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SMARTIE LABORATORIO DE FORMAS AGENTIVAS E EXPRESSIVAS

A reflexão sobre formas agentivas e expressivas nas ciências sociais e humanas define o campo de pesquisas e experimentações circunscrito pelas duas linhas de pesquisa que compõem este diretório de pesquisa, a linha de pesquisa “Arte, Imagem e Pesquisa Etnológica” com foco na relação entre ontologias relacionais e a antropologia da(s) arte(s) e a linha “Experimentações em Etnografia e Imagem”, com foco na relação entre antropologia e cinema, ambas situadas no Programa de Pós-Graduação de Sociologia e Antropologia da UFRJ.

S som, simulacro, símile, simetria, símbolo

M movimento, música, materialidade, mimese, margem

A arte, agência, alteridade, assimetria, armadilha

R ritual, ruído, risco, riso, razão

T tela, teia, tinta, teatro, tema

I imagem, ícone, índice, ideia, ídolo

E expressão, estética, estilo, êxtase, emoção

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Diretório Grupo de Pesquisa CNPq

Líderes coordenadores: Els Lagrou e Marco Antonio Gonçalves (Professores do DAC e do PPGSA-IFCS- UFRJ)

INSTAGRAM: @smartie_ufrj

A linha de pesquisa Arte, Imagem e Pesquisa etnográfica surgiu do esforço coletivo de exploração dos efeitos teóricos de um olhar etnograficamente informado sobre os temas da antropologia da arte e da imagem, que sofreram uma torção e inversão de perspectiva quando vistas da perspectiva de ontologias amazônicas que não separam a arte e a vida ritual dos processos de produção da vida e que têm na metamorfose entre formas e espécies seu palco de realização performático. Desta inversão de perspectiva resulta uma abordagem resolutamente intersemiótica que explora as possíveis conexões e transduções sinestésicas entre gestos, sons, palavras, imagens e grafismos no agenciamento de forças visíveis e invisíveis que constituem o palco de operações rituais, desde eventos xamanísticos executados na floresta a tomadas de rua por coletivos dançantes nas ruas das cidades durante o carnaval pernambucano, passando pelas encantarias maranhenses e as ocupações recentes do mundo de arte metropolitana por artivistas indígenas. Propomos abordar o pensamento visual ameríndio e afro-indígena, na sua relação intrínseca com a performance ritual, a partir de uma perspectiva intersemiótica, por entender que o engendramento de formas através da revelação das relações que as constituem só pode ser compreendido através da análise das relações específicas estabelecidas entre formas visuais e auditivas, táteis e olfativas, gestuais e performativas. Se, como disse Bateson, “all art is about relation”, precisamos estudar também as relações entre as diferentes artes que juntas engendram vidas, formas, imagens e corpos. Esta abordagem ressoa com outros experimentos com linguagens artísticas que questionam igualmente o antropocentrismo, abrindo-se para novas montagens e agenciamentos inter-espécies e explorando novos territórios habitados por cyborges e pessoas-artefatos.

A linha de pesquisa Experimentações em Etnografia e Imagem tem como principal objetivo estimular a reflexão sobre imagens a partir de um ponto de vista sócio-antropológico. A linha se propõe ser um espaço de busca por linguagens capazes de formular novas possibilidades para veicular o conhecimento através de imagens nas Ciências Sociais. Assim, a linha se dedica a pensar a especificidade da narrativa imagética na produção do conhecimento antropológico e avaliar suas potencialidades e limitações frente à narrativa textual. Partimos do pressuposto de que a produção imagética assume um papel produtivo e ‘colaborativo’ no discurso etnográfico. As imagens não são simplesmente um modo de ilustrar ou evidenciar um texto escrito considerado propriamente como etnográfico: elas são resultados de encontros etnográficos e de perspectivas teóricas. Assim, filmes e fotos são também produções de etnografia e não, necessariamente, um produto da ‘Antropologia Visual’ – desta forma, entendemos etnografia no seu sentido pleno, enquanto uma maneira de representação em que se apresentam perspectivas teóricas e modos de conhecimento. Os filmes, assim como os ensaios fotográficos, são construções de conhecimento etnográfico ao explicitarem sempre a perspectiva teórica de seu autor e, por isso, não podem ser tomados enquanto um objeto imagético isolável de uma pesquisa. Por este motivo, não tratamos da imagem etnográfica enquanto um ‘gênero’ com fronteiras definidas e pressupostos homogêneos – tratamos, sim, de uma dimensão da produção imagética que nos reenvia a questões cruciais sobre o modo como se produz o conhecimento na Antropologia.