História Ovar

Apesar de não existirem vestígios conhecidos do passado longínquo de Ovar, pensa-se que terá sido habitado desde a Pré-História, uma vez que apresentava condições favoráveis ao estabelecimento das primitivas comunidades humanas, nomeadamente uma linha de costa muito diferente da atual, duas zonas lagunares propícia à caça e à pesca, solos leves e fáceis de trabalhar.

Só existem notícias das populações de Ovar, a partir do séc. XI. Tanto quanto se sabe, o aglomerado de Ovar surgiu da fusão de uma série de aldeias próximas, sendo as mais importantes Ovar e Cabanões.

Terra de lavradores, pescadores, comerciantes de sal e artesãos, Ovar foi crescendo e ganhando importância, tendo recebido foral concedido por D. Manuel I, em 10 de Fevereiro de 1514. No entanto, o grande impulso ao crescimento demográfico da zona verificou-se a partir do século XVIII, em grande parte devido à introdução de novas técnicas de pesca (a Arte Xávega) e de salga e conservação do pescado.

As dificuldades sentidas pelos habitantes de Ovar, na sua luta diária, levaram muitos vareiros a emigrar. Alguns espalharam-se pelos vários portos da costa portuguesa (até ao Algarve), outros percorreram os difíceis e tortuosos caminhos das Beiras e de Trás-os-Montes. Os mais aventureiros atravessaram o Atlântico e tentaram a sorte nas Terras de Vera Cruz.

No século XX, com a industrialização que acelerara sobretudo a partir das décadas de 50 e 60, Ovar transforma-se num concelho totalmente diferente, onde mais de metade da população ativa se emprega no setor secundário, subvertendo profundamente o secular quadro rural e piscatório.

Atualmente, Ovar é um concelho industrial com um leque muito variado de atividades que vão do têxtil e vestuário à metalúrgica e produtos metálicos, da tanoraria à produção de rações e cordoaria, do material elétrico à montagem de automóveis ou ao fabrico de componentes.

Apesar do desenvolvimento industrial e da consequente urbanização, Ovar apresenta, ainda, vastas áreas propícias ao mais diversificado tipo de atividades turísticas: quilómetros de praias enquadradas por pinhal e a beleza ímpar da Ria de Aveiro e da Barrinha de Esmoriz.

Neste momento, em Ovar, procura-se obter um desenvolvimento equilibrado, com um consequente crescimento do setor do comércio e dos serviços que assegure um crescente bem-estar à população. Esse desenvolvimento equilibrado, conjugado com as preocupações de preservação do meio ambiente e de desenvolvimento urbanístico, será, certamente, um dos fatores que vai tornar Ovar um concelho cada vez mais atrativo e com visão de futuro.

Ovar situa-se na Região Centro do País (NUT II), integrando também a sub-região do Baixo Vouga (NUT III). O Baixo Vouga, com uma área de cerca de 1.802 km² (8% da Região Centro), é limitado a norte pelas sub-regiões do Grande Porto e a sul pelo Baixo Mondego. A Oeste é limitado pelo Oceano Atlântico. Segundo os Censos 2011, tem uma população de 390.822 indivíduos, cerca de 17% do total da Região Centro. Inclui, desde Abril de 2008, 11 concelhos: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos.

É ainda parte integrante do distrito de Aveiro, o qual tem 2.799,5 km², sendo composto pelos Concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Arouca, Aveiro, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja, Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Ovar, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira, Sever do Vouga, Vagos e Vale de Cambra.

O Concelho de Ovar tem no máximo, aproximadamente, o comprimento de 20Km e a largura de 15 Km e possui uma extensão de 147,5 km², repartida por 5 freguesias, com uma população residente, em 2011, de 55.398 habitantes, distribuída por 27.799 alojamentos e com uma densidade populacional de 375.1 hab./ km². A poente é limitado pelo Oceano Atlântico, a nascente pelos concelhos de Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis, a norte pelo município de Espinho e a sul pelos concelhos de Estarreja e Murtosa e pela Ria de Aveiro.

Localiza-se a norte da sede do distrito (Aveiro), a uma distância de cerca de 40 Km. Dista 40 Km do Porto, 88 Km de Coimbra e 282 Km de Lisboa.

