O SPLE – Seminário de Pesquisa em Letras – reúne graduandos, pós-graduandos com pesquisa em andamento, mestres e doutores formados pelo Programa, professores do PLE/UEM e de outras instituições brasileiras, de diversas filiações teóricas para oportunizar um espaço de debate, com vistas a expor as pesquisas em andamento, sem excluir a apresentação das já concluídas. É um espaço para a reflexão e discussão conjunta sobre os diferentes objetos de pesquisa, que incluem problemas de análise, teorias, metodologias de trabalho, campo de atuação etc. Tal evento tem o intuito de realizar um convívio integrado entre estudos linguísticos e literários, no âmbito de seu ensino, descrição e uso em contextos de produção, recepção e circulação. Além disso, o seu mérito está em fomentar ações de cultura e extensão que ampliam a própria formação curricular do pós-graduando de Letras ao enriquecer seu conhecimento acadêmico e cultural.
Neste ano de 2025, as atividades do evento serão PRESENCIAIS e as discussões promovidas nas conferências e nas mesas-redondas serão feitas em torno do tema "Ética, alteridade e os desafios do fazer científico em Linguística e Literatura". A escolha do tema pautou-se na convicção de que a investigação científica nos campos da Linguística e da Literatura é intrinsecamente social e, portanto, resulta sempre em um ato ético-político, que não pode prescindir do reconhecimento e da consideração da alteridade. A negligência das dimensões éticas e alteritárias das pesquisas feitas nesses de campos de saber pode culminar na reprodução acrítica de ideologias, na marginalização de saberes equivocamente tidos como periféricos e na reificação de estruturas de poder que se sustentam pela promoção de um universalismo científico ingênuo e, por vezes, perverso. Portanto, a escolha do tema visa a promover discussões que permitam ver a ética e a alteridade não como apêndices da investigação científica ou como obstáculos a sua pressuposta objetividade, mas como uma exigência para, dentre outras coisas, evitar a colonialidade do saber e fomentar a produção de conhecimento verdadeiramente plural e representativa.
A arte do evento foi inspirada nas obras geométricas e abstratas de Alfredo Volpi, pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da Segunda Geração do Modernismo Brasileiro. Com a arte, busca-se recuperar um princípio presente nas obras do pintor: o uso humanizado, diverso e criativo da geometria. Em seus trabalhos, Volpi subverte a frieza e a universalidade da geometria, ao fundi-la com cores, memórias e artesanato. No resgate e na síntese de formas puras, construídas na intersecção com elementos da cultura popular e da experiência urbana, a obra de Volpi sinaliza que o olhar analítico não precisa anular a riqueza do diverso e do experiencial. Essa humanização da forma abstrata é o que conecta a arte ao tema do evento: simboliza o equilíbrio indispensável entre o rigor formal (a metodologia e a teoria) e a dimensão humana (que envolve a ética e a alteridade) na pesquisa em Linguística e Literatura.