Ensino de Humanidades envolve um escopo muito amplo do ensino das ciências humanas, contemplando temas que abrangem políticas educacionais, práticas educativas em suas diversas formas, em espaços educativos formais ou não formais, questões étnico–raciais, as linguagens e as formas do silêncio, cultura e sociedade, identidade e diferença, território e paisagem.
BIBLIOGRAFIA
BAUMAN, Zygmunt. "Capítulo 2 - Individualidade". In: Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001, p. 64-106.
Mbembe, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Arte e Ensaios [Online], Volume 2 Número 32 (23 março 2017) In: https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993. Acesso: 8 jan. 2021.
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
Linguagens são expressões humanas diversas, criadoras de culturas, em uma perspectiva plural e aberta ao novo, ao diverso e ao outro. Tomar as linguagens humanas como foco de pesquisa implica em desvendar, de um lado, suas estruturas e, de outro, pesquisar seus sentidos culturais, sociais, políticos, estéticos, filosóficos, entre outros possíveis. Algumas das linguagens pesquisadas e debatidas pelo curso até o momento são as seguintes: teatro, literatura, audiovisual, práticas corporais e performance. Esta última possui duas acepções: a primeira refere-se ao ato de performar, realizar, praticar, executar uma determinada atividade; a segunda se refere a arte performática, em inglês performance art, expressão que poderia ser traduzida por “teatro das artes visuais”. Neste sentido, esta linha de pesquisa se destina a investigar questões que estabeleçam conexões entre a arte e a educação sob suas múltiplas linguagens com objetivo de desenvolver o pensamento crítico acerca dos discursos presentes nas diversas formas de manifestação artísticas e culturais.
BIBLIOGRAFIA
BAKHTIN, Mikhail; VOLOCHINOV, Valentin Nikolaevich. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006, p. 31-48.
BARCELOS, Patrícia. Imagem-aprendizagem: experiências da narrativa imagética na educação. 2015. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2015, p. 91-118. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/19515 Acesso: 8 jan. 2021.
CÂNDIDO, Antônio. "O direito à literatura". In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011, pg. 171-189.
FANTIN, Mônica. Mídia-educação e cinema na escola. Revista Teias, v. 8, n. 14-15, p. 13, 2007.
Essa linha de pesquisa dedica-se às temáticas relacionadas à alimentação como expressão cultural mais ampla e, com isso, abarcando aspectos que perpassam a gastronomia, política, economia, sustentabilidade e sociobiodiversidade e como este universo se articula no ambiente escolar. Importante dizer que a alimentação é uma prática humana permeada por aspectos socioculturais em diversos níveis. É uma prática material e simbólica, uma vez que subjaz diversos aspectos da vida social humana. Como prática política, é determinada por sistemas de gestão da vida coletiva. Como questão ética, entrelaça-se com escolhas, valores e justiça. E, como questão econômica, perpassa por um amplo sistema de produção, distribuição e consumo de alimentos. Além disso, a temática da alimentação dialoga de modo direto com questões socioambientais, cuja relevância e urgência são marcantes em tempos atuais. Temas como cultura alimentar, sustentabilidade nos sistemas de produção-consumo de alimentos, representação do campo da alimentação nas artes, itinerários e nas mídias contemporâneas estão no centro das questões possíveis desta linha de pesquisa.
BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Elaine de. Alimentação, sociedade e cultura: temas contemporâneos. Sociologias, Porto Alegre , v. 19, n. 44, p. 276-307, Jan. 2017 . Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/soc/v19n44/1517- 4522-soc-19-44-00276.pdf . Acesso: 8 jan. 2021.
NASCIMENTO, Elimar Pinheiro do. Trajetória da sustentabilidade: do ambiental ao social, do social ao econômico. Estud. Av., São Paulo , v. 26, n. 74, p. 51-64, 2012 . Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ea/v26n74/a05v26n74.pdf Acesso: 8 jan. 2021.
WOORTMANN, Ellen F. A comida como linguagem. Revista Habitus. Goiânia, v. 11, n.1, p. 5-17, jan./jun. 2013. Disponível em: http://www.ellenfwoortmann.pro.br/artigos/comidalinguagem.pdf Acesso: 8 jan. 2021.
ROTOLO, Tatiana; SILVA, Luan do Carmo da; PIMENTEL, Giuliane da Silva; HAMID, Sonia Cristina; SILVA, Thiago de Faria (orgs.). Laboratório de cultura e história da alimentação: práticas de educação e pesquisa. Brasília, Editora IFB, 2020. Disponível em: http://revistaeixo.ifb.edu.br/index.php/editoraifb/issue/view/126 Acesso: 8 jan. 2021.
De(s)colonização é palavra em voga em círculos acadêmicos de múltiplas áreas, no Brasil e no exterior. Associada primordialmente à corrente teórica latino-americana denominada De(s)colonialidade / Estudos De(s)coloniais, a de(s)colonização pode designar ações, falas e pensamentos cujo propósito é duplo: contestar os saberes eurocentrados e as categorias deles decorrentes e apontar alternativas à essa configuração de mundo, que se assenta nas narrativas dominantes do Norte Global. Um contexto de investigação científica que valoriza a práxis de(s)colonial acolhe propostas diversas e diversificadas, desde pesquisas focadas em crítica das epistemologias, teorias e disciplinas institucionalmente estabelecidas até pesquisas interessadas na afirmação e/ou implementação de iniciativas contra- hegemônicas. Exemplos não faltam: trabalhos que tratam das violências (e das omissões correspondentes) que atravessam a produção de conhecimento; trabalhos que tratam dos projetos de revisão e de reformulação dos currículos (da educação básica e das licenciaturas) na perspectiva da margem / periferia; trabalhos que tratam dos esforços para incluir cosmopercepções específicas às tradições africanas / afrodiaspóricas / afrobrasileiras / indígenas em sala de aula; trabalhos que tratam das relações e intersecções entre constituição de subjetividades, equidade de gênero e práticas pedagógicas; trabalhos que tratam das práticas alimentares em uma perspectiva de(s)colonial. Independente do conteúdo de humanidades e/ou de linguagens que se planeja investigar, o estudante que aqui o faz à luz da de(s)colonialidade, há de agir em aliança e solidariedade com grupos minoritários / subalternos para desmantelar as estruturas de poder vigentes, a começar pela sua atuação acadêmica. Em última análise, trata-se de reconhecer e centralizar cosmologias / epistemologias / territorialidades / corporalidades OUTRAS, distintas das ocidentalizadas, eurocêntricas, brancas, masculinas e heteronormativas historicamente construídas.
BIBLIOGRAFIA
GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, Brasília, v. 31, n. 1, p. 25-49, abr. 2016. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/se/v31n1/0102-6992-se-31-01-00025.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2021.
COUGO MENDONÇA, Fernanda. Descolonização de currículos, percepções e comportamentos na escola “Serra do Papagaio”: uma proposta de intervenção. Muiraquitã: Revista de Letras e Humanidades, Boa Vista, v. 4, n. 2, p. 44-57, jan. 2017. Disponível em: <https://periodicos.ufac.br/index.php/mui/article/view/1021/637>. Acesso em: 8 jan. 2021.
SANTOS, Boaventura de Souza (Org.). “Parte IV - Injustiça Cognitiva Global: Para Reconstruir os Conhecimentos e o Mundo”. In: Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004.
WALSH, Catherine. Interculturalidade crítica e pedagogia decolonial: in- surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, Vera Maria (Org.). Educação intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009. p. 12-43.