Ovar faz, ainda, parte da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, a qual corresponde ao território do Baixo Vouga, sofrendo uma forte influência das principais dinâmicas socioeconómicas desta região. Por tal, integra as Águas da Região de Aveiro, SA (AdRA), sociedade anónima integrada no sector empresarial do Estado. Esta entidade gere e explora em regime de parceria pública os serviços de água e saneamento relativos ao Sistema de Águas da Região de Aveiro (SARA). Este é um sistema territorialmente integrado, criado pela agregação dos sistemas intermunicipais de abastecimento de água para consumo público e de saneamento de águas residuais urbanas dos municípios envolvidos na parceria e nas infraestruturas e equipamentos a construir.

Por outro lado, Ovar tem também um forte relacionamento com as principais dinâmicas da Área Metropolitana do Porto, especialmente dentro da sua “coroa de povoamento disperso, de alta densidade e forte industrialização”, limitada por Viana do Castelo a norte, Braga-Amarante a leste e Aveiro a Sul.

O sistema de acessibilidades e transportes desempenha um papel determinante na organização de um território, gerando-se em torno destes sistemas dinâmicas de aglomeração prementes para o desenvolvimento sócio-económico local.

Localizando-se na região Centro/Norte do Litoral Português, o concelho de Ovar encontra-se numa posição geoestratégica privilegiada, entre duas das principais áreas urbanas do País, designadamente a Área Metropolitana do Porto a Norte e Aveiro a Sul. As acessibilidades ao Município assumem-se como um dos principais fatores potenciadores de desenvolvimento, verificando-se que para o crescimento dos diferentes aglomerados concelhios são determinantes os diferentes eixos viários que atravessam o território municipal.

Ao nível da Rede Rodoviária Nacional, o concelho é atravessado por eixos com relevância nacional (A1 e A29), regional (EN 109, EN 327 e EN 223) e municipal (EM 526, EM 527 e EM 530). A A1 e A29 são eixos de importância estratégica no desenvolvimento nacional e regional, sendo a primeira o principal eixo viário do País, ligando as maiores Áreas Metropolitanas do País, Lisboa e Porto. Apesar dos benefícios destas vias, elas representam também, para o Município, alguns constrangimentos, sobretudo ao nível das mobilidades locais.

Relativamente à rede viária secundária, destaca-se a EN 109 que atravessa o Município no sentido Norte/Sul, efetuando a ligação às freguesias de Esmoriz, Cortegaça, Maceda, Ovar, S. João e Válega. Por seu lado, a EN 223 tem também uma importância capital para o concelho, por ser o principal eixo de ligação aos municípios de Santa Maria da Feira e S. João da Madeira. Já a EN 327, que liga Ovar a S. Jacinto (concelho de Aveiro), é a única ligação existente, por meio terrestre, para se chegar a S. Jacinto.

O Concelho de Ovar não dispõe de uma Rede de Transportes Urbanos, apenas dispõe de Carreiras de Transportes Públicos, garantidas por empresas de transportes coletivos a operar no Concelho (Transdev, Auto Viação do Souto - Inácio, Auto Viação Feirense e União de Transportes dos Carvalhos) que efetuam a ligação entre muitos dos lugares do Município e a própria sede do concelho e destes com os concelhos localizados a nascente de Ovar, apesar de não serem suficientes, quer em termos de horários, quer em termos de lugares servidos.

Para além de existirem lugares nas freguesias que não são abrangidos por Transportes Públicos, há ainda a referir que também os serviços públicos estão necessitados deles, como é o caso, entre outros, do Centro de Saúde de Ovar, Unidades de Saúde Familiar, Agrupamentos de Escolas, Loja do Cidadão, Parque Ambiental do Buçaquinho, Hospital Dr. Francisco Zagalo e Centro Distrital de Aveiro do ISS,IP – Serviço Local de Ovar.

Para obviar um pouco esta dificuldade de mobilidade existe pelo menos uma Praça de Táxis em cada freguesia ou taxistas com lugar marcado.

Todas as freguesias do Concelho encontram-se a menos de 5Km de um acesso a um itinerário principal, no caso a A29.

No que concerne a estação ou apeadeiro, os territórios de Arada e S. Vicente de Pereira são os únicos que não são servidos por estas infraestruturas. Neste campo, ressalta a Linha do Norte como principal eixo ferroviário que atravessa o concelho na direção Norte/Sul.

Na última década é evidente o aumento do uso do automóvel nas deslocações pendulares, tendo passado, no concelho de Ovar, de 50.9, em 2001, para 64.2, em 2011, bem acima da média nacional, mas abaixo da média regional.