Os Essênios
O nome Essênios deriva da palavra egípcia Kashai, que significa "secreto". Na língua grega, o termo utilizado é "therepeutes", originário da palavra Síria "asaya", que significa médico.
A organização nasceu no Egito nos anos que precedem o Faraó Akhenathon, o grande fundador da primeira religião monoteísta, sendo difundida em diferentes partes do mundo, inclusive em Qumran. Nos escritos dos Rosacruzes, os Essênios são considerados como uma ramificação da "Grande Fraternidade Branca".
Segundo estudiosos, foi nesse meio onde passou Jesus, no período que corresponde entre seus 13 e 30 anos.
Os Essênios viviam em comunidades agrícolas, afastadas das aldeias e cidades. Seu estilo de vida era simples; utilizavam a terra e os bens em conjunto. O indivíduo tinha direito a uma casa simples e a objetos adequados ao uso diário. A riqueza, tanto como a pobreza, era rejeitada como algo anormal. Os Essênios acreditavam que todas as necessidades humanas, como alimentação, moradia, vestuário, etc., podiam ser satisfeitas no contato com a Natureza - sem lutas nem guerras.
Os Essênios viviam em harmonia com a Natureza e com as leis naturais. Eles vizualizavam seu trabalho com as plantas e as árvores como a chave de todo o Universo. O trabalho era a conexão com a natureza, o sol, a terra e a chuva. Assim podiam assegurar suas necessidades vitais com poucas horas de trabalho. Sabiam muito a respeito do clima, das estações do ano, dos fenômenos metereológicos, conheciam as estrelas e sua influência sobre as plantas, os animais e os homens. Mantinham-se conscientemente afastados das cidades para poderem viver mais próximos à natureza. Além disso, acreditava que as degenerações, doenças e os transtornos mentais manifestavam-se primordialmente naqueles que haviam perdido contato com aquela.
Além disso, os essênios eram vegetarianos: os cereais constituíam sua alimentação básica. Eram mestres na arte de tornar fértil a terra pobre, a transformavam desertos em bosques. Acordavam antes do raiar do dia, e sua primeira oração era dedicada ao sol; por isso eram às vezes chamados de "adoradores do sol". Após a oração, banhavam-se com água fria e tomavam a primeira refeição em silêncio. Trabalhavam até a tarde, e o anoitecer era dedicado à meditação e ao estudo dos ensinamentos.
Eram capazes de evitar a maior parte das doenças devido ao seu conhecimento das plantas e das ervas medicinais, grande parte de seus ensinamentos referia-se à cura natural e espiritual. Segundo algumas fontes "essênio" significa "aquele que cura". Era de conhecimento geral na época que os essênios possuíam poderes especiais de cura, e pelo menos um deles é expressamente citado na Bíblia: João Batista. Os alimentos dos essênios eram frescos , colhidos em suas próprias hortas e pomares, e muitos eram ingeridos crus. Até os cereais eram frequentemente preparados de modo a produzir uma espécie de pão que não era submetida a cozimento. Os grãos eram amolecidos, triturados, moldados em forma de bolos e secos sobre pedras ao sol. Esses bolinhos eram de fácil digestão e continham ainda todos os nutrientes naturais dos grãos integrais crus. Hoje sabemos que muitas doenças degenerativas são causadas pela ingestão de poucos alimentos crus.
Os essênios eram da opinião que a ingestão da carne de animais assassinados tornam as pessoas sem sentimento, nervosas, impacientes e propensas a doenças. Desconheciam o açúcar. Suas refeições eram simples e constavam habitualmente de dois ou três componentes. A maior parte das refeições era ingerida devagar e em silêncio, e eles jejuavam uma vez por semana.
O pão essênio é um alimento funcional completo, rico em fibras, que melhora a função intestinal, favorece a imunidade, e é muito superior ao pão francês comum que tem baixo valor nutricional.
Trata-se de um milagre em termos de nutrientes e energia vital , é produzido com trigo germinado, mas ao invés de ser assado ao forno, é desidratado como se fosse uma passa de fruta. Nesse processo de desidratação o pão essênio torna-se crocante, seco, gostoso e altamente nutritivo. Pelo fato de ser exposto apenas a um calor inferior a 43oC, as enzimas naturais do trigo não se destroem e você ingere um pão de trigo com a maioria das vantagens do trigo vivo. Nesse sentido o pão essênio pode ser chamado de “o legítimo pão da vida” que associado com o “sangue vegetal”, a clorofila, justifica a expressão “milagre” acima.
Os Essênios são como santos que habitam em muitas aldeias e vilas da Palestina. Não se unem por clã familiar ou por raça, mas sim por meio de associações voluntárias formadas com o intuito de melhor praticar a virtude e o amor entre as criaturas.
