Qualidade respiratória para Flautistas: capacidade Pulmonar e controle da emissão de ar.

Para obter um som bonito em sua flauta, é fundamental ter uma qualidade respiratória adequada, o que é verdade para todos os instrumentos de sopro. Se sua capacidade respiratória for fraca ou ruim, será difícil alcançar um som agradável. Mas como você pode melhorar sua capacidade respiratória? Aqui estão algumas dicas e exercícios que podem ajudar, e você poderá perceber melhorias rapidamente.

Quando menciono qualidade respiratória, estou me referindo a dois aspectos: capacidade pulmonar (a quantidade de ar que você pode usar) e controle na emissão de ar. Para melhorar a capacidade pulmonar, é importante exercitar os pulmões para que você possa usar uma maior quantidade de ar. Quanto ao controle na emissão de ar, é fundamental aprender a direcionar e controlar a quantidade, o volume e a velocidade do ar que você sopra.

Capacidade Pulmonar

No início do estudo da Flauta Transversal, é comum que os iniciantes sintam tonturas. Isso ocorre porque eles estão acostumados a fazer respirações curtas com pouca quantidade de ar, mas agora precisam usar intensamente sua capacidade respiratória. À medida que avançam em seus estudos, sua capacidade pulmonar aumenta, e eles deixam de sentir tonturas ao tocar flauta. No entanto, para aumentar ainda mais a capacidade pulmonar e, consequentemente, melhorar o som, são necessários exercícios específicos que serão abordados posteriormente neste artigo.

Controle da emissão de ar

O controle da emissão de ar é tão importante quanto a capacidade pulmonar. O flautista precisa ter controle voluntário sobre a coluna de ar que sopra na flauta. Esse controle permite uma sonoridade mais bonita e a capacidade de fazer variações de dinâmica, como som fortíssimo, forte, médio-forte, piano, pianíssimo, som mais alegre, mais doce, entre outros.

Antes de apresentar os exercícios, farei uma descrição simples sobre o diafragma, um órgão importante para o controle do ar. O diafragma é um músculo que podemos controlar voluntariamente. Quando relaxado, ele tem a forma de um prato fundo de cabeça para baixo (veja a figura 1). Ao ser contraído, o diafragma assume uma forma mais plana e reta (veja a figura 2). Essa contração do diafragma faz com que todos os órgãos abaixo dele sejam empurrados para baixo e a parede do abdômen se projete para fora (veja a figura 3). Para que o diafragma retorne à sua posição original (relaxada), os músculos do abdômen empurram o diafragma de volta ao seu estado original. É importante observar que, durante todo esse processo, temos controle voluntário sobre os músculos envolvidos. Ao contrair o diafragma, criamos mais espaço e um reservatório maior para ser preenchido de ar. O uso do diafragma na execução de um instrumento é popularmente conhecido como "respiração diafragmática" ou "respiração pelo diafragma" (veja a figura 3).

Algumas observações importantes do uso no Diafragma.

O diafragma deve ser exercitado da maneira mais natural possível, evitando o uso excessivo de força e compressão. Também é importante ter cuidado para não confundir a tensão dos músculos do abdômen com o uso do diafragma. Preste atenção ao uso do diafragma e verifique se a região está realmente se enchendo de ar. No entanto, lembre-se sempre de usar o diafragma de maneira mais natural, semelhante ao seu uso quando estamos deitados. Nas oitavas mais agudas na flauta, podemos tensionar mais o diafragma para sustentar as notas, enquanto em notas mais graves, podemos tensioná-lo menos.

Fig. 3

Para maiores detalhes e conteúdo mais técnico e profundo, leia artigo do Flautista Sávio Araújo, Aspectos físicos da emissão sonora. A embocadura e a respiração na qualidade do som. Sávio Araujo é flautista da OSESP e professor de Flauta da Unicamp. Leia seu artigo no link: https://sites.google.com/site/estudantesdeflautasite2/home/artigos2/embocadura-e-a-respiracao-na-qualidades-do-som-1. Este artigo e exercícios foram retirados  e baseados neste artigo do Mestre Sávio Araujo.

