Os discos instantâneos foram criados em 1929 de forma a permitir a gravação direta de som, tendo sido amplamente usados até à década de sessenta do século passado, tendo sido progressivamente substituídos nesta função pelas fitas magnéticas.
Estes discos contribuíram para a disseminação da gravação e foram usados em diversos eventos que moldaram o mundo como o conhecemos, por exemplo durante a Segunda Guerra Mundial para gravações in loco que podiam depois ser difundidas.
Entre os problemas mais comuns destes discos, em que o suporte sonoro é o nitrato de celulose, destaca-se a formação de uma exsudação cerosa – blooming – que acontece devido à migração dos produtos de deterioração do óleo de rícino usado como aditivo no plástico. Este material altera o movimento da agulha durante a leitura, introduzindo ruído e reduzindo a fidelidade da reprodução. Assim, para digitalizar o áudio, estes depósitos devem ser removidos.
A colecção de discos instantâneos de Igrejas Caeiro (1917-2012) está a ser estudada e tratada pelo Arquivo Nacional do Som em parceria com o Departamento de Conservação e Restauro da NOVA FCT. De modo a estudar o impacto da limpeza no som, neste projeto comparamos o som obtido antes e após limpeza, permitindo-nos compreender o efeito da remoção deste material ceroso na qualidade do som digitalizado.