Nas suas casas jamais se houve grito ou tumulto. Cada um quando fala cede a palavra ao outro. Este silêncio causa grande impressão no visitante.Ninguém interrompe sem ser autorizado.
Sabem moderar a cólera e conservar o equilíbrio. Cumprem a palavra e sustentam a paz. O que dizem vale mais do que um juramento. Aliás, consideram o juramento um sacrilégio, porque só precisa jurar quem é mentiroso.
Os que entram para a comunidade se comprometem a não prejudicar ninguém, a ser fiel com todos, especialmente com os que têm poder, uma vez que ninguém ocupa cargos sem que seja pela vontade de Deus.
Muitos podem prever o futuro e é raro que se enganem nas previsões.
Muitos não se casam, porque acreditam que o matrimônio é um impedimento à vida simples.
Os relatos a respeito deles informam que não se encontram na comunidade fabricantes de armas. Cuidam dos órfãos, como filhos, e dos velhos, como pais. Amam o semelhante sem a preocupação da parentela. Não têm posses; seus bens são postos em comum e deles cada um retira o necessário. A ninguém falta a comida, a roupa, a moradia ou o remédio.
Instruem-se. Nos fins de semana um lê e explica aos demais. Qualquer um pode explicar, independentemente de cultura. Mas exigem que aquele que ensina igualmente viva o que prega. Se assim não for, qualquer outro menos instruído poderá tomar-lhe o lugar.
Consideram grande abundância ter-se poucos desejos e fáceis de ser realizados. Não acumulam terras, nem ouro, nem bens de qualquer natureza. Entre eles não há escravos. A escravidão destrói a igualdade e afronta contra a natureza que, como boa mãe, faz dos homens irmãos.
Se nos afastarmos da ganância, na maioria das vezes por coisas desnecessárias, escreveremos capítulos menos tristes na novela de nossas vidas.
“Vivei só do fogo da vida, e não prepareis vossos alimentos com o fogo da morte, que mata vossos alimentos, vossos corpos e também vossas almas.”
“Mestre, onde se encontrar o fogo da vida?”, perguntaram alguns deles.
“Em vós, em vosso sangue e em vossos corpos”.
“E o fogo da morte?”, perguntaram outros.
“É o fogo que arde fora de vosso corpo, que é mais quente que vosso sangue. Com esse fogo de morte cozinhais vosso alimento em vossas hortas e em vossos campos. Em verdade vos digo que o mesmo fogo destrói vosso alimento e vossos campos, como o fogo da maldade que destrói vossos pensamentos e destrói vossos espíritos. Pois vosso corpo é o que comeis, e vosso espírito o que pensais. Não comais nada, portanto, que haja morto um fogo mais forte que o fogo da vida. Preparai, pois, e comei todas as frutas das árvores, todas as ervas dos campos e todo leite dos animais bom para se comer. Pois todas estas coisas o fogo da vida já nutriu e maturou, todas são dons dos anjos de vossa Mãe Terrestre. Mas não comais nada a que só o fogo da morte tenha dado sabor, pois tal é de Satã.”
“Como deveríamos cozer sem fogo o pão de cada dia, Mestre?”, perguntaram alguns com desconcerto.
"Deixai que os anjos de Deus preparem vosso pão. Umedecei vosso trigo para que o anjo da água o penetre. Colocai-o então ao ar, para que o anjo do ar o abrace também. E deixai-o da manhã à tarde abaixo do sol, para que o anjo da luz do sol desça sobre ele. E a bênção dos três anjos fará com que o gérmen da vida brote em vosso trigo. Triturai então em migalhas e fazei finas fatias, como fizeram vossos antepassados quando partiram do Egito, terra da escravidão. Ponde-as de novo sob o sol e, quando este estiver no seu ponto mais alto no céu, virai-lhes ao contrário para que o anjo da luz do sol as abrace também pelo outro lado, e deixai-os assim até que o sol se ponha. Pois os anjos da água, do ar e da luz do sol alimentaram e maturaram o trigo no campo, e eles devem igualmente preparar também vosso pão. E o mesmo sol que, com o fogo da vida, fez com que o trigo crescesse e maturasse, deve cozer vosso pão com o mesmo fogo. Pois o fogo do sol dá vida ao trigo, ao pão e ao corpo. Porém o fogo da morte mata o trigo, o pão e o corpo. E os anjos vivos do Deus Vivo somente servem a homens vivos, Pois deus é o Deus do vivo e não Deus do morto. "
Respeite a Mãe Terra e o Pai Celestial.