De tempos a tempos gosto de revisitar estes versos do professor, poeta e ambientalista Sebastião da Gama: «Pelo sonho é que vamos, / comovidos e mudos. / Chegamos? Não chegamos? / Haja ou não haja frutos, / pelo sonho é que vamos. / Basta a fé no que temos. / Basta a esperança naquilo / que talvez não teremos. / Basta que a alma demos, / com a mesma alegria, / ao que desconhecemos / e ao que é do dia a dia. / Chegamos? Não chegamos? / – Partimos. Vamos. Somos.».
O entrelaçado e o sentido destas simples palavras têm-me orientado inúmeras vezes, sempre que o cansaço e a quebra de fé teimam em querer tomar conta do meu caminho.
Não é por mero acaso (definitivamente não é) que este poema está inscrito no Projeto Educativo do nosso Agrupamento. Propus a sua inserção no documento, porque acreditei (e acredito) que a mensagem que ele contém é de uma energia e de uma força que talvez, na sua essência, seja a energia e a força da Escola que sonhamos, somos e formamos.
Sustentamos a nossa ação educativa e pedagógica nos pressupostos do nosso Projeto Educativo e procuramos dar especial enfoque às atividades inscritas no Plano Anual de Atividades e à participação das crianças e dos alunos nos diversos projetos que vão sendo desenvolvidos ao longo do ano.
Ambicionamos o desenvolvimento do currículo no entrelaçar das Aprendizagens Essenciais das várias disciplinas e procuramos que a concretização das Áreas de Competência do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória seja privilegiada, através da conjugação de conhecimentos, capacidades e atitudes.
Somos uma Escola Inclusiva, uma Escola de braços abertos para receber novos amigos e uma Escola que procura que todos se sentissem, efetivamente, apoiados e diariamente felizes. Este é um processo de muito, muito trabalho coletivo, onde cada um e cada uma de nós toma parte, em gestos de altruísmo, de dádiva e de partilha.
“Chegamos? Não chegamos?” Por vezes, parece que não chegamos, é certo. No entanto, muitas e muitas vezes conseguimos chegar, porque «Partimos. Vamos. Somos.», porque, teimosamente, amamos, sonhamos e acreditamos naquilo que fazemos.
Tal como no ciclo da vida, o fim significa sempre um novo começo, num processo que nunca termina, que renasce e que pode ser sempre melhorado.
Obrigado por estarmos juntos, também nestes «5 Cafés» de partilhas, a «construir o futuro», levados pelo nosso sonho!
NOTA: Este texto, no seu original, foi escrito por mim para o editorial da revista «Voz do Estudante» n.º 35, editada em abril de 2024, sendo que o convoquei, porque sinto que se mantém, em plenitude, a sua pertinência e atualidade.
Paulo Henrique