A Medicina Diagnóstica ocupa papel central na segurança do paciente e na qualidade assistencial estando intrinsecamente ligada à precisão, oportunidade e confiabilidade das informações contidas nos resultados de exames, que podem ser utilizadas em processos de rastreamento (identificação de fatores de risco), diagnóstico, prognóstico, definição e gerenciamento de tratamentos.

Falhas nos processos diagnósticos podem gerar consequências críticas e até catastróficas. Desafios em todas as áreas de assistência, da atenção neonatal à geriatria, evidenciam o importante papel do profissional que atua em Medicina Diagnóstica e trazem oportunidades para fortalecermos a sinergia entre especialidades em prol da segurança. Estudos internacionais indicam que os erros diagnósticos estão entre as principais causas de dano grave e evitável, frequentemente relacionados a falhas de comunicação, atrasos na interpretação de resultados e fragmentação entre os serviços de diagnóstico e tratamento.

Por isso, é fundamental reconhecer esse campo como estratégico para o avanço de uma cultura de alta confiabilidade, em que cada etapa, da solicitação do exame à integração do resultado na tomada de decisão clínica, é tratada como parte essencial do cuidado seguro. O fortalecimento da interface entre equipes clínicas, radiológicas, laboratoriais e de imagem, assim como o uso ético e seguro de tecnologias digitais e inteligência artificial, são dimensões-chave para reduzir o risco de diagnósticos incorretos ou tardios. Nesse cenário, a Medicina Diagnóstica assume protagonismo na detecção precoce de agravos, na personalização de terapias e na sustentabilidade dos modelos de cuidado. A SOBRASP promove o diálogo entre evidência científica, inovação tecnológica e práticas seguras para que a Medicina Diagnóstica continue sendo um pilar essencial na jornada rumo ao Dano Zero Evitável.

Paola Andreoli

Presidente da SOBRASP

Wilson Shcolnik 

Coordenador do Projeto Benchmarking de Indicadores