THIAGO
CAMELO

Oi! Sou Thiago Camelo.
Divulgo o que publico por aqui. Respondo no tdscamelo@gmail.com

Sou carioca. Nasci em 1983. Me formei em Jornalismo e Cinema pela PUC-Rio. Publiquei quatro livros: "Verão em Botafogo" (2010, 7Letras, poesia), "A ilha é ela mesma" (2015, Moça Editora, poesia), "Descalço nos trópicos sobre pedras portuguesas" (2017, Editora Nós, poesia) e "Dia um" (2022, Companhia das Letras, romance). Publiquei também o conto "A carne, as coisas" pelo selo Megamíni (2015, 7Letras) e o livro-poema "Silêncio" pela coleção Puxadinho (2016, PipocaPress).


Sou também letrista de música; em 2015, a canção ‘Espelho d’água’, parceria com meu irmão Marcelo Camelo, foi gravada por Gal Costa no disco "Estratosférica". Também tenho parcerias com Marcelo Frota, Fernando Temporão, entre outros artistas.


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Dia um (Companhia das letras, 2022)

Ao descrever um episódio aterrador que transformará em definitivo a vida das pessoas ao seu redor, o narrador deste livro investiga as ambivalências dos laços afetivos, equilibrados entre a beleza e a fragilidade.

“A franqueza desnorteante com que Thiago Camelo inicia seu primeiro romance não é apenas recurso de ocasião para uma abertura de impacto. Ela se mantém até a última página e serve de ferramenta para tatear dois mundos: aquele que precede a morte, que talvez possa nos fornecer causas e significados, e aquele que a sucede, a vida que precisa ser vivida apesar de tudo, construída com a matéria dos afetos e dos sentidos.” Daniel Galera.


“O pulo do irmão mais velho, o contramovimento do irmão mais novo. Respire fundo. Esse livro é de uma melancolia que dói nos ossos. E também de uma beleza que te acolhe em meio aos estilhaços.” — Natércia Pontes.


“Em seu primoroso romance de estreia, Thiago — o homem do Túnel Velho, canhoto e míope — junta seus caquinhos para exibir toda beleza de um jarro colado. Tudo na vida tem conserto, menos a morte.” André Dahmer.


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Críticas:


"Um dos grandes méritos do romance foi a habilidade de Camelo de desenvolver uma história que envolve problemas complexos e muito sensíveis — não é tarefa fácil a construção de personagens depressivos e ansiosos verossímeis, tampouco a relação deles com o suicídio —, mas sem clichês por um lado e hermetismos científicos por outro, armadilhas tentadoras nesses casos." — Leonardo Valente (O Globo).  


"Falar que Dia um trata do atravessamento causado por um suicídio é limitar sua rica narrativa e a pungente discussão proposta pelo autor." — Dirceu Alves Jr. (Valor Econômico).


Estreia primorosa na prosa de ficção, Dia Um é uma leitura comovente, que trata com honestidade e beleza temas difíceis e caros para a nossa vida e a literatura, principalmente após os últimos anos de pandemia, período tão marcado pela morte e a reclusão.” — Leonardo Piana (O Estado de S. Paulo).


"O autor de Descalço nos Trópicos sobre Pedras Portuguesas (Nós, 2017) narra um acontecimento traumático que impacta para sempre a vida do narrador e de sua família. Ao explorar a infiltração do luto e da depressão por entre as brechas nos laços de amor e afeto, o poeta tem estreia promissora na prosa." — Leonardo Neiva (Revista Gama).


"O que de fato ocorria ali? Era uma família feliz? Havia uma convivência saudável em meio a tantas amizades de bairro, com meninos sendo criados nos anos 1980 para se tornarem que tipo de homem? Tantas questões, invisíveis à época da ocorrência dos fatos, começam a ser retomadas de maneira muito sensível por Thiago Camelo, que tece a obra de uma maneira poética, ainda que em sentidos não convencionais." Maura Martins (Escotilha).


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Melhores leituras de 2022:


"Dia Um é uma resposta forte e deslocadora ao clichê “a morte faz parte da vida.” — Alejandro Chacoff (Revista Piauí).


"Thiago Camelo constrói um romance bonito e dolorido cujo protagonista é "você". A escolha do narrador é acertada e torna o leitor cúmplice da narrativa, lembrando o poder da literatura de nos fazer viver intimamente experiências estranhas a nós." — Ligia Golçalves Diniz (Folha de S. Paulo).


