Escola Profissional de Alter do Chão – há 27 anos a apostar na formação profissional…
Porque acreditamos que podemos fazer a diferença!
Porque acreditamos que podemos fazer a diferença!
O final dos anos 80 do século passado traria consigo a concretização de um projeto ambicioso – a criação das escolas profissionais em Portugal, as quais pretendiam dar resposta a uma lacuna premente no nosso país: o abandono escolar precoce e a falta de objetivos concretos por parte dos jovens que viam a escola como um espaço de amarras e sem expetativas de futuro.
A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão – EPDRAC, cujo nome inicial era Escola Agrícola de Alter do Chão – entrou em funcionamento no ano letivo de 1989/90 e, dadas as características iminentemente rurais da região, começou por oferecer os cursos profissionais de Técnico de Gestão Agrária e Técnico de Gestão Equina. A sua gestão inicial estava sob a tutela da Escola Básica de Alter e da Câmara Municipal de Alter do Chão, funcionando as aulas no anexo daquela escola, no antigo Colégio de Alter. Passou a estabelecimento público de educação pelo Ministério da Educação, no ano de 2001, através da Portaria n.º 165/2001 de 7 de Março.
Com sede na Coudelaria de Alter[1] desde 1997, uma vez que as antigas instalações não dispunham das melhores condições para ministrar as suas aulas práticas, a EPDRAC dispõe das infraestruturas necessárias à lecionação dos vários cursos em vigor que contam, para além dos pavilhões de salas de aula, com um picadeiro coberto, dois picadeiros exteriores, campo de obstáculos, campo de cross, cavalariças para 90 cavalos, horta e pomar. Estes espaços estão cedidos à EPDRAC através de um protocolo firmado com a Coudelaria de Alter, que faculta também à escola o desbaste[2] das poldras que são apresentadas no leilão anual de 24 de abril. A localização da escola reveste-se, assim, de um fator único, especial e laboratorial, do qual poucas escolas usufruem, uma vez que está instalada num espaço privilegiado para as atividades inerentes aos cursos lecionados: equitação, agropecuária e turismo.
Em 2007 a escola alargou a sua formação, direcionando-se para os cursos de educação e formação que dão equivalência ao 9º ano de escolaridade e se destinam a jovens em risco de abandono escolar. É assim criado o primeiro curso CEF da escola - o curso de Tratador e desbastador de equinos-, em parceria com a Escola Padre José Agostinho Rodrigues, sendo que a EPDRAC ficou responsável somente pela lecionação das disciplinas de caráter técnico e prático. A partir 2009 seguiram-se outros cursos CEF, desde então inteiramente da responsabilidade da EPDRAC.
No ano de 2010 a EPDRAC sofreu o seu maior embate ao ver a sua agregação ao Agrupamento de Escolas de Alter do Chão. Esta foi uma época muito difícil para a escola e para os objetivos que aqui se preconizavam. Durante dois anos a EPDRAC vê a sua identidade posta em causa e os seus objetivos comprometidos; o número de alunos diminuiu, os projetos cessaram e a EPDRAC perdera o brilho que a caracterizava: o orgulho que os alunos têm no seu trabalho e o gosto em frequentar esta escola. No entanto, a pressão exercida pelos pais, alunos e poderes local e central conseguiu, dois longos anos depois, restituir à EPDRAC a sua situação inicial – ser uma unidade orgânica independente.
Esta nova EPDRAC pretende-se muito dinâmica, forte e com metas muito vincadas: apostar na formação integral dos jovens que acreditam nesta escola, com especial relevância para os cursos ligados ao cavalo e ao campo. As principais prioridades subjacentes ao Projeto Educativo estão direcionadas para a valorização do trabalho e do sentido da responsabilidade; da preparação para os desafios de um mercado de trabalho qualificado; para a promoção de uma cultura de inclusão; para a formação de jovens conscientes dos deveres de cidadania, na sua dimensão pessoal, social e ambiental; a fomentação do espírito de entreajuda e intervenção social; a promoção da Escola como um serviço público aberto à comunidade, incentivando a educação para a cidadania e a formação ao longo da vida.
Atualmente a EPDRAC conta com aluno oriundos de todas as regiões do país que rumam ao Alentejo em busca de um sonho, e que se distribuem pelos cursos profissionais de nível 4 (equivalência ao 12ºAno) de Técnico de Gestão Equina, Técnico de Produção Agropecuária e Acompanhante de Turismo Equestre.
A nossa oferta formativa está de acordo com as características e necessidades da região, apresentando-se como uma mais-valia para os alunos que nos procuram, pois vai ao encontro dos seus sonhos e interesses. Os professores, por sua vez, esforçam-se por proporcionar bastantes aulas práticas, desafiadoras e adequadas aos vários cursos, com vista a facultar o mais possível ambientes em contexto real de trabalho para que as experiências adquiridas sejam realmente efetivas e sólidas.
Assim, revestem-se de extrema relevância as parcerias/protocolos que possuímos com empresários e instituições da região, do distrito e até a nível nacional, que proporcionam aos nossos alunos experiências diversificadas em diversas áreas dos ramos agrícola, pecuário, equino e do turismo equestre e que são, muitas vezes, a porta de entrada para o mercado de trabalho.
A implementação/organização das várias atividades ou projetos desenvolvidos pela escola segue uma calendarização estratégica, uma vez que o que se pretende é também a interação com o meio envolvente, numa verdadeira aproximação ao mundo laboral. Na organização destas atividades os alunos são as personagens principais, pois tudo é pensado para desenvolver nos jovens o saber-fazer necessário ao ingresso no mercado de trabalho, motivando-os para o sucesso, num constante ultrapassar dos limites de cada um, sensibilizando para a ideia de que se pode ir sempre mais além. Subjaz a estas iniciativas a intenção de levar para o exterior o que se faz cá dentro, promovendo o espírito de iniciativa e o empreendedorismo dos alunos, com vista a torná-los capazes de enfrentar novos desafios e proporcionar-lhes experiências verdadeiramente enriquecedoras.
[1] Instituição centenária que alberga o ex-libris da região - o famoso cavalo lusitano Alter Real. Este é um espaço privilegiado para a prática equestre e agrícola.
[2] Desbastar um cavalo significa fazê-lo perder a sua rudeza inicial, suavizar-lhe os movimentos e fazê-lo aceitar o peso do homem nos três andamentos, isto é, prepará-lo para ser montado.