A mobilidade urbana e infraestrutura são agora uma realidade, a proliferação de veículos elétricos é imparável. As implicações implícitas na estrutura da cidade dessas novas infraestruturas necessárias mudarão a maneira como vivemos nossas cidades, tanto no setor público quanto no privado. A implantação da infraestrutura de carregamento mudará não apenas os modelos de negócios baseados na mobilidade atual, mas também a distribuição de energia dentro de uma cidade. Essa transformação estimulará a capacidade das cidades de atingir as metas climáticas, otimizará os investimentos em infraestrutura de rede, inovação em serviços e infraestrutura, gerando crescimento econômico e proporcionando enormes benefícios aos cidadãos. O planeamento tradicional dos espaços urbanos precisará de apoiar a adoção desses novos vetores de mobilidade elétrica e estudar o impacto e a influência no planeamento do ambiente urbano. O mundo está em mudança, cheio de desafios e vai mudar a forma como vemos as cidades e como as vivemos.

A inteligência artificial e a ciência de dados prometem ser abordagens revolucionárias para a monitorização da condição de estruturas (SHM) de engenharia civil, contribuindo assim para solucionar necessidades urgentes dos países ocidentais, que enfrentam o desafio de quantificar e garantir a segurança do seu património construído e da rede de infraestruturas com foco especial em edifícios históricos, pontes, túneis, barragens e centrais elétricas expostas a diferentes tipos de perigos. Apesar da abundância de algoritmos de análise de dados e inteligência artificial que estão continuamente a serem desenvolvidos, a sua aplicação efetiva na engenharia civil ainda não foi alcançada devido a dificuldades na ligação com a física dos problemas. O caminho para uma ampla aplicação de metodologias SHM na obtenção de decisões informadas sobre os riscos em edifícios e sistemas de infraestruturas passa necessariamente pela inclusão de conhecimentos de engenharia dentro do processo de monitorização. Esta palestra é uma contribuição para explorar estas fronteiras do SHM, apresentando uma visão geral de investigações recentes realizadas na Universidade de Perugia. Especial enfoque será dado aos métodos estatísticos de reconhecimento de padrões aplicados a indicadores de base física, metamodelos e inferência Bayesiana para a localização de danos, com algumas abordagens sobre o uso de interferometria sísmica e o uso de dados de monitorização remota a partir de satélites através da técnica InSar.

Métodos alternativos para adicionar inteligência a estruturas de engenharia fazem parte de um intervalo que se inicia com simples etiquetas inteligentes impressas e termina no Metaverso, a futura Internet. Eles são cada vez mais baseados em sensores, processadores e atuadores impressos do lado do “hardware”. O “buzzword” Metaverse abrange inteligência artificial, realidade aumentada e virtual e abordagens baseadas em “blockchain” em “software”.

São discutidas estruturas conceituais subjacentes a abordagens de “hardware” e “software”. Os conceitos são ilustrados com projetos desenvolvidos para a Vodafone, Santander Financial City, cidade de Lisboa, EDP, Estado do Rio de Janeiro e Olimpíadas do Rio. Também são apresentados projetos futuros para cidades e instituições públicas que gerem patrimônio histórico e natural.