Monitoramento

Rede Vida no Trânsito - Florianópolis

Quem somos:

O Grupo de Informações (GI) faz parte da Rede Vida no Trânsito de Florianópolis e tem como objetivo compilar e produzir informações relativas aos desastres de trânsito com óbitos, por meio da articulação intersetorial. O grupo tem como característica essencial um caráter analítico, o qual tem o papel de gerar informações que subsidiarão tomadas de decisão e a implementação de ações. Para tanto, busca-se identificar os desastres ocorridos em Florianópolis através das vítimas que foram a óbito em decorrência desse evento, até 30 dias depois da ocorrência. 

O grupo utiliza encontros periódicos para avaliação e discussão dos casos, captados previamente, com o intuito de formar um banco de dados, através da identificação de fatores e condutas de risco que podem ter levado a ocorrência do evento. Além de avalia-se outros fatores relacionadas como perfil das vítimas; localização do desastre; turno de ocorrência; modal da vítima, permitindo o georreferenciamento do local da ocorrência, 

Para tanto, se lança mão de todas as fontes de informação disponíveis: boletins de ocorrência, fichas de atendimento das instituições parceiras, análise de prontuário, laudos de necropsias, croquis das rodovias, notícias veiculadas na mídia, redes sociais, entre outros. Estes meios de investigação e pesquisa são primordiais para a compreensão do contexto de cada ocorrência e a viabilidade do levantamento de todas as informações elencadas necessárias para a tomada de decisões.   

Esta equipe é formada por diversas instituições parceiras, que contribuem para a soma de informações e análise dos casos. 


REDE VIDA NO TRÂNSITO

 Segue abaixo o painel de informações das análises realizadas entre 2013 a 2023. As informações de 2023 são parciais e atualizadas de acordo com a entrada de dados. 

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2023.

O gráfico acima ilustra o número de óbitos ocorridos nos anos analisados, comparando ao número de desastres. O número de óbitos se sobrepõe, em alguns anos, pelo fato de haver mais de uma vítima por desastres, em alguns dos casos.

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2023.

De acordo com os gráfico 1 e 2 visualizamos que tanto o número de óbitos, quanto as taxas vêm se mantendo estáveis ao longo dos anos apresentados, com pico de óbitos em 2014.

Em parceria com estados e municípios, o Ministério da Saúde desenvolveu, em 2010, o Programa Vida no Trânsito – PVT que se apresenta como a principal resposta aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito, cuja meta é reduzir 50% dos óbitos por acidentes de trânsito entre 2011 a 2020. Florianópolis, não obteve redução significativa, desde o inicio do Programa, porém as taxas permanecem estáveis. 



Perfil das vítimas por óbito em desastres de trânsito, 2013-2022, Florianópolis:

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2022

As vítimas dos desastres de trânsito dos últimos seis anos (2013 a 2019) são representadas, em sua maioria, por homens, adulto-jovens e residentes da Capital, conforme visualizamos na tabela abaixo. Jovens, do sexo masculino, são as maiores vítimas no trânsito, tanto nacional como internacionalmente. 

Percentual da condição da vítima fatal na ocorrência do desastre de trânsito. Florianópolis, 2016-2023:

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2023.

A condição da vítima no momento do acidente começou a ser registrada e analisada pelo grupo a partir de 2016. Desde de que se tem registros, a vítima, em sua grande maioria é o próprio condutor do veículo, como ilustrado.

Ressalta-se que no grupo de condutores e passageiros estão os ocupantes de automóveis, motociclistas e ciclistas.

Número absoluto por tipo de modal de transporte da vítima de desastres de Trânsito, por ano. Florianópolis, 2013-2023:

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2023.

O modal mais frequentemente utilizado pelas vítimas é a motocicleta, que representa, em todos os anos analisados, a primeira colocação no número total de casos. Apesar das pequenas oscilações do número de mortes entre os motociclistas, chama a atenção por se sobressair aos demais, refletindo a vulnerabilidade deste grupo. Estratégias de enfrentamento mostram-se urgentes para a proteção deste usuários das vias públicas. Destaca-se também que pedestres em Florianópolis ocupam a segunda colocação de vítimas fatais, ultrapassando os automóveis, em diversos anos e ultrapassou os motociclistas em 2022. 

No gráfico abaixo, pode-se visualizar o percentual de casos por modal de transporte da vítima durante todo período analisado 

Percentual do modal de transporte da vítima de desastres de Trânsito. Florianópolis, 2013-2023:

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2023.

Durante o fim de semana e a noite foram registrados o maior número de acidentes com vítima fatal em Florianópolis, de acordo com a tabela que segue.

Distribuição segundo o dia da semana e turno de ocorrência do desastre de trânsito com vítima fatal. Florianópolis, 2013-2023 


Distribuição das ocorrências segundo o tipo da via do desastre de trânsito com vítima fatal. Florianópolis, 2013-2022:

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2022.

Ainda temos uma distribuição majoritária de casos nas vias estaduais e em seguida municipais. 

Abaixo, serão apresentados os quatro primeiros fatores de risco, ou seja, os mais relevantes nos últimos 5 anos considerados para a ocorrência do acidente. Os demais fatores e condutas de risco possuem baixo número de pontuações, pelo fato de grande parte estar registrado como ignorado. Dados como, condições climáticas, condições do veículo, fadiga, fator de distração como uso de celular, falta de atenção e outras condutas de risco,  ainda possuem muitas fragilidades no processo de captação e conhecimento no atendimento de ocorrências de trânsito. Portanto, o impacto que eles representam ainda é desconhecido, fato que demanda estratégias para mudança deste cenário.  

Proporção dos fatores de risco identificados nos desastres de trânsito com óbito. Florianópolis, 2013-2023:

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2022.

Velocidade e infraestrutura estão sinalizadas em vermelho no ano de 2017 porque a maioria dos casos não tinha informações sobre estas variáveis, devido a instabilidade na participação de vários parceiros no GI naquele ano. Assim, como a maioria dos casos teve estas informações ignoradas, os números apresentados certamente estão subestimados.  



Distribuição em números absolutos de presença de álcool, por turno do dia nos desastre de trânsito com vítima fatal. Florianópolis, 2013-2023:

Fonte: Grupo de informações vida no trânsito, Florianópolis, 2023.