Manifesto

Ensino

São profundas as mudanças introduzidas no ensino, desde Bolonha, passando pelo fim dos Mestrados Integrados e acabando na recente experiência do ensino à distância. É necessária uma ampla discussão e análise sobre os caminhos a seguir. Propomo-nos ser o motor, no Conselho Geral, de um amplo debate, em toda a Academia, que culminará num Congresso sobre o Ensino na Universidade do Porto.

Questões a debater:

- A autonomia pedagógica de cada unidade orgânica de acordo com as suas idiossincrasias.

- O ensino das disciplinas transversais a várias Unidades Orgânicas.

- Inquéritos Pedagógicos - o que fazer para os tornar fiáveis?

- Os soft skills e a sua integração nos planos curriculares/ ou em diplomas extracurriculares.

- O futuro do ensino à distância: uma experiência que veio para ficar?

- O problema do abandono escolar precoce.

- O ensino em língua inglesa e a captação de alunos estrangeiros.

- A dimensão da parte curricular do 3.º ciclo.

- Ensino universitário ao longo da vida: modo de o implementar!


Investigação fundamental

A Investigação fundamental tem crescido na UP potenciada por diversos fatores e sem ter na sua base uma opção estratégica definida. Esta investigação carece de financiamento e é sempre deficitária em qualquer Unidade Orgânica. Deverá ou não deverá a UP, enquanto uma Universidade de nível internacional, ter no seu seio Unidades fortes e reconhecidas internacionalmente em Investigação Fundamental ou será que os Institutos da periferia com participação maioritária ou minoritária da UP podem ou devem assumir esse papel? O tema deverá ser debatido no Conselho Geral, assumindo nós a defesa da primeira posição.


Investigação aplicada e de desenvolvimento

A Investigação aplicada e de desenvolvimento tem igualmente crescido na UP sem a sustentação de um plano estratégico definido. A gestão eficiente desta investigação pode colher os frutos da Investigação Fundamental e canalizar financiamento para as diferentes Unidades Orgânicas. Será que esta investigação deve ser levada a cabo por Institutos de Interface geridos pelas Faculdades ou antes deverá ser realizada por Institutos da periferia com participação maioritária ou minoritária da UP? Propomo-nos debater este tema no âmbito do Conselho Geral, assumindo, mais uma vez, a defesa da primeira opção.


A Universidade e as Unidades Orgânicas

A autonomia responsável das Unidades Orgânicas deverá contribuir para a diminuição da carga burocrática dos diversos procedimentos institucionais. Contudo, defendemos um acompanhamento continuo destas Unidades pela Reitoria. A cada Unidade Orgânica caberá apresentar à UP planos estratégicos, sucintos, anuais e quinquenais, com objetivos e metas bem claras, referindo caminhos a percorrer e os meios de financiamento necessários para os atingir. Estes planos estratégicos deverão ser monitorizados pela UP, eventualmente facultando reforços orçamentais para a sua execução.


O Conselho Geral e a Eleição do Reitor

Não obstante as múltiplas funções que competem ao Conselho Geral e a sua importância para a Academia, dentro destas, a de maior impacto e com efeitos imediatos, é a eleição do Reitor da UP. Assumiremos uma posição clara quanto a esta eleição no sentido de votarmos o programa mais consonante com os princípios por nós aqui enunciados.


A interligação entre Unidades Orgânicas

Somos claramente favoráveis a que haja uma crescente interligação, quer no ensino quer na investigação, entre as diversas Unidades Orgânicas. Casos recentes, tal como a ligação entre a Faculdade de Ciências e a Faculdade de Engenharia para criar um curso de nível internacional na área da Informática, mostram o caminho. Interligações semelhantes devem ser potenciadas, quer pela Reitoria, quer pelo Conselho Geral. Pretendemos propor ao Conselho Geral a criação de uma comissão de interface que estude, potencie e apoie possíveis interligações na UP.


O ECDU

Lutaremos por uma alteração do ECDU no que diz respeito aos concursos para docentes. Julgamos ser consensual que o facto de não haver concursos para promoção e para recrutamento diferenciados tem sido a maior fonte de opacidade nos concursos ultimamente realizados. Esta falta de transparência foi reforçada pelas restrições orçamentais impostas às unidades orgânicas. Além de serem opacos, os procedimentos atuais dificultam a implementação de novas áreas de conhecimento. Conscientes das restrições das competências do Conselho Geral na matéria, atuaremos como órgão de aconselhamento e encetaremos diligências com vista a desencadear a discussão deste tema pelas entidades competentes.


O rejuvenescimento do corpo docente

Embora de uma forma indireta, tem havido uma profunda alteração na forma de progressão na carreira universitária. Frequentemente, na atualidade, a carreira docente não se inicia após o doutoramento, com a entrada para a categoria de professor auxiliar. A introdução de um corpo de investigação levou e vai progressivamente continuar a levar a que, após o doutoramento, o 1º degrau na carreira seja o de investigador auxiliar. O investigador tem a oportunidade de desenvolver a sua investigação e, na maior parte dos casos, de dar aulas. Conforme o sucesso ou insucesso obtido nesta etapa, poderá ou não no futuro concorrer para um lugar na carreira docente. Esta entrada dar-se-á tendencialmente numa idade mais avançada, o que não significa um envelhecimento do corpo docente. Verifica-se uma mudança de paradigma na contratação que vem na linha do que se passa em universidades reputadas estrangeiras.


Investigadores

Embora a UP tenha aprovado um regulamento aplicável aos investigadores, a questão da precariedade no que respeita à contratação dos investigadores perdura, havendo ainda grandes limitações na contratação para a carreira de investigação científica, não havendo uma clara definição de estratégias, na UP e ao nível Estatal, de longo prazo para a resolução deste problema. Acresce que o financiamento nacional em I&D continua a ser escasso e inconsistente e mantem-se a baixa taxa de aprovação de projetos, tendo este déficit grande impacto na carreira dos investigadores. No Conselho Geral pugnaremos por medidas que deem estabilidade e confiança aos investigadores da UP e tentaremos lançar iniciativas que permitam financiamento adequado para desenvolverem a sua investigação.