Desapropriar, desmaterializar, desmonetizar
Por que as experiências, e não os bens materiais, podem comprar a felicidade: os seres humanos finalmente começaram a entender que a posse de objetos não leva a uma melhor qualidade de vida. Muito pelo contrário: quanto mais se deseja as coisas, mais é preciso trabalhar para consegui-las e mantê-las, o que acarreta perda de qualidade de vida e de um tempo valioso para atividades criativas ou familiares.
Diante desta questão, a Resurgence (vía TreeHugger) relata três tendências que estão se desenvolvendo com mais força no Japão, apesar de também se aplicarem aos segmentos jovens de todo o mundo.
São elas a desapropriação, a desmaterialização e a desmonetização. Os argumentos apontam para uma mudança de mentalidade, apesar da associação óbvia com a crise econômica (que faz com que as pessoas gastem menos dinheiro).
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A primeira, desapropiação, está ligada à redução da quantidade de coisas que desejamos. Os bens materiais de todo tipo costumam ser símbolos de status, mas as novas gerações já começam a pensar de outra forma, considerando-os como obstáculos e preocupações adicionais. Os serviços de aluguel, o empréstimo de carros e as caronas compartilhadas sustentam esta idéia, tornando menos atraente a posse de “coisas novas”.
Em segundo lugar está a chamada desmaterialização, que busca desassociar a felicidade da posse de bens materiais. O conceito aparece em diversos estudos que afirmam que a felicidade está mais ligada à riqueza das relações humanas, à superação pessoal e à conexão com a natureza do que ao consumo, algo que um número crescente de pessoas começa a comprovar em seu dia a dia.
Este conceito surge com clareza no crescimento e aceitação de comunidades ricas em relacionamentos humanos (que mencionamos em projetos como Rethinking e das “comunidades em transição”, assim como na retomada de eventos e atividades que estimulem o relacionamento com os vizinhos.
Finalmente, a tendência da desmonetização vai na contramão do costume de planejar a vida em torno da quantidade de dinheiro que se ganha. Agora, os jovens passar a dedicar mais tempo a atividades que gerem satisfação pessoal em vez de apenas dinheiro.
Estas tendências não são novas e se expressam em projetos e no comportamento das pessoas ao redor do mundo. No entanto, é interessante nomear estes movimentos de mudança cultural para visualizá-los com maior clareza.
Como menciona o jornalista Junko Edahiro em seu artigo, o crescimento destas tendências ataca diretamente as empresas que continuam focadas em vender mais e mais produtos como principal modelo econômico.
Fonte: http://blogs.discoverybrasil.com/descubra-o-verde/2010/09/desapropriar-desmaterializar-desmonetizar-tr%C3%AAs-tend%C3%AAncias-modificando-o-comportamento-jovem.html