O projeto iniciado em 2023, tem por objetivo a inventariação, a conservação preventiva e o estudo da coleção constituída por arquivo empresarial, vidros e ferramentas provenientes da Fábrica de Vidros das Gaivotas (1811-1985, Lisboa) e incorporada (2009-2013) no acervo do Ecomuseu Municipal do Seixal por afetação permanente da Direção Geral do Património.
A Fábrica de Vidros das Gaivotas foi uma das mais importantes unidades industriais vidreiras dos séculos XIX e XX em Portugal, com destaque, na sua produção, para a frascaria e os vidros de iluminação. Apesar de uma singular longevidade no panorama industrial do país - cerca de 174 anos de existência - e de uma tentativa de reconhecimento histórico e patrimonial iniciada pelos últimos trabalhadores, a fábrica não permaneceu na memória coletiva. Além de um controverso processo de classificação e desclassificação como património cultural, perdeu-se grande parte do espólio móvel da fábrica, até que o Ecomuseu Municipal do Seixal se encarregou do resgate dos restantes arquivo e objetos de produção vidreira, considerados importantes para a história empresarial e da indústria vidreira em Portugal e dado que esta teve também significativo peso no concelho do Seixal (em Amora), entre 1888 e 1926, com uma das primeiras fábricas de garrafas e garrafões do país.