Ciência da Pandemia: história
Vigilância genômica da epizootia do vírus da febre amarela em São Paulo, Brasil, 2016 - 2018 [traduzido]
São Paulo, um estado densamente habitado no sudeste do Brasil que contém a quarta cidade mais populosa do mundo, recentemente experimentou seu maior surto de vírus da febre amarela (YFV) em décadas. O YFV normalmente não circula extensivamente em São Paulo, então a maioria das pessoas não estava vacinada quando o surto começou. A vigilância em primatas não humanos (NHPs) é importante para determinar a magnitude e a extensão geográfica de uma epizootia, ajudando assim a avaliar o risco de transbordamento de YFV para humanos. Os dados de NHPs infectados podem fornecer informações mais precisas sobre a propagação de YFV do que quando se usam dados de casos humanos apenas. (...) [traduzido]
Uma breve história de uniformes médicos: da história antiga aos tempos da COVID-19
Uniformes da área médica datam desde os tempos medievais. Uniformes de enfermeiras eram baseados em roupas de freiras, enquanto o de médicos eram caracterizados pelas “vestimentas da praga” e fraques pretos de meados do século 15 até o início do século 19. No final do século 19, os uniformes começaram a mudar. A vestimenta de enfermeiras perderam suas similaridades com vestes religiosas. Médicos começaram a usar roupas brancas. Com o aumento da ênfase em higiene e no sanitarismo, começa a evoluir a ideia do uso de equipamento de proteção individual (EPI), com William Stewart Halsted utilizando luvas de borracha pela primeira vez em 1889. Nas décadas de 1960 e 1970 começa a se tornar mais usual a adesão ao pijama cirúrgico verdes e azul como roupa hospitalar, devido ao contraste com o ambiente branco já presente. Na contemporaneidade, algumas especialidades deixaram de usar uniformes específicos, enquanto outras ainda a usam. Ao mesmo tempo, EPIs tornaram-se mais e mais importantes, até, hoje em dia, surgir as “vestimentas da praga” atualizadas para o combate da epidemia do COVID-19.
Epidemias e seus efeitos sociais: a chegada da esquistossomose em São Paulo
Os primeiros casos da esquistossomose teriam chegado ao estado de São Paulo na primeira metade do século XIX, no auge da cafeicultura e a ocorrência autóctone de esquistossomose é identificado no ano de 1923 na cidade de Santos.
Livros
Cidade Febril: cortiços e epidemias na corte imperial: tomando como ponto de partida a cidade do Rio de Janeiro e a demolição de seus cortiços, passando pelas polêmicas entre infeccionistas e contagionistas em torno da transmissão da febre amarela e pela resistência das comunidades negras à vacina antivariólica, Sidney Chalhoub escreveu uma "história na encruzilhada de muitas histórias". De forma apaixonante e extremamente bem-humorada, Cidade Febril reinterpreta esses e outros conflitos à luz da história social. O resultado é uma obra riquíssima, que mapeia a formação das políticas de saúde pública no Brasil, as quais, longe de se limitarem ao século XIX, até hoje influem em nosso cotidiano com força assustadora.
SHALHOUB, S. Cidade Febril: cortiços e epidemias na corte imperial. Cia das Letras: São Paulo, 2018. Disponível em ebook.