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Entrevistas: 


Autor mistura traços autobiográficos e referências do cinema no romance Dia Um, que vasculha caos interno após a morte Folha de S. Paulo.


Ao narrar a própria depressão, Thiago Camelo faz o retrato de uma geração Carta Capital.


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Podcasts:


Lume Literatura


Companhia das Letras


Trecho de Dia um publicado na Revista Piauí

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Descalço nos trópicos sobre pedras portuguesas (Nós Editora, 2017)

“Será que tudo me interessa?” Formulada de modo direto, a pergunta captura num átimo muito do que este livro de Thiago Camelo tem de mais forte e desconcertante. O gosto incontido pela especulação, o espanto com os rumos imprevistos do próprio pensamento, o ar desarmado de quem procura considerar as coisas e a si mesmo como se pela primeira vez. De tal maneira, que o leitor acaba por desconfiar se não entra nesse desaviso uma espécie de interpelação. Como se, ao expor sua perplexidade, o poeta chamasse a atenção para uma estranheza que desaprendemos a observar, dando a ver “aquilo que nem sabíamos véu”. Sempre a remoer suas “paixões estranhas por assuntos estranhos”, essa voz meditativa e dada ao devaneio tem fôlego de mergulhador e apetite de colecionista. Seus artigos de predileção são também recolhidos nas esquinas da cidade, que frequenta com desenvoltura, mas sua perambulação adentra territórios de ordem diversa. Seus versos curtos se sobrepõem em colunas que se estendem de alto a baixo na página, de uma página à outra, como se quisessem ligar as constelações ao mundo sublunar. Das recordações pessoais e conversas com amigos, do repertório onívoro de livros, discos e filmes, das muitas horas diante da televisão ou do computador, resultam encontros inesperados. Entre o fluxo de consciência e o binge reading de verbetes da Wikipédia, uma sequência de versos sobre a cor azul pode levar-nos do Egito Antigo aos mais avançados experimentos científicos, daí aos apuros financeiros de Vermeer e por fim à avó do poeta. Ônibus refrigerados são crianças sem fralda, um guindaste é uma girafa, um penteado lembra um dente-de-leão. Os ajuntamentos assim compostos não dispensam alguma comédia, mas sobre ela predominam a intuição assombrosa de uma diversidade inumerável do mundo e a aposta alta, corajosa, de que tudo pode caber no poema. Diante do imensurável, entrevisto num céu estrelado ou numa lista de vídeos do YouTube, os afetos repõem a medida e conduzem o olhar. Indicam o caminho de casa, antecipam as novidades do amigo, registram a roupa da mulher amada. O tempo distendido dos poemas, que permite as passagens de um assunto a outro, é também um jeito de se demorar sobre o que importa: as histórias que “precisam ser contadas.” Miguel Conde.


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Críticas:


"Em Camelo, a atitude não simbolista é o ponto de partida para a sua reflexividade e para o seu materialismo. Ama-se as coisas com o furor com que se poderia amar as pessoas. Ou melhor, ama-se, nas coisas, aquilo que se ama nas pessoas, mas que o freio da linguagem interdita." Rafael Zacca (Jornal Rascunho).


"Na leitura, fica-se como imerso em um laboratório de contato com o universo, no qual as coisas e pessoas (objetivados), os seres, em suma, são sempre ao mesmo tempo percebidos — isto é, captados automaticamente como perturbações do fluxo da rotina — e interpretados — ou seja, significados conforme um processo de comparação com uma vasta biblioteca de referências — e isso porque são sempre ao mesmo tempo genéricos e íntimos daquele que ali fala: ele ao mesmo tempo os categoriza, os situa em uma grande taxonomia dos seres, e os reconhece, tem para cada um comentário “de causa”, particularizado, crítico por vezes (e estupefato em outras, como diante da dinâmica informacional/comunicacional da experiência cognitiva contemporânea na internet), como se vivesse cercado por eles o tempo todo, como se não tivesse outra vida senão a de observador das coisas — e somos levados a experimentar essa mesma condição." Alexandre Werneck (Escamandro).


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Entrevistas:


Fascínio e terror Jornal Rascunho. 


Diálogo Elétrico: Thiago Camelo Diálogos Elétricos


Marca Página Rádio EBC.


Entrevista a Márwio Câmera (YoutTube) Parte 1 e Parte 2.


