Mostra Cultural "Temporalidades"

A mostra cultural de 2018 evocou todas as nostalgias inerentes as saudosas décadas que passaram. Com a curadoria e orientação da professora Renata Feitosa os alunos do 7º A confeccionaram um conto, cada um, sobre a década de 1970. Eis abaixo os dois melhores contos escolhidos a dedo pelos professores e alunos.

No passado

Uma aventura narrada por Rafael Zuffo

Hoje é um lindo dia, mas estou enjoado. Deito no sofá, ligo a TV e logo adormeço. Meu enjoo vai passando e o silêncio toma conta da sala.

Meu sono é bom, mas não dura muito: sou acordado por uma música, não a conheço a princípio, só sei que é antiga... logo percebo que é Dancing Queen!!!

- Essa música é muito antiga. – Falo sem perceber e alguém me responde:

- Mas essa música foi lançada ontem!!! – Abro os olhos e vejo uma mulher com roupas coloridas: é minha avó!!!

Ela está muito nova, dançando na frente da televisão.

- Oi vovó, o que você está fazendo?

- Vovó? – Perguntou ela – Eu estou assistindo ao meu programa matinal e dançando.

- Onde eu estou? – Perguntei

- Você está aqui.

- Mas onde é aqui?

- Aqui é minha casa, eu te achei no chão e resolvi ajuda-lo, acho que você é um morador de rua, suas calças estão todas rasgadas.

- Mas essas calças estão na última moda, por falar nisso, suas roupas estão esquisitas, parecem dos anos setenta.

- Mas essas calças estão na última moda, por falar nisso, suas roupas são esquisitas, parecem dos anos setenta.

-Mas nós estamos nos anos setenta.

-Queeêêê??? Isso é uma pegadinha, né? Cadê as câmeras?

-Não, sério, estamos nos anos setenta.

-Sério? Nãoooooooooooooooooooooooo! Meu celular!!!!! Celular eu te amava, “pera”... MEU VIDEO GAMEEEEEEEEEEEEEEE, eu te amava mais!

-Video game? Não é aquele troço chamado Atari?

-Vocês têm um Atari?

- Claro que não, custa só o seu rim e uma costela.

-Ah não. Mas pelo menos eu vou para uma lan house

-lan house? Isso deve ser uma fábrica de lã, né?

-Lã? – De repente me lembrei de que estávamos nos anos setenta e não tinha nem internet – e... esquece – eu disse quase chorando.

- E aí, chapa, beleza? Muito massa esse seu troço, parece um carango. Tipo assim você quer pagar mico com essa roupa, mas esse seu boné é uma brasa mora, falou? – Disse uma pessoa conhecida. Logo percebi que era meu tio.

-Errr... Oi... – Lembrei de umas gírias que sabia – bicho, podes crer. Esse broto é supimpa! Estou gamadão, sou boa pinta e com meu carango, meu chapa...

-Mãe – perguntou ele – esse cara é russo?

-Não, meu filho, respeite os moradores de rua, eles são pobres e não têm acesso à educação, nem a roupas decentes, você não viu? A dele está toda rasgada.

-Eu já falei que ela está na última moda!!!

-Eu vou para a discoteca, mãe, até já!!! – Falou meu tio.

Eu resolvi ir junto com ele.

Quando chegamos lá, eu percebi que tocavam músicas muito antigas e perguntei:

-Aqui não toca música boa, não? Tipo do marshmallo.

-Não, quem é esse? – Perguntaram.

-É aquela coisa para assar na fogueira.

-Não...aquele que toca música eletrônica – respondi

De repente, apareceu um carro com as rodas pegando fogo e falavam:

- Venha com a gente, você já causou muitas anomalias temporais, vamos voltar para o seu tempo. – Percebi que era Marty Mcfly.

Nós voltamos para o meu tempo e tinha ocorrido um apocalipse zumbi e todo mundo morreu.

Os zumbis se decompuseram depois de milhares de anos a Terra voltou a ser como era...


Apenas um sonho

Uma aventura narrada por Heloísa Molica

De repente, apareci em um lugar muito, muito estranho. O que mais me chamou a atenção foi o visual das pessoas. Era ridículo! Usavam calças boca de sino, penteados estranhos e muito chamativos, além das roupas completamente coloridas.

Havia música antiga tocando. E depois percebi que, na verdade, eu estava nos anos setenta! Isso mesmo! Não sabia como, mas eu tinha voltado no tempo! Então, eu pensei:

- Eu “tô” nos anos 70! Essa não! Ainda não existem aqueles filmes que eu adoro! Não tem Senhor dos Anéis remasterizado em Blu-ray!? NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÕOOOOOOOOOOOO!!!!!

Eu me segurei para não gritar porque não queria chamar mais atenção, pois com as roupas que eu estava usando, ou seja, do século XXI, não tinha como eu sair sem ninguém perceber. Outra coisa, eu estava com meu celular e não podia tirá-lo do bolso em público.

Então, rapidamente, fui a uma loja de roupas e não sei POR QUE e nem como COMO achei uma grande quantidade de dinheiro no bolso. Então, comprei um conjunto de roupas qualquer, vesti e saí para as ruas.

Eu estava entediada, então fui até um grupo de adolescentes, com roupas piores ainda e perguntei o que eles estavam fazendo. Eles responderam.

- Nós estamos indo para uma discoteca supimpa! Você quer vir?

Falei que sim, mas... que gíria é essa?! “Supimpa”? Nunca ouvi falar.

Entramos na discoteca, mas tinha algo que me incomodava muito.

- Cara, só tem música antiga!

Então um deles me olhou surpreso e assustado:

- Como assim?! Essas músicas, tipo assim, são as mais novas do momento.

- Quêê?! Bem que podia tocar a música do Marshmello e da Anne-Marie.

- Quem são esses?

- Você não os conhece?! Não conhece Imagine Dragons?

- Não.

- Selena Gomez?

- Não.

Aí então lembrei que eram os anos setenta.

Do nada meu celular começou a vibrar, alguém estava ligando para mim. Então não consegui resistir e o atendi. Todas as pessoas me olharam.

Logo depois, acordei no meu quarto e percebi que era apenas um sonho.