O cultivo de forragem hidropônica tem como finalidade criar alternativas economicamente viáveis para alimentação animal, principalmente para regiões que apresentam déficite alimentares, promovendo o desenvolvimento sustentável (TEIXEIRA, 1999; HENRIQUES, 2000). Esta tecnologia surgiu para suprir carências alimentares em período de déficite, no entanto, ela pode ser usada para balancear a alimentação de animais (TEIXEIRA, 1999; HENRIQUES, 2000; SANTOS, 2000; FAO, 2001; NORDESTE RURAL, 2004).
A forragem hidropônica é o resultado do processo da germinação de sementes de cereais (arroz, aveia, centeio, cevada, milheto, milho, trigo, triticale e outras espécies), em alta densidade de semeadura (1,5-3,0 kg m-2), que se desenvolve em curto período de tempo, sobre uma superfície lisa e impermeável (cimento, fibra de vidro e filme plástico), assimilando os minerais contidos em uma solução nutritiva (MÜLLER, 2003; SANTOS et al., 2004). Possui excelente qualidade e, quando administrada para os rebanhos em sua totalidade (sementes, folhas, caules, raiz), constitui dieta completa de carboidratos, açúcares, proteínas, minerais e vitaminas (FAO, 2001; SANDIA, 2003; ESPINOZA et al., 2004). Seu aspecto, sabor, cor e textura conferem grande palatabilidade aumentando a assimilação de outros alimentos (FAO, 2001; OLIVAS, 2004). O consumo de forragem hidropônica traz benefícios à saúde do animal, como melhor assimilação da ração e maiores efeitos nutritivos e estimulantes, devido ao maior teor de proteínas e vitaminas (FAO, 2001; CEBALLOS, 2004; FLORES et al., 2004a; OLIVAS, 2004).
A forragem hidropônica é um alimento de alta qualidade nutricional, com alta produção de fitomassa em pequenos espaços de produção, com baixo custo de infra-estrutura e consumo hídrico 3-4 L m-2, podendo ser considerado um alimento ecológico, pois não há uso de herbicidas e pesticidas (FAO, 2001; ESPINOZA et al., 2004). HENRIQUES (2000)
cita que a eliminação de gastos com maquinarias, armazenamento, combustíveis, produtos fitossanitários, corretivos, fertilizantes, são fatores apontados pelo menor custo de produção.
Conforme GONZÁLES (2003), com a implementação desta técnica, se obtém uma significativa economia de água, em relação a sistemas irrigados, recurso cada vez mais limitante e elemento chave da produção e desenvolvimento produtivo. FAO (2001) cita que para cada um (1) kg de fitomassa seca de aveia, cevada e trigo produzida a campo é
necessário cerca de 635, 521 e 505 L de água, respectivamente, enquanto na produção destas em hidroponia gasta-se cerca de 15 a 20 L.
O cultivo de forrageira pelo método hidropônico, possibilita ao pequeno produtor de uma forma prática e econômica, o cultivo de gramíneas ou leguminosas para obtenção de pasto (o ano todo) na forma de brotos, de grande valor proteico e energético.
O ciclo da forrageira (milho) é de 14 à 16 dias do plantio à colheita, atingindo neste período a altura média de 25 à 28 cm e ótima concentração energética.
a) Preparo dos canteiros:
Pode-se preparar os canteiros de tijolo e plástico, em dimensões variadas, ou berços de fibra de vidro, dando uma declividade de 4 a 8% para drenagem do excesso de água e solução nutritiva.
b) Quebra de dormencia da sementes:
Deixar as sementes imersas em água por 24 horas em recipiente plástico; Utilizar sementes sem tratamento químico. Forrar as bandejas ou canteiros com bagacilho de cana de açúcar, silagem, capim triturados ou fibra de coco, com uma camada de aproximadamente 1,5 a 2,0 cm.
Semear o milho; Cobrir com uma camada, do mesmo bagacilho, de 1,0 a 2,0 cm e regar 3 vezes ao dia, durante 48 horas com água.
c) Aplicação da solução nutritiva:
Após um ou dois dias da irrigação inicial, aplicar a solução nutritiva na quantidade de 4 litros.m².dia, mais 2 litros.m².dia de água. Amplicar a solução nutritiva nos próximos 12 dias.
d) Colheita:
Na hora da colheita a forragem hidropônica deve ser lavada para retirar o excesso dos sais (nutrientes existentes nas raizes).
Triturar toda essa massa verde, condiciona-lo para alimentação.
Produção aproximada: 25 a 30 Kg/m² .
e) Consumo recomendado (estimado):
Por cabeça de animal(boi), gado, 35 m²