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A ilha é ela mesma (Moça Editora, 2015)

As ilhas e um poeta

Numa janela da Rua das Gáveas, em Lisboa, beirando o Largo de Camões, germinava o segundo livro de poemas de Thiago Camelo. Uma arqueologia de A ilha é ela mesma (Moça Editora) revelará que o plano inicial do autor conduzia – palavras dele – para “um livro de um personagem errante, que lembra e esquece na mesma velocidade”. E, acrescente-se, “aquilo que ele veria também mudaria conforme sua memória”. Nas lembranças voláteis, Lisboa ganharia a face de outras cidades imaginárias.

Bolsista do programa “Criar Lusofonia”, do Centro Nacional de Cultura (Lisboa, Portugal), entre agosto e dezembro de 2011, Camelo convenceu-se de que a ficção atraía a poesia, e esta finalmente se entranhou no corpo de seus esforços. Há vestígios daqueles passos de ficcionista. Lisboa nomeia um poema (“a vida se retém ali na beira/ no vazio da beira/ o passo, imensidão à frente”) e a arquitetura do livro encobre uma narrativa em que os versos se sussurram, rangem com discrição, embora as estrofes sejam erguidas como solilóquios. Nos poemas, investiga-se a dor e a materialidade da dor:

por mais manifesta

a dor é sempre um segredo” (“Mar”)

 No “Amanhã”:

corpotroncocravado

fincado no chão

firme e sem joelhos

sem curvas, sem músculos

sem ossos, sem dor

Num conjunto talvez estranho à poética do livro de estreia, Verão em Botafogo (7Letras, 2010), que decifrava o jogo amoroso, o poeta Thiago Camelo adota em A ilha é ela mesma uma perspectiva de observador das próprias fraturas, melancólico e descritivo, autoconsciente do poder exíguo das palavras na percepção do mundo. O livro é repleto de quadros, de tons azuis (“o azul recém-revelado tem o impacto do primeiro oceano”), de cenas pictóricas, plasmando os interesses intelectuais do autor, direcionados a zonas científicas, não só artísticas. Nele, a estima por Van Gogh convive com uma postura curiosa em relação à Matemática, à Astronomia e à Física. A paixão literária espreita o fascínio pelo cinema e pela música popular (em parceria com seu irmão, Marcelo, o poemúsica “Espelho d’água” foi cantado por Gal Costa no novo álbum Estratosférica).

Difícil não vincular a imagem da ilha, ela mesma, ao isolamento geracional de Thiago Camelo, um ilhéu de Copacabana. Residente no Rio de Janeiro, ele não deita luz solar em seus poemas – o mar é uma sombra, o céu ganha palidez (“até o azul é curvo”) e o caráter urbano se manifesta na dissintonia do corpo com o cenário e os objetos. Entre arritmias e quebras verticais, a poesia de Camelo é ossuda. O Rio assume-se árido. Disse-me certa noite: “O triângulo é para mim a ilha, sempre foi a ilha. A ilha ser ela mesma é metáfora para o ponto de vista. A ilha sempre é em referência a alguma coisa, mas a sua individualidade é pouco levada em consideração. O livro talvez fale um pouco da identidade da solidão”.

A ilha é ela mesma cerca-se de Thiago Camelo por todos os lados. Seus cantos insinuam um vento solitário, sempre recomeçado, sem frêmito sobrenatural: “o vento do mar desequilibra nuvens, ossos/ enferruja pregos/ gira”. No livro de poemas, identificamos uma ilha exposta e pressentimos outra submersa, inabordável, íntima a Camelo, o poeta-homem-náufrago que entende as sílabas ouvidas nas conchas.   Claudio Leal.

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Críticas:

"É disso que, a meu ver, falam esses poemas de Thiago Camelo, da necessidade de um exercício consciente de abertura, pelo qual quiçá possamos ser-no-outro, exatamente na medida em que sabemos ser-em-si:


Rocha

a ilha é no mar
no vento
no barco
no pássaro
no arquipélago
na terra
mas também, nela

a ilha é ela mesma" Henrique Amaral (Posfácio).


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Verão em Botafogo (7Letras, 2010)

"O livro de estreia de Thiago Camelo traz versos curtos que resumem o que apreende um olhar, o universo contido num modo de dizer. Esse universo afetivo abrange o imaginário de diversos bairros do Rio de Janeiro - Jacarepaguá, onde o poeta cresceu, Barra da Tijuca, onde viveu a adolescência, Copacabana, Botafogo e Jardim Botânico - moradas plenas de significado para ele."  — Julia Carneiro.


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