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Girar e dançar, dançar!

Acho que vi circular por aí, nas redes sociais uma frase parecida com esta: Se alguma coisa te magoa, dança. Não sei se é isto. E também não consigo agora perceber quem possa tê-la dito. Até concordo com ela, mas eu diria mais e acrescentaria mais algumas ideias. Faria com certeza uma lista:

Se alguma coisa te faz feliz, dança. Se alguma coisa te preocupa, dança. Se alguma te entristece, dança. Se alguma coisa te enfurece, dança. Se alguma coisa te adormece, dança. Se alguma coisa te aborrece, dança. Se alguma coisa te bloqueia, dança. Parece uma reza qualquer... mas não é.

A dança é uma coisa muito, muito antiga. Em muitas culturas era isso mesmo que se fazia, dançava-se quando alguém nascia, quando alguém se casava, quando alguém morria. Dançava-se para pedir chuva, para agradecer as colheitas ou para ir para a guerra. Era sinal de tristeza, de agradecimento, de celebração, um grito de força. Era um pulsar que unia a comunidade e o mundo natural em volta.

E ainda não assim há tanto tempo, bom, não havia internet, nem televisão talvez… Ainda não há muito tempo, rapidamente se montava um baile à noite depois do trabalho. Chegava a haver bailes todas as semanas, às vezes todos os dias, em muitas ruas desta vila, segundo oiço dizer, dependendo da estação do ano e do trabalho que havia.

Quando somos crianças muito pequenas o nosso corpo agita-se e movimenta-se de forma inconsciente se ouvimos uma música.

Crescemos e esse impulso esvai-se e desaparece. Aparece uma voz na nossa cabeça a dizer-nos: dançar, NÃO! Eu não sei, não sou capaz! NÃO, é ridículo! E se alguém vê ou nota? NÃO, é perder tempo! NÃO, não se produz nada a dançar!

E eu digo, sim produz! E voluntariamente substituo a palavra produz por cria. Digo, Sim, a Dança cria prazer, bem estar, abertura. Semear estes momentos na nossa vida é essencial para podermos viver este agora que atravessamos.

Por isso, VAMOS DANÇAR, DANÇAR, DANÇAR TODOS!

Um dos grandes objetivos do Clube de Dança ultimamente era conseguir dançar sem constrangimentos, em liberdade, tentando escutar e experimentar as possibilidades do nosso próprio corpo que são ÚNICAS. Vamos continuar?