Por que é que os jogos matemáticos são uma boa prática?
É comum ouvir-se dizer que a prática de certo tipo de jogos de tabuleiro é benéfica para ganhar destreza com tópicos de matemática. É também comum ouvir-se dizer que este tipo de jogos estimulam os jovens a pensar. De facto, qualquer pessoa se apercebe que estes jogos estão mais próximos da matemática do que, por exemplo, da prática do salto em altura ou de destreza nas artes plásticas. As razões desta proximidade tanto podem ser diretas, como indiretas.
As razões indiretas prendem-se com uma série de competências que são benéficas tanto para a prática dos jogos de tabuleiro, como para o desenvolvimento da matemática. Podemos enumerar algumas das mais importantes:
Concentração: Quem não se concentrar para apreender bem os dados que estão associados a cada situação, nunca poderá obter bons resultados nem no jogo, nem na matemática. Um dos primeiros problemas que surge, por vezes, nos jovens durante as aprendizagens matemáticas é precisamente esse: não ter um nível de concentração que permita sequer ter a apreensão do que está em cima da mesa.
Visualização: Uma das coisas mais importantes para um jogador consiste em conseguir prever uma sequência de ações antes que esta aconteça. Na matemática esta competência também é fundamental, na visualização de aspetos gráficos, aspetos lógicos, aspetos geométricos, etc. No jogo, é mais fácil perceber que as sequências a visualizar, são sequências de jogadas. Na matemática, também há sequências de argumentação, sequências gráficas, etc.
Pensar primeiro, agir depois: Um inimigo comum a quase tudo: agir primeiro e pensar depois. Não devemos responder aos problemas que surgem sem ponderar primeiro na resposta. Este aspecto é absolutamente vital tanto no jogo como na matemática (como em muitas outras áreas…). “Pesar” as opções: Os processos de decisão baseiam-se fundamentalmente na pesagem dos prós e contras associados aos caminhos a eleger. Tanto problemas matemáticos, como problemas de jogo podem, muitas vezes, ser atacados através de vários caminhos alternativos. É na capacidade de avaliação desses diferentes caminhos que ficamos mais ou menos sofisticados na compreensão dos assuntos matemáticos e nos temas dos jogos.
Muitas outras competências poderiam ser mencionadas: memorização, capacidade de cálculo, etc.
Referência 1: Alda Carvalho e Carlos Santos (colectâneas de artigos estratégias utilizadas nos jogos do 4.º CNJM).
Referência 2: Website Ludicum.org