SOBRE O LIVRO "NA MINHA MINHA PELE" DE LÁZARO RAMOS

O autor Lázaro Ramos conta em seu livro suas memórias e experiências de vida com sua família, com a escolas, amigos, quando foi para a casa de dindinha... Ele fala que morou em uma cidade bem pequena, a ilha do Paty, e grande parte de sua família mora lá, é incrível como eles são unidos e se divertem. Lázaro nos conta a história da sua cidade natal para podermos entender toda a trajetória. Ao longo do livro percebe o quão importante ter o respeito, igualdade, e que não importa a cor, o que realmente importa é a sua essência, como você é como pessoa. Não vamos falar muito do livro para não dá spoiler caso não tenha lido ainda. Se ficou curioso para saber do livro, leia pois além de se muito importante é muito bom de ler.

Representação do racismo no cinema brasileiro

Ao longo da história do negro no Brasil, o seu lugar na sociedade foi colocado ás margens e invisibilizado. O racismo no cinema brasileiro já começa pelo ponto de que a representatividade desta parcela da população negra é pequena, em um país que possui uma vasta miscigenação de povos e com habitantes em sua maioria negros.

Muitos filmes como “Macunaíma” que sofreu censura do regime militar por abordar problemas sócio-culturais, e o filme “Bahia de todos os Santos” que foi considerado o precursor do cinema novo.

O Teatro Experimental Negro, o Cinema Novo são movimentos artísticos que ressoam a luta e o surgimento de artistas negros que buscam até os dias atuais por auto representação no cinama brasileiro.

O cinema é um instrumento de representação social. Porém, a representação do negro no cinema nacional é negada e distorcida por diretores, produtores e roteiristas Araújo. O cinema ainda é um espaço de pessoas brancas e ricas, as quais durante várias décadas operaram de maneira direta e indireta a favor da “branquitude”.

Em 1969, Zózimo Bulbul tinha se tornado o primeiro negro a protagonizar uma novela - Vidas em Conflito, transmitida pela TV Excelsior, também foi um dos pioneiros do cinema negro.



"Minha filha não é para o seu bico"

Lázaro conta em seu livro, que na sua adolescência ele e seus amigos ficavam com algumas maninas, e ele fala que seu amigo Chico foi repreendido pela mãe de uma menina: "Minha filha não é para o seu bico." Isso por que o menino era negro e não tinha muitas condições. Ser desrespeitado desta forma deve ser horrível, só quem vive entende e sabe a dor que sente.

A beleza tem cor: a estereotipização da presença negra na arte

Quando se fala na contribuição que os negros deram à civilização e à cultura brasileira, dificilmente se pensa de imediato em artes plásticas. Em geral, o que vem à lembrança é a música, em primeiro lugar, e fenômenos a ela relacionados, como os desfiles de escola de samba, o carnaval e outras manifestações.

É preciso quebrar o silêncio: ao compartilhar visibilidade na arte, colaboramos com a desconstrução de estereótipos e discursos problemáticos.

Silenciamento das raízes africanas e asfixia de autores negros

Quantos livros escritos por pessoas negras você já leu? Quantos autores e autoras negras você conhece? Provavelmente o número será menor se comparado com o de escritores brancos lidos ou conhecidos.

A falta de espaço em grandes editoras e o racismo institucional que muitas vezes desvaloriza a produção intelectual negra podem ser apontadas como alguns dos motivos para a menor presença da literatura negra em estantes e livrarias, a despeito do interesse do público, da resistência dos autores e da maior promoção de eventos e feiras com temáticas sobre a representatividade e a questão racial nos últimos anos.

Uma das grandes problemáticas da apropriação cultural é o silenciamento dos negros. Na sociedade preconceituosa em que vivemos, uma garota branca que usa a mesma coisa que uma garota negra sempre vai estar à frente, mesmo que ela acabe usando um turbante ou uma trança afro sem propagar todo um legado.

Racismo no Brasil: histórias, dados e consequências

Racismo no Brasil

O racismo é o ato de discriminar, isto é, fazer distinção de uma pessoa ou grupo por associar suas características físicas e étnicas a estigmas, estereótipos, preconceitos. A característica mais marcante do racismo brasileiro é seu caráter não oficial. É conformado por mais de três séculos de escravidão e por teorias racialistas que fizeram parte da construção da identidade nacional.

Entre 1501 e 1870, mais de 12,5 milhões de africanos foram raptados, vendidos como escravos e transportados para o continente americano. Desses, 1 em cada 4 eram enviados para o Brasil, cerca de 4,8 milhões até a segunda metade do século XIX. Cerca de 20%, 1,8 milhão de pessoas, não chegaram ao destino – morreram de escorbuto, varíola, sarampo, sífilis, disenteria ou mesmo pela brutalidade dos traficantes. Muitas vezes os mortos jaziam por dias junto aos vivos nos navios negreiros até que fossem lançados ao mar.

Conforme dados do IBGE de 2018, 56,10% da população brasileira declara-se como preta ou parda. No entanto, quando observamos dados do mercado de trabalho, 68,6% dos cargos gerenciais eram ocupados por brancos, e somente 29,9%, por pretos ou pardos. Nas taxas de homicídios por 100 mil habitantes na faixa etária de 15 a 29 anos, a população branca tinha a média de 34,0, e a população preta ou parda apresentava 98,5, ou seja, a chance de um jovem negro morrer de homicídio é quase três vezes maior que a de um jovem branco.

A presença negra e a arte contra o racismo

A representatividade do povo negro ainda é extremamente baixa, principalmente quando se trata do mainstream, incluindo música, literatura, teatro, filosofia e artes plásticas. No entanto, esse cenário está em constante renovação, com muitas pessoas pretas que fazem pontes entre os trabalhos artísticos, a valorização da ancestralidade e o combate ao racismo. “É mais do que fortalecer um ciclo de reparação. Ler uma autora negra brasileira é ter a oportunidade de expandir o seu imaginário. Afinal, nos formamos na escola lendo quase que exclusivamente homens brancos. Assistir ao cinema negro é se mover num novo espectro de possibilidades de real, é ter a oportunidade de ver histórias que vão além. Precisamos de mais que consumo e apropriação. É preciso um exercício diário de conexão com nossos mecanismos primeiros”, afirma a cantora, compositora e instrumentista autodidata, a brasiliense Ellen Oléria .

Opiniões dos participantes