História

Diz a lenda popular e romântica que a cidade de Lisboa foi fundada pelo herói mítico Ulisses. Os Estrímnios são dados como o primeiro povo nativo conhecido de Portugal. Oestremni significaria (povo do) extremo ocidente. Eles estendiam o seu território da Galiza até ao Algarve. A primeira invasão documentada ocorreu muito antes do início da Era Comum, quando os Ofis e outras tribos entraram na Península Ibérica e colonizaram as terras férteis dos Oestreminis, perto dos rios Douro e Rio Tejo.

Recentemente foram feitas descobertas arqueológicas perto do Castelo de São Jorge e da Sé de Lisboa que comprovam que a cidade teria sido visitada pelos fenícios cerca de 1 200 a.C., e se já existindo previamente, com estes comerciava e se relacionava. Nessa época os fenícios viajavam até às ilhas Sorlingas e à Cornualha, na Grã-Bretanha, para comprar estanho aos nativos.

O Mar da Palha ou estuário do Tejo é o melhor porto natural do percurso e o rio uma importante via para as trocas de alimentos e metais com as tribos do interior; tendo sido posteriormente teorizada, talvez por isso, a fundação de uma colónia comercial chamada Alis Ubbo, que na língua fenícia significa "porto seguro" ou "enseada amena" (sendo provavelmente afilhada da grande cidade de Tiro, no Líbano). A povoação, eventualmente já anterior, estendia-se então desde a colina onde hoje se situam o Castelo e a , até ao rio, que chamavam Daghi ou Taghi (que significa "boa pescaria" em fenício).

Uma outra teoria sustenta a origem do seu nome na toponímia celta ou pré-celta do rio Tejo. Ao seu nome original, Lisso ou Lúcio, teria sido adicionado o sufixo Tartéssio.

Com o desenvolvimento de Cartago, uma colónia fenícia, o "controlo" ou o contacto comercial mais estreito com Olisipo passou para essa cidade. Durante séculos, fenícios e cartagineses terão desenvolvido ou estabelecido relações com a cidade a partir do que foi um simples entreposto comercial para o comércio nos mares do Norte, para um importante mercado onde eram trocados os seus produtos manufacturados pelos metais, peixe salgado e sal da região e das tribos contactadas pela via fluvial do Tejo.Os cavalos, antepassados dos actuais cavalos lusitanos, já eram então famosos no Mediterrâneo pela sua velocidade, tendo Plínio afirmado que as éguas do Tejo deveriam ser fecundadas pelo vento.

Com a chegada dos celtas, estes misturaram-se com os povos iberos ou Ibéricos locais, dando origem às tribos de língua celta da região, os Cónios ou Cinetes, os Sefes e os Cempsos.

Os antigos gregos tiveram provavelmente na foz do Tejo um posto de comércio durante algum tempo, mas os seus conflitos com os Cartagineses por todo o Mediterrâneo levaram sem dúvida ao seu abandono devido ao maior poderio de Cartago na região nessa época.

Por outro lado, o sufixo "ippo" (ipo) é característico de áreas de influência tartéssica ou turdetana.

Os deuses Aracus, Carneus, Bandiarbariaicus e Coniumbricenses eram venerados em "Lisboa" na época pré-romana, pelos Túrdulos da região.