O cogumelo shiitake (Lentinula edodes)
O cogumelo shiitake é fonte de proteínas de boa qualidade (10-17% da matéria seca), carboidratos (a maior parte consistindo de fibras dietéticas), vitaminas e minerais. Além disso, é pobre em lipídios e os ácidos graxos são predominantemente insaturados. Apesar de conter todos os aminoácidos essenciais, L. edodes apresenta baixos níveis de metionina e cistina (Breene, 1990).
Várias propriedades fisiológicas têm sido influenciadas por cogumelos, tais como a imunoproteção, a manutenção de homeostase, a regulação do bioritmo, a prevenção de doenças coronárias e cancerígenas. Confirma-se também que cogumelos produzem substâncias efetivas para a redução do colesterol e da pressão sangüíneos, além de
substâncias com ação antitrombótica e hipoglicêmica (Wasser & Weis, 1999).
Estudos conduzidos sob condições controladas mostraram que os princípios ativos presentes no cogumelo shiitake podem exercer efeitos totalmente diferentes dependendo da dose, da rota de administração e da condição do hospedeiro. É também aparente que tipos similares de efeitos podem ser elicitados por moléculas
estruturalmente diferentes. A seguir, os principais componentes de L. edodes já caracterizados são descritos.
Dentre os compostos ativadores do sistema imunológico encontrados em L. edodes, destaca-se a lentinana. Trata-se de uma β-D-glucana com alta massa molecular (aproximadamente 5x105 Da) e configuração helicoidal, isolada a partir do extrato aquoso do corpo de frutificação do fungo (Chihara et al., 1969). A fórmula molecular da
lentinana é (C6 H10 O5 )n.
O composto lentinana apresentou proeminente atividade contra tumores alogênicos, tais como sarcoma 180, sinérgicos e autóctones, e preveniu oncogêneses química e viral. O polissacarídeo não é tóxico às células tumorais, mas inibe o
crescimento do tumor pela ativação do sistema imune, ou seja, a β-D-glucana se liga à superfície de linfócitos ou a proteínas específicas do soro, que ativarão células efetoras tais como macrófagos, células T-helper, células natural killer, proporcionando o aumento na produção de anticorpos, interleucinas e interferon (Mizuno, 1995a). De forma semelhante, o efeito protetor de lentinana em animais contra infecções causadas pelas bactérias Escherichia coli, Pseudomonas aureaginosa e Klebsiella pneumonia ocorreu devido ao aumento da imunoproteção e não pela ação direta do composto sobre esses microrganismos (Jong & Birmingham, 1993).