 Exercícios

Segue abaixo dois tipos exercícios para adquirir uma melhor qualidade respiratória, um com simples exercício livre com corpo e o outro com a maquininha Breath Builder.

1 - Exercício de Inspiração e Expiração ( exercício livre com corpo )

Antes da explicação destes exercícios, vamos relembrar o que é Inspiração e Expiração. 

Inspiração: A inspiração é o processo de sugar o ar para dentro do organismo, é Introduzir o ar atmosférico nos pulmões.

Expiração: Expiração é liberar o ar contido nos pulmões para fora do corpo, é Expelir o ar dos pulmões. 

Exercício 1 (inspiração)

Em posição ereta, inspirar profundamente tanto quanto possível, expandindo a caixa torácica através da contração dos músculos intercostais e da elevação do osso esterno, e também da contração do diafragma.  Expirar todo o ar dos pulmões, relaxando-se todos os músculos utilizados para a inspiração (expiração passiva) e contraindo os músculos da parede bdominal.

Exercício 2 (expiração)

Expirar todo o ar contido nos pulmões, comprimindo a caixa torácica através da ação dos músculos da parede abdominal e dos intercostais.  Inspirar relaxando-se estes músculos (inspiração passiva) e contraindose o diafragma, provocando assim uma expansão da parede abdominal, que projeta a barriga para baixo e para fora.

Obs: Os exercícios 1 e 2 demonstram as forças elásticas de retração do sistema respiratório, nos momentos de expiração (exercício 1) e inspiração (exercício 2).  Essas forças elásticas são geradas com maior  ou menor intensidade dependendo da quantidade de ar nos pulmões, assim como sua ação depende de uma maior ou menor contração dos  músculos respiratórios.

Exercício 3 (expiração controlada) 

Inspirar profundamente e expirar vagarosamente todo o ar dos pulmões.  Para tanto, manter os músculos inspiratórios contraídos, relaxando-os gradativamente para se manter um fluxo de ar contínuo.  Aspectos físicos da emissão sonora.  Para o êxito deste exercício, é necessário "brecar" a expiração por meio dos músculos inspiratórios que, mantendo-se contraídos, evitam que o volume torácico decaia rapidamente devido  à  sua própria força elástica de retração  (expiração passiva).  Continuando a expirar vagarosamente, atingiremos um ponto onde a musculatura estará relaxada.  A partir desse ponto, necessitamos "empurrar" o ar para fora dos pulmões.  Através da contração dos músculos da parede abdominal, que empurram o diafragma para cima e para dentro da caixa torácica, fazemos com que o ar seja expelido dos pulmões, mantendo-se assim a mesma razão de expiração.

Exercício 4 (inspiração forçada)

Em posição ereta, com a boca semi aberta, colocar a mão em posição vertical e encostar o dedo indicador junto aos lábios.  Inspirar profundamente, como demonstrado no Exercício 1, provocando uma sucção acompanhada de ruído grave e contínuo.  Esta sucção deverá ser a mais duradoura possível, pois enquanto houver sucção haverá trabalho muscular para manter a expansão da caixa torácica.  Expirar todo o ar, como visto no Exercício 2, sem forçar, deixando que tanto a caixa torácica quanto o abdômen retornem  à  sua posição inicial de

repouso.

Obs: A repetição excessiva deste exercício poderá causar sensações como tonturas ou náuseas, devido a hiperventilação que é provocada pela troca de gases, que acontece em proporções acima dos parâmetros normais, considerando-se uma respiração normal.  Na ocorrência destas sensações, interromper o exercício e sentar, permanecendo nessa posição até os sintomas cederem e só então prosseguir, procurando não forçar a sucção e sim mantê-la continuamente, mesmo não sendo em intensidade tão grande.

Esse exercício faz parte do artigo do Flautista Sávio Araújo, Aspectos físicos da emissão sonora. A embocadura e a respiração na qualidade do som. Sávio Araujo é flautista da OSESP e professor de Flauta da Unicamp. Leia seu artigo no link: https://sites.google.com/site/estudantesdeflautasite2/home/artigos2/embocadura-e-a-respiracao-na-qualidades-do-som-1.

2 - Exercício com Breath Builder

O Breath Builder é um simples dispositivo respiratório que pode ser facilmente feito em casa. Ele permite que a pessoa melhore sua qualidade respiratória, aumentando sua capacidade pulmonar e o controle muscular, como o diafragma. O Breath Builder consiste em um cilindro de plástico transparente contendo uma bolinha de pingue-pongue e um tubo na parte superior para soprar e sugar o ar. O objetivo é que, ao expirar o ar para dentro do Breath Builder, a bolinha de pingue-pongue suba até a parte superior, e ao inspirar, a bolinha de pingue-pongue permaneça na parte superior do Breath Builder. Existem diversos tipos de exercícios que podem ser feitos com o Breath Builder, e aqui aprenderemos três deles. O Breath Builder é usado por todos os instrumentistas de sopro. Veja a foto abaixo do Breath Builder.

Relembre abaixo o que é Inspiração e Expiração. 

Inspiração: A inspiração é o processo de sugar o ar para dentro dos pulmões.

Expiração: Expiração é o processo  liberar, de expelir o ar contido nos pulmões para fora do corpo.

Neste exercício use o diafragma, mas de forma mais natural possível, sem exercer excessiva força e compressão, e também deve se tomar cuidado em não confundir o tencionar dos músculos do Abdômen com uso do diafragma.  Preste atenção no uso do diafragma e verifique que a região do diafragma esteja verdadeiramente se enchendo de ar. Mas se lembre sempre: use o diafragma de forma mais natural possível, semelhante ao uso quando estamos deitados. Nas oitavas mais agudas na flauta, tencionamos mais o diafragma para sustentar as notas e em notas mais graves tencionamos menos.

Nos exercícios abaixo, a repetição excessiva poderá causar sensações como tonturas ou náuseas, devido a hiperventilação que é provocada pela troca de gases, que acontece em proporções acima dos parâmetros normais, considerando-se uma respiração normal.  Na ocorrência destas sensações, interromper o exercício e sentar, permanecendo nessa posição até os sintomas cederem e só então prosseguir, procurando não forçar a sucção e sim mantê-la continuamente, mesmo não sendo em intensidade tão grande.

Exercício 1 – Apenas Expirar todo o ar dos pulmões. 

Sugue o máximo de ar que conseguir (Inspiração) e em seguida sopre todo ar para dentro do Breath Builder (Expiração) de tal forma que a bolinha de pingue-pongue suba até a parte superior do Breath Builder. Repita este processo o quanto julgar necessário, sugestão de 5 minutos.

Exercício 2 – Expirar e Inspirar

Sugue o máximo de ar que conseguir (Inspiração) e em seguida sopre todo ar para dentro do Breath Builder (Expiração) de tal forma que a bolinha de pingue-pongue suba até a parte superior do Breath Builder, e quando o ar dos pulmões estiver acabando, sugue novamente o ar para dentro (Inspiração), mas sem retirar a boca do Breath Builder e sem deixar a bolinha de pingue-pongue cair.  Repita este processo o quanto julgar necessário, sugestão de 7 minutos. Depois de dominado a técnica do exercício 1, não se faz mais necessário fazê-la, você pode começar direto no exercício 2 e 3. 

Exercício 3 – Com Articulações

Sugue o máximo de ar que conseguir (Inspiração) e em seguida sopre todo ar para dentro do Breath Builder (Expiração) de tal forma que a bolinha de pingue-pongue suba até a parte superior do Breath Builder e faça duas articulações com a língua, ‘TE’ ‘TE’,  e quando o ar dos pulmões estiver acabando, sugue novamente o ar para dentro (Inspiração), mas sem retirar a boca do Breath Builder e sem deixar a bolinha de pingue-pongue cair e, faça novamente as  duas articulações com a língua, ‘TE’ ‘TE’.  Você pode fazer esses exercícios com três articulações (TE , TE, TE), com quatro (TE, TE, TE)... Repita este processo o quanto julgar necessário, sugestão de 7 minutos. Veja abaixo algumas articulações:

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