantir a qualidade do tecido a ser transplantado, resultando em baixos índices de complicações e rejeição pós transplante.
A córnea é um tecido transparente que recobre o olho servindo como proteção. Quando esta se torna opaca por doenças oftalmológicas, traumas ou infecção perde sua transparência ou pode levar a diminuição e até perda da visão, o que acaba acarretando a necessidade de um transplante de córnea.
Para ser doador de córneas não importa a condição socioeconômica, cor ou crença. Doenças como diabetes, hipertensão arterial e câncer não impedem a doação, basta a vontade em beneficiar o próximo. Há a idade máxima de 80 anos e miníma de 2 anos de idade para se tornar um doador potencial.
Para ser doador de córneas tem que ser constatado a morte do doador, seja por coração parado ou por morte encefálica.
Para ser um receptor de córnea é preciso que seu médico faça sua inscrição no Sistema Nacional, onde você entrará numa fila de espera por ordem de inscrição e receberá um número, RGCT - Registro Geral da Central de Transplante. Assim que for sua vez na fila a córnea será ofertada para você, desde que não haja impedimentos clínicos.
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