625. Jul 2023_Opinião II

hinos da salvação

Julia Yurika Shiroiwa


Eu gosto muito dos 12 Hinos Sagrados e o do Yorozuyo. E, durante a cerimônia mensal na igreja ou no Dendotyo, gosto muito de cantar junto os Hinos Sagrados pois me fazem sentir mais conectada com Deus-Parens e Oyassama. Mas, apesar de gostar muito e saber da importância desses hinos sagrados no Ensinamento, confesso que levei muito tempo para aprendê-los e a dançar a Dança das Mãos sem o apoio da letra ou de vídeos.

Li em um livro, que os Hinos abrigam a alegria de dançar com o corpo e o espírito. Para mim, as letras dos Hinos e os movimentos da Dança das Mãos nos transmitem de forma muito clara e fácil os ensinamentos de Oyassama, que ela transmitiu pessoalmente aos mestres que conviveram com ela. Oyassama disse: “Se as mãos estão frouxas na execução do Serviço é porque o espírito está frouxo. Também, não é bom errar, nem mesmo um único movimento das mãos. É com este Serviço que se modifica o curso da vida. É um serviço muito importante.”

Além de não errarmos os movimentos durante a execução do Serviço Sagrado, devemos dançar em harmonia com as outras pessoas e com os instrumentos musicais. Por mais que uma pessoa saiba muito bem todos os hinos, não deve dançar rápido ou lento demais, conforme a própria conveniência. E se nos distrairmos durante o canto dos Hinos, é muito comum também errarmos o movimento. Penso que é um momento em que devemos estar concentrados, com o espírito sincero para sentirmos o significado de cada verso.

No episódio 18. Hinos da Razão, do livro Episódios da Vida de Oyassama, temos: ”Todos dançaram, mas ninguém dançou de acordo com a razão. É assim que se dança. Não é dançar simplesmente. É representar a razão com os movimentos.” 

Cada hino, cada verso, na sincronia de letra, melodia e movimento das mãos, nos ensina como devemos viver o dia a dia. E mesmo entendendo a letra e sentindo dentro do coração estes hinos da verdade, demorei muito tempo para aprendê-los.

Oyassama sempre pediu que os seguidores, precursores deste Caminho, nunca deixassem de realizá-lo, mesmo que isso significasse sua detenção pelas autoridades, que não aceitavam a religião.

Por também querer entender melhor o significado dos Hinos Sagrados, li dois livros sobre o tema, que são: Palestras sobre o Mikagura-uta, do mestre Koushiro Masui, escrito em 1954, e Estudos dos Hinos Sagrados, do Primaz anterior, reverendo Yuji Murata, escrito em 2004. Ambos os livros foram lançados no período de três anos, mil dias que antecederam o decenário do ocultamento de físico de Oyassama, dos 70 e 120 anos, respectivamente. 

Há diversos relatos de pessoas que foram salvas graças à execução da Dança das Mãos, quer seja junto com o Serviço de Solicitação ou como uma determinação espiritual. 

Meu pai, que já retornou, sofria da doença de Parkinson. Certa vez, ele perdeu o equilíbrio ao tentar se virar e levou um tombo no quarto. Até hoje, me lembro do barulho que fez quando ele caiu. Ele teve um corte na cabeça e formou-se uma grande poça de sangue no chão. Todos levamos um grande susto e minha irmã e o namorado levaram- no correndo ao pronto-atendimento. A minha primeira reação antes de ir também ao hospital, levando os documentos do meu pai, foi dançar o hino Yorozuyo em frente ao altar e pedir a proteção de Deus-Parens e Oyassama. Acredito que graças à proteção divina, meu pai não sofreu qualquer fratura e nem traumatismo craniano, apenas cinco pontos no corte na cabeça. E por causa do corte, talvez não tenha tido uma hemorragia interna no cérebro e um quadro muito pior.

Tenho uma prima que se dedica muito à salvação e ao Hinokishin, e ela costuma realizar os 12 Hinos Sagrados de madrugada para solicitar a salvação de pessoas doentes. 

Nesta época oportuna dos três anos, mil dias que antecedem o decenário dos 140 anos do ocultamento físico de Oyassama, convido a todos a sempre cantarem os Hinos Sagrados, com a voz e o coração cheios de alegria e muita gratidão, pois vivemos em um tempo em que temos a total liberdade para executá-los.

*é colaboradora do Espaço Saúde Tasukeai e Yoboku da Igreja Londrina