A proposta do X Encontro Nacional da Rede Brasileira de Cidades Educadoras se organiza a partir de três eixos estruturantes:
Eixos Temáticos
1. Sustentabilidade e Resiliência como Fundamentos Urbanos
A sustentabilidade urbana, ao fomentar o uso responsável de recursos e a preservação ambiental, forma cidadãos conscientes e comprometidos com o bem coletivo, reforçando a educação para a convivência, a paz e o respeito à natureza. Já a resiliência urbana, vinculada à justiça social e à coesão comunitária, capacita as populações a enfrentarem crises e transformarem desafios em aprendizados. Dessa forma, incorporar sustentabilidade e resiliência no planejamento urbano é educar por meio da prática, promovendo cidadania ativa, equidade e desenvolvimento humano integral no cotidiano, conforme o princípio 13 da Carta das Cidades Educadoras: "[...] promover-se-á ativamente a participação e a corresponsabilidade de todos os seus habitantes na adoção de estilos de vida e de consumo justos, resilientes e sustentáveis, sob os princípios da suficiência, distribuição e justiça; e toma-se-ão as devidas precauções para proteger os bens comuns que assegurem uma sobrevivência digna às gerações atuais e futuras."
Neste eixo, objetiva-se experiências que promovam:
Iniciativas com políticas públicas de conscientização, arborização e mobilidade sustentável;
Projetos e programas de Educação Ambiental e ecocidadania;
Iniciativas vinculadas à soberania alimentar, ao uso de fontes renováveis de energia e desenvolvimento sustentável;
Iniciativas relacionadas à gestão de resíduos com participação comunitária, tecnologias inclusivas e economia criativa.
Experiências que reflitam a resiliência urbana nos âmbitos da infraestrutura, gestão de riscos e planos de recuperação econômica (proteção contra inundações, alertas precoces, planos de evacuação, etc) e ações de apoio e resiliência psicossocial para o enfrentamento de traumas resultantes de desastres naturais.
2. Criatividade, Inovação e Participação como Drivers de Mudança
No cenário contemporâneo, marcado por transformações rápidas e complexas, a inovação e a participação cidadã assumem papel fundamental como motores (drivers) de mudanças sociais e educativas. A inovação se manifesta na capacidade das cidades de repensar seus espaços, processos e governanças, adotando soluções criativas que respondam às demandas locais com impacto real na vida das pessoas. Sendo assim, a inovação não se limita ao uso de tecnologias digitais, mas abrange também tecnologias sociais, culturais, simbólicas e ancestrais — modos de fazer e de pensar que, com engenhosidade, reconfiguram relações, espaços e práticas educativas.
Nesse contexto, a criatividade emerge como a habilidade de conceber o novo, de conectar ideias aparentemente díspares e de encontrar abordagens singulares para desafios complexos. A integração da criatividade na resolução de problemas cotidianos e na formulação de novas metodologias é a base para a inovação e a construção de futuros promissores para as cidades.
Neste eixo, objetiva-se experiências que promovam:
Iniciativas que utilizam tecnologias sociais, culturais, simbólicas, digitais ou ancestrais para promover a escuta ativa da população, a partir dos seus diferentes segmentos, no processo de construção e monitoramento de políticas públicas;
Iniciativas que envolvam crianças, jovens, adultos e comunidade na co-criação de desafios locais utilizando metodologias ágeis, design thinking e tecnologias sociais;
Iniciativas que unem educação para a cidadania a recursos tecnológicos de diferentes ordens, com intuito de engajar diferentes sujeitos no debate sobre direitos, diversidade e sustentabilidade;
Iniciativas que exploram inovações disruptivas para fortalecer a participação cidadã e a governança democrática, como o uso de tecnologias (sociais, culturais, simbólicas, digitais, ancestrais) que permitem à população sugerir, votar, priorizar e acompanhar políticas públicas.
3. Educação, Cultura e Inclusão para Sociedades Plurais
Em sociedades plurais, marcadas pela diversidade de identidades, culturas e saberes, a educação desempenha um papel essencial na construção de espaços mais justos e democráticos. Quando articulada à valorização da cultura e ao compromisso com a inclusão, ela se torna um instrumento potente de transformação social. Educar para a pluralidade é, portanto, formar cidadãos críticos, empáticos e capazes de conviver com a diversidade, promovendo o bem comum em uma sociedade mais equitativa e solidária.
Neste eixo, objetiva-se experiências que promovam:
Iniciativas intersetoriais de cunho educacional voltadas à redução das desigualdades e à garantia da equidade para que todas as pessoas possam usufruir das oportunidades que a cidade oferece;
O uso de estratégias de gestão e resolução de conflitos sociais por meio da educação para fortalecer a convivência e promover os laços comunitários;
Iniciativas que valorizem o protagonismo de crianças, jovens e comunidades na formulação, implementação e avaliação de políticas públicas educadoras;
Práticas que integrem espaços educativos e culturais, ampliando o acesso e a participação de grupos historicamente